sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cultivo da Mangueira

Plantio

O planejamento de um pomar de manga deve ser feito utilizando estudos básicos, que orientem um plano de exploração da propriedade, cujos procedimentos podem viabilizar o agronegócio. Os estudos básicos compreendem o levantamento das características climáticas, físico-químicas do solo, com definição do tipo de solo e da profundidade, além dos recursos hídricos disponíveis, no período mais seco do ano. Várias são as etapas envolvidas na implantação de um pomar de manga e todas são importantes no processo produtivo.
A área onde será instalado o pomar, deve ser selecionada considerando a topografia do terreno e as vias de acesso, que serão fatores de influência direta nas práticas agronômicas e no escoamento da produção. Em solos de areias quartzosas da região Semi-Árida nordestina, faz-se apenas a limpeza da área por meio do destocamento e roçagem da vegetação, três a quatro meses antes do plantio, sem o uso da aração e da gradagem. Após a limpeza, deve-se coletar uma amostra representativa de solo, para avaliar a necessidade de calagem e adubação.
A área do pomar deve ser protegida contra os ventos fortes, os quais provocam a queda de frutos e afetam consideravelmente a produção. A instalação de quebra-ventos deve ser feita durante os dois primeiros anos de formação do pomar. No Semi-Árido brasileiro, onde o vento compromete o desenvolvimento das plantas principalmente nos três primeiros anos, é comum o uso de capim elefante, que apresenta desenvolvimento rápido e atinge altura de quatro metros; também são utilizados diversas espécies de fruteiras como quebra-ventos, tais como bananeiras com 3 a 4 linhas de plantas instaladas entre talhões de plantio ou coqueiros nas margens laterais do plantio.
Densidade de plantio
Nos plantios com tecnologia de produção para exportação, como os do Semi-Árido nordestino, onde a irrigação é obrigatória, a densidade de plantio mais comum é de 250 plantas/ha (espaçamento de 8 x 5m); no entanto, maiores densidades já estão sendo usadas nessa região, exigindo, no entanto manejos mais adequados quanto a podas, irrigação e nutrição.
Após a determinação do espaçamento, faz-se o alinhamento em quadrado ou retângulo, com um piquete no local onde serão abertas as covas. Em áreas com declive acentuado (> 5%), deve-se preparar curvas de nível, a fim de evitar problemas de erosão. 
Considerando as grandes exigências de cálcio pela cultura da mangueira, recomenda-se associar a calagem com a aplicação de gesso.
Abertura e adubação de cova
Após a marcação, as covas com dimensões de 60 x 60 x 60 cm são abertas com uma ferramenta conhecida como “boca-de-lobo” ou com uma perfuradora mecanizada; esse implemento agiliza e diminui os custos de abertura de covas mas, dependendo do tipo de solo, há necessidade de se quebrar as paredes laterais da cova, a fim de se evitar o “espelhamento”, ou seja, a compactação das mesmas. A correção e a adubação devem ser baseadas na análise de solo e ser feitas, pelo menos, 15 dias antes do plantio da muda. No Semi-Árido nordestino, recomenda-se de 20 a 30 L de esterco de curral (caprino ou bovino) por cova, 1 kg de superfosfato simples, 150g de cloreto de potássio e 200g de uma mistura de  micronutrientes. Na adubação da cova com esterco, deve ser mantida a relação 1 esterco: 10 solo, para que haja uma decomposição mais equilibrada.
Plantio da muda e pintura do caule
Em geral, faz-se o plantio da muda no início das chuvas, para facilitar um melhor estabelecimento da mesma no solo, embora sob condições irrigadas, essa operação possa ser realizada em qualquer época do ano. Devem-se selecionar mudas enxertadas, sadias e com dois fluxos vegetativos. Para evitar rachaduras no caule, causadas pela incidência direta da radiação solar, que favorece a entrada de fungos no caule, deve-se fazer uma pintura com tinta látex branca, diluída em água, na proporção de 1:1.
Cobertura morta, tutoramento
A utilização da cobertura morta, que pode ser de raspa de madeira ou maravalha, palha de arroz, folhas de coqueiro ou restos da roçagem feita entre as fileiras de plantio, tem  o objetivo de proteger o solo, ao redor da planta, das altas temperaturas, além de evitar perdas excessivas de umidade do solo. Recomenda-se também o uso de um tutor (pequeno poste de madeira) que servirá para conduzir o caule da planta verticalmente, evitando a ação danosa dos ventos na instalação da muda.
Cuidados fitossanitários
Nos pomares em formação, as formigas cortadeiras, ácaros, cochonilhas e tripes podem causar danos consideráveis. As medidas de controle devem ser planejadas antes mesmo do plantio. Deve-se também ter em mente a preservação do potencial de controle biológico existente, bem como o favorecimento à atuação de inimigos naturais, de maneira que, no campo, o controle biológico assuma importância cada vez maior no controle das pragas da cultura. Com alguns cuidados e a introdução de certas práticas, é possível melhorar a qualidade e o rendimento, sem alterar custos.
Entre os cuidados fitossanitários, é importante mencionar que durante a implantação do pomar pode ocorrer a incidência de Lasiodiplodia, em conseqüência de estresse hídrico à planta, devido a entupimento de microaspersores ou qualquer outro problema no manejo da irrigação, assim como, podem aparecer mudas com “malformação vegetativa”; nesses dois casos é necessário um replantio, pois as mudas devem ser descartadas. No período das chuvas, deve-se ficar atento à incidência de doenças como a antracnose, cujo controle deve ser feito com pulverização de produtos à base de cobre. 


Fonte: EMBRAPA

quinta-feira, 28 de junho de 2012

CULTIVO DO ABACAXI


Veja abaixo algumas sugestões para o cultivo do abacaxi: Como cultivar abacaxi:
Planta tropical, o abacaxi é sensível às geadas, preferindo as regiões com temperatura média anual, mais adequada, em média de 24ºC (limites em 21ºC e 32ºC). A planta necessita temperaturas altas (29-30ºC) para produção de raízes e folhas.
O sistema radicular do abacaxizeiro é relativamente superficial e frágil (só explora a profundidade de 15 a 20 cm do solo). Solos de textura argilo-arenosa, com boa drenagem, planos ou ondulados são ideais para o cultivo do abacaxi.
O pH ideal está na faixa 4,5 a 5,5. Aeração e drenagem são fatores importantes na seleção da área para a cultura, pois a planta não tolera encharcamento.
O terreno, para plantio do abacaxi, deve ser preparado com covas rasas abertas com enxadão. O espaçamento oscila de acordo com as condições de clima, solo e destino da produção.
Para industrialização, sugere-se linhas duplas de 45 cm de afastamento entre si, 30 cm entre as plantas nas linhas, com as plantas disposta triangularmente (quincôncio), uma em cada canto e uma ao centro. As ruas entre as linhas duplas devem ter 90 cm de largura.
O espaçamento deve ser 40 x 40 cm nas linhas duplas, também em quincôncio, se a cultura destina-se ao mercado de frutas frescas, com intervalo de 120 cm para as ruas, entre as linhas duplas.
O abacaxizeiro é propagado com mudas extraidas de plantas que já produziram a fruta. São elas: Rebentão: formado a partir de gemas localizadas no talo da planta, e que produz um novo fruto após 12 a 18 meses de plantio -Filhote: originado de gemas localizadas no pendúnculo da fruta, e frutifica de 18 a 24 meses após o plantio - Coroa: roseta de folhas situada na parte superior do fruto, com ciclo superior a 24 meses.
A muda deve ser originada de plantas sadias, vigorosas, de boa produção e tamanho uniforme (Não abaixo de 25 cm de comprimento). No ato do plantio, as mudas devem ser separadas por tamanho e tipo.
Deve-se fazer a calagem de acordo com resultado da análise do solo. Fazer adubação com matéria orgânica no sulco de plantio, adicionando 20 Kg de esterco de curral ou 4 Kg de torta de mamona por 10 m lineares de sulco.
É lento o crescimento inicial do abacaxi, e por isso compete muito com as ervas daninhas. O produtor deverá ter forte empenho no combate à essas plantas, nos primeiros 6 meses, com controle feito à base de herbicidas e carpinas constantes.
É possível antecipar o início da floração e a colheita através da aplicação de substâncias químicas na roseta foliar. O método chama-se indução floral e permite ao produtor estabelecer a época da colheita, uniformizar a produção e reduzir o ciclo da cultura. Assim, o produtor barateia os tratamentos fitossanitários e a colheita.
Outro método utilizado é o atraso na maturação, que é prolongar o período de desenvolvimento da fruta para aumentar o peso e o tamanho da coroa, melhorando o aspecto da fruta. Após 6 a 8 meses da indução floral, os frutos podem ser colhidos, mas sofre alguma variedade quanto à forma como foi plantado. Se foi utilizado os rebentões, a colheita será de março e abril. Os filhotes plantados de dezembro a fevereiro serão submetidos à indução floral no período de março a julho do ano posterior, e vão produzir nos meses de outubro a março.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

ALIMENTOS NA NUTRIÇÃO DE BOVINOS Cont.


3. ALIMENTOS CONCENTRADOS
3.1 Milho
Segundo TEIXEIRA (1998) o milho, dentre os grãos de cereais é o mais largamente empregado, rico em energia e pobre em proteína, principalmente lisina. É rico em pró-vitamina A (betacaroteno) e pigmentantes (xantofila). Baixos teores de triptofano, lisina, cálcio, riboflavina, niacina e vitamina D (LANA, 2000). A parte principal da planta é a espiga composta de 70% de grãos, 20% de sabugo e 10% de palhas. O milho pode ser usado de diversas formas como fonte volumosa ou concentrado energético. É considerado alimento concentrado energético padrão.
·  ROLÃO DO MILHO - é constituído da palhada do milho depois de feita a colheita das espigas. Contudo pode ser feito de toda a planta, incluindo a espiga, tornando-o mais rico em nutriente, usado como fonte volumosa na dieta de ruminantes;
·    SILAGEM DE MILHO - é uma excelente cultura para confecção de silagem por apresentar boa produção forragem por área e boa quantidade de açucares para produção de ácido lático, fundamental para o processo. É fonte volumosa para ruminantes;
·   PALHADAS e SABUGOS - é um resíduo da colheita do grão que pode ser utilizado como fonte de fibra na dieta de ruminantes, é de baixo valor nutritivo;
·    MILHO DESINTEGRADO COM PALHA E SABUGO (MDPS) - é obtido pela moagem das espigas inteiras, é fonte energética na dieta de ruminantes, apresenta menor valor nutritivo do que o milho grão é rico em fibra;
·  MILHO GRÃO - constitui a base energética da dieta de várias espécies animais, deve ser isento de fungos, micotoxinas, pesticidas, sementes tóxicas.  É composto de amido (60%), casca (6,5%), glúten (10%), gérmen (8,5%), água (15%). O processamento do grão pode alterar o seu valor nutritivo pela moagem, gelatinização, floculação e laminação, mudando o local e a intensidade de digestão.
·   FARELO DE GLÚTEN DE MILHO 60 - é o resíduo seco de milho após a remoção da maior parte do amido e do gérmen, e da separação do farelo pelo processo empregado nas fabricações do amido de milho ou do xarope, por via úmida, ou ainda, pelo tratamento enzimático do endosperma. Ë uma excelente fonte de proteína (e proteína não degradada no rúmen) e energia, não é muito palatável (TEIXEIRA, 1997). Como nome comercial é conhecido por protenose ou glutenose.
·         FARELO DE GLÚTEN DE MILHO 22 - é a parte da membrana externa do grão de milho que fica após a extração da maior parte do amido, do glúten e do gérmen pelo processo empregado na produção do amido, ou do xarope por via úmida. Pode conter extrativos fermentados do milho e/ou farelo de gérmen de milho. É uma boa fonte de proteína (aproximadamente 22%, de alta degradabilidade ruminal) e energia comparável ao do sorgo, tem média palatabilidade (TEIXEIRA, 1997). Como nome comercial é conhecido por promil ou refinazil. 
3.2 Sorgo
Segundo TEIXEIRA (1998) o sorgo pode ser utilizado para produção de forragem ou de grãos para alimentação animal. O sorgo vassoura é cultivado para a indústria de vassouras. Pode ser utilizado para processamento industrial como o milho, produzindo o amido, açúcar e óleo. Algumas variedades de sorgo apresentam em seu pericarpo substâncias amargas denominadas taninos, que é responsável por inibição de algumas enzimas no sistema digestivo, interferindo no metabolismo de proteínas e carboidratos, diminuindo sua digestibilidade e conseqüentemente a resposta animal. O ácido tânico quando presente nas dietas combina com grupamentos metil da metionina e colina, provocando redução nas disponibilidades destes compostos reduzindo a taxa de crescimento. Pode também inibir a ação da tripsina.O grão de sorgo destinado ao consumo animal deve ser isento de fungos, micotoxinas, sementes tóxicas, pesticidas, conter no máximo 1% de taninos, expresso em ácido tânico (ANFAR, 1985). O grão apresenta composição semelhante à do milho, com pouco menos de energia e pouco mais de proteína, que varia de 9 a 13%, dependendo da variedade. Tem baixo teor de caroteno, pigmentos xantofílicos, isoleucina e leucina. Deve ser fornecido triturado ou moído devido à baixa digestibilidade do grão inteiro (LANA, 2000).
3.3 Trigo
Segundo TEIXEIRA (1998) é de interesse para alimentação animal os subprodutos da indústria moageira como:
·         triguilho, que contém grãos pequenos e quebrados de trigos e grãos chochos resultantes da limpeza do cereal antes da moagem, sua composição é bastante variável.
·         farelo de trigo, é um subproduto que consiste principalmente do tegumento que envolve o grão, possui relativo teor de fibra e em excesso é laxativo, pode ser composto também do farelinho de trigo que diminui o valor nutritivo o produto. É rico em niacina, tiamina, fósforo e ferros e pobre em caroteno e pigmentantes.
3.4 Arroz
Segundo TEIXEIRA (1998) o seu uso para alimentação animal é quase que exclusivamente de seus subprodutos:
·    quirera de arroz, constituída por grãos sem casca, quebrados, tem valor nutritivo um pouco inferior ao do milho;
·    casca de arroz, tem alto teor de sílica e lignina com baixa digestibilidade e valor nutritivo, em muitos casos é moída e adicionada ao farelo de arroz diminuindo seu valor nutritivo, segundo LANA (2000) pode ser usada por ruminantes em até 20% da ração;
·      farelo de arroz integral, proveniente do beneficiamento do arroz para o consumo humano, constituído por tegumentos que envolvem o grão, tem que ser utilizado fresco ou estabilizado com antioxidante devido ao seu alto teor de gordura, segundo LANA (2000) é pobre em Ca e rico em P, tiamina, riboflavina e niacina;
·      farelo de arroz desengordurado, é proveniente da extração industrial do óleo do farelo de arroz integral.
3.5 Mandioca
Segundo TEIXEIRA (1998) a mandioca tem a grande vantagem de poder ser utilizada integralmente como alimento, inclusive a parte vegetativa, in natura ou na forma desidratada e moída e para produção de concentrado protéico (LANA, 2000). O valor nutritivo do farelo de ramas e hastes desidratadas se aproxima à da alfafa. Pode ser fornecida na forma de planta inteira ou só a raiz picada e secada na foram de raspas, além do uso na forma de farelos e farinhas. É pobre em proteína necessitando sua complementação. Como concentrado energético pode ser à base da dieta. Nas cascas e raízes inteiras das mandiocas chamadas bravas, existe o ácido cianídrico (HCN) com teores variando de 0,02 a 0,03%. Estes efeitos tóxicos podem ser evitados pela desidratação da mandioca, que consiste em picá-la e deixá-la espalhada ao ar livre por 24 horas. Nas variedades mansas o teor de HCN não passa de 0,005%.
As raízes frescas são ricas em amido e pobre nos outros nutrientes, tem limitação devido ao glicosídeo cianogênico e a linamarina que são convertidos a HCN. A raiz fresca é recomendada de 2 a 3% do peso do animal/dia. A raspa de mandioca moída não tem caroteno e é deficiente em proteína, metionina e pigmentantes (LANA, 2000).
3.6 Polpa cítrica
Segundo TEIXEIRA (1997) a polpa de citrus seca e peletizada é um sub-produto da indústria de processamento de laranja, constituída de cascas, polpa de frutos inteiros descartados. Contém aproximadamente 6% de PB, 11% de fibra bruta, 70 a 75% de NDT. É uma boa fonte de fibra digestível (pectina) e energia, devendo-se cuidar com o cálcio, pois pode chegar a ter 2%. Pode ser usado como base energética de dieta de bovinos. O alto teor de cálcio é devido à adição de cal para separar a água. As fontes de cal podem apresentar dioxina, substância cancerígena que pode ser transmitida ao homem pelo leite e carne contaminados (LANA, 2000).
3.7 Soja
Segundo TEIXEIRA (1998) a soja é uma das mais importantes culturas para produção de grãos destinados a industria para obtenção do óleo e o farelo. Pode ser usada na alimentação animal na forma de semente, casca ou farelo. A semente é rica fonte de proteína (38 a 39%), energia (18% de óleo). Quando da utilização da semente crua, deve-se evitar a utilização conjunta da uréia, em virtude da urease contida nas sementes desdobrar a uréia em amônia. Quando o grão é tostado torna-se excelente fonte de proteína não degradada no rúmen além de destruir a urease. A soja crua possui ainda outros fatores antinutricionais divididos em termolábeis, que são destruídos pelo calor, e os termoestáveis, que não são destruídos pelo calor. Entre os termolábeis estão presentes os inibidores de proteases, sojina, que provocam redução de crescimento e hipertrofia de pâncreas; lecitinas, que se ligam a carboidratos e glicoproteínas, são hemaglutinantes e deprimem ingestão de alimentos e o crescimento; fatores bociogênicos, provocando aumento da tireóide; fatores antivitamínicos que aumentam os requisitos de vitaminas D3, B12 e E; antiminerais, pela presença do ácido fítico, aumentando a necessidade de cálcio, zinco, cobre e ferro. Entre os fatores termoestáveis estão as isoflavanas, substâncias estrogênicas; fatores de flatulência, sacarose, rafinose e amilose, que provocam náuseas, gases, diarréia e cólica; fatores alergênicos, glicinina e conglicinina provocam distúrbios gastrintestinais e alergias; lisinoalanina, resultante da extração alcalina da soja que provoca lesões renais em ratos (GONÇALVES e BORGES, 1997). A urease é destruída pelo aquecimento (tostagem), e a sojina, pelo aquecimento e os microrganismos do rúmen. O grão quando triturado fornecer rapidamente para evitar para evitar rancificação (LANA, 2000).
O farelo de soja é o subproduto obtido após a extração do óleo do grão da soja para consumo humano. Dependendo do processo de extração (solvente ou expeller) o farelo pode ter de 44 a 48% de proteína. A proteína do farelo na forma de expeller é menos degradável no rúmen que a obtida de solvente. É considerado o melhor alimento protéico, tem altos níveis de proteína de boa qualidade, energia e palatabilidade. 
3.8 Algodão
Segundo TEIXEIRA (1998) a cultura do algodão é cultivada para obtenção da fibra, suas sementes são aproveitadas para extração do óleo alimentício, de cujo processo resulta o farelo de algodão, que representa a segunda mais importante fonte de proteína disponível para alimentação animal. Possui de 30 a 38% de PB, boa palatabilidade, e pode substituir totalmente o farelo soja em dietas de vacas, apesar de apresentar o problema do gossipol em níveis que não afetam a vaca a não ser quando utilizado em conjunto com o caroço de algodão. É rico em fósforo e pobre em lisina, triptofano, vitamina D e pró-vitamina A (LANA, 2000). O caroço de algodão é um alimento com moderado nível de proteína, alta gordura, fibra e energia. Pode ser encontrado com línter ou deslintado, que possui um pouco mais de energia e proteína. Devido a sazonalidade de sua produção deve ser armazenado em lugar limpo, seco. Sua utilização inteiro apresenta melhores resultados que na forma moída ou triturada (TEIXEIRA, 1997).
Os problemas provocados pelo uso de farelo de algodão e caroço são atribuídos ao gossipol e aos ácidos graxos ciclopropenóides. O gossipol é um alcalóide polifenólico de cor amarela encontrado nas sementes em formas de grânulos. Os ácidos graxos ciclopropenóides são encontrados no óleo contido nas sementes que causa diminuição da fertilidade do touro e da vaca (LANA, 2000). Segundo SANTOS (1997) os sinais de intoxicação do gossipol incluem dispnéia, diminuição da taxa de crescimento e anorexia. Em fêmeas ruminantes estudos in vitro há um comprometimento no desenvolvimento de embriões e produção de progesterona por células luteínicas, mas in vivo no que se refere à fertilidade, ciclicidade e morfologia de ovários não houve efeitos do gossipol devido à capacidade de detoxificação. Nos machos o gossipol provoca alterações específicas sobre a cauda do espermatozóide, aumento do diâmetro do lúmen dos túbulos seminíferos, diminuição de camadas celulares e epitélio seminífero e do tamanho das células de Sertoli, o estudo mostrou que após voltar à dieta controle sem farelo e caroço de algodão ocorreu reversibilidade dos efeitos no epitélio seminífero.    
3.9 Farelo de Girassol
Segundo TEIXEIRA (1998) o farelo de girassol é resultante da moagem das sementes de girassol no processo industrial para extração de seu óleo para consumo humano. Nele é permitido a detecção de cascas de girassol, desde que não ultrapasse o nível máximo estipulado para fibra bruta (15%). É adequado suplemento protéico apresentando boa apetecibilidade pelos ruminantes. O teor de proteína bruta varia de 28 a 45%, mas é deficiente em lisina.
3.10 Farelo de amendoim
Segundo TEIXEIRA (1998) o amendoim é cultivado em larga escala em muitos países, inclusive no Brasil, principalmente para ser empregado na alimentação humana, produção de óleo e de manteiga. Da indústria do óleo resulta o farelo, que é um suplemento protéico para alimentação animal. Quando proveniente por processos vindo do amendoim descascado e desticulado, tem seu valor nutritivo muito próximo ao farelo de soja e superior ao do algodão. É pobre em Ca, caroteno e metionina, triptofano e lisina e é rico em niacina e ácido pantotênico (LANA, 2000). Um sério problema enfrentado neste farelo é sua freqüente contaminação por fungos produtores de micotoxina. Quando a estocagem é feita em ambiente favorável de temperatura e umidade, ocorre condição ótima para desenvolvimento de fungos. Seu teor de aflatoxina deve ser declarado para comercialização de no máximo 0,5 ppm (ANFAR, 1985).
3.11 Farinha de carne e ossos
Segundo TEIXEIRA (1998) é produzida em graxaria de frigoríficos a partir de ossos e com resíduos de tecidos de animais após desossa completa da carcaça de bovinos e/ou suínos. Não deve conter cascos chifres, pêlos, conteúdo estomacal, sangue e outras matérias estranhas. A maior participação de restos de carne em relação ao conteúdo de ossos determinará o teor protéico, de cálcio e de fósforo do produto. Contêm cerca de 54% de PB, sendo aproximadamente 50% não degradada no rúmen. Não é palatável devendo ser introduzida gradativamente na dieta (TEIXEIRA, 1997). De acordo com a Portaria no. 365 de 03/07/96 do Ministério da Agricultura está proibido o uso de farinha de carne e ossos e proteína in natura oriunda de ruminantes nas rações desses animais. Segundo LANA (2000) os teores de proteína bruta varia de 40 a 55%, e a relação Ca:P deve ser de no máximo 2,2:1. Possui P maior que 3,8%.
3.12 Farinha de peixe
Segundo TEIXEIRA (1997)  é um sub-produto da industrialização de pescados, contém mais de 60% de PB da qual 65% não é degradada no rúmen. Tem excelente balanço de aminoácidos, sendo rica em metionina e lisina. Entretanto, considerável variação na degradabilidade ruminal ocorre devido a diferentes métodos de processamento. É rica em cálcio e fósforo e por causa do odor e gosto, a aceitabilidade pode ser problema, necessitando adaptação, pode ter também elevado teor de cloreto de sódio, não podendo exceder 7% do produto (TEIXEIRA, 1998).
3.13 Farinha de sangue
Segundo TEIXIERA (1997) é um produto constituído de sangue coagulado, seco e moído, na forma de farinha. É rica em proteína bruta (80%) com alto nível de proteína não degradável no rúmen (acima de 80%), sendo fonte de aminoácidos de excelente qualidade. Entretanto o método de processamento pode afetar a qualidade do produto, diminuindo a disponibilidade de aminoácidos, fato que pode ocorrer também com outros produtos que sofrem tratamento térmico. Segundo LANA (2000) sua proteína é de baixa qualidade (pequena concentração de isoleucina), pobre em vitaminas e baixa palatabilidade. Deve ter no máximo 11% de umidade, pois pode ocorrer contaminação microbiana. De acordo com o Ministério da Agricultura está proibido o uso deste alimento nas rações desses animais.
3.14 Cama de frango
Segundo TEIXEIRA (1998) a cama de frango é uma mistura de substrato, comumente chamado de cama, de fezes, pena de aves e restos de ração. Sua composição química varia de acordo com o tipo de cama, densidade das aves no galinheiro que a produziram, tipo de alimentação, manejo da cama, tempo de armazenagem e altura da cama. Contudo, apresenta de 19 a 25% de proteína bruta, sendo que 40 a 44% dela é constituída de proteína verdadeira e 60% de NDT. Apresenta boa aceitabilidade pelos animais e normalmente é fornecida como substituto de farelo protéicos - algodão e soja - na proporção de 40 a 60% da ração concentrada para bovinos de corte. De acordo com o Ministério da Agricultura está proibido o uso deste alimento nas rações desses animais
3.15 Sebo
Segundo TEIXEIRA (1997) o sebo é 100% gordura e não supri outro nutriente para a ração a não ser a energia, apresentando alta densidade energética (177% NDT). Segundo LANA (2000) não ultrapassar o nível de 5% de extrato etéreo na dieta de bovinos de corte, por causar diminuição da digestibilidade da fibra. De acordo com o Ministério da Agricultura está proibido o uso deste alimento nas rações desses animais
3.16 Uréia
Segundo TEIXEIRA (1998) a uréia é um composto quaternário, constituído por nitrogênio (46,4%), carbono, oxigênio e hidrogênio, de cor branca cristalina e de sabor amargo, solúvel em água e álcool. Sua síntese industrial se faz a partir do gás metano submetido à temperatura superior a 1000 graus.
A uréia é utilizada pelos ruminantes como fonte protéica, ao atingir o rúmen do animal, é imediatamente degradada pela ação da enzima urease produzida pelas bactérias ruminais, formando o gás carbônico e amônia. Determinadas bactérias promovem a combinação de amônia com os esqueletos de carbono (cetoácidos) resultantes da degradação de carboidratos, sintetizando aminoácidos que são utilizados na constituição de sua proteína. As bactérias do rúmen (proteína microbiana) sofrem hidrólise no intestino delgado com formação de aminoácidos que são absorvidos e vão ser utilizados como fonte protéica para o animal. Seu valor protéico é de 290% (46,4% de N x 6,25).
Deve ser feita uma adaptação no seu fornecimento para que não ocorra intoxicação, sendo na primeira quinzena 33% do total ou 13g/100kg de peso vivo; na segunda quinzena 66% do total ou 26g/100kg de peso vivo; a partir da terceira quinzena 100% do total ou 40g/100kg de peso vivo, sendo usado este limite por animal por dia. Pode ser usado 50g de uréia/100kg de peso vivo, quando se usa amido (cereais) na dieta e o fornecimento é feito parcelado durante todo o dia. O fornecimento deve ser contínuo, pois os animais perdem a adaptação em 3 dias, tendo que fazer nova adaptação caso haja interrupção desta. Os níveis de intoxicação causados pelo excesso de amônia começam a aparecer quando o nível de nitrogênio amoniacal alcança valores de 1mg/100ml de sangue e o pH ruminal chega a 8. A capacidade do fígado em converter a amônia absorvida do rúmen em uréia, está em torno de 84 mg de nitrogênio amoniacal/100ml de fluído ruminal.
USOS:
·         Volumosos secos (70 a 90% de matéria seca (MS)): até 2% de uréia
·         Volumosos úmidos (20 a 40% de MS): até 1% de uréia
·         Ensilagem: até 1% de uréia
·         Cana-de-açúcar (15 primeiros dias): 0,5% de uréia
·         Cana-de-açúcar (após 15 dias): 1% de uréia
·         Mistura mineral: de 10 a 40%
·         Mistura múltipla: de 2 a 20%
·         Melaço: 9kg de melaço + 1kg de uréia
·         Ração concentrada: até 3% de uréia

terça-feira, 26 de junho de 2012

ALIMENTOS NA NUTRIÇÃO DE BOVINOS Cont.


2. ALIMENTOS VOLUMOSOS
As leguminosas e as gramíneas são as principais fontes de forragem para bovinos. Forragens de alta qualidade podem suprir a maioria dos nutrientes dependendo da categoria animal em questão, da espécie forrageira, tipo de solo e fertilidade, idade da planta entre outros. Fatores importantes na determinação da qualidade é a idade ao corte ou pastejo e o estágio de maturação da planta, com idade avançada, as plantas decrescem em proteína, energia, cálcio, fósforo e matéria seca digestível enquanto aumenta a fibra (FDN, FDA e lignina. Podem ser utilizadas in natura, silagem, pré-secada, ou feno.
As pastagens se bem manejadas são boa fonte de nutrientes. Elas têm a vantagem adicional de eliminar a necessidade de manejo manual do material. Adequada fertilização e manejo são necessários para manter uma boa pastagem. Freqüente rotação de pequenos lotes reduz perdas, mas requer maior mão de obra. Como a quantidade e qualidade das pastagens mudam durante o inverno, os animais necessitam um manejo diferenciado: pastagem diferida, pastagens armazenadas e outros alimentos (TEIXEIRA, 1997).
As pastagens tropicais se caracterizam por altos rendimentos forrageiros quando adubadas, mas o valor alimentício da forragem produzida não é muito alto. Graças ao alto teor de fibra, baixo teor de proteína e baixa digestibilidade das gramíneas tropicais, a produção por animal é inferior àquela realizada em pastagens de azevém, aveia, etc. Os ganho de peso vivo da ordem de 0,4 a 0,6kg/dia/novilho tem sido observados em pastagens tropicais, sem suplementação.
O manejo da pastagem deve ser conduzido de modo a manter constante a disponibilidade de forragem em torno de 2000kg de MS/ha durante a estação de pastejo, e/ou uma oferta de forragem em torno de 8 a 10% de peso vivo animal. Diferimento de pastagem e uso de feno, silagem, cana+uréia são práticas de manejo para aliviar a falta de pasto na seca, e assim, contornar o problema da estacionalidade da produção de forragens das pastagens (GOMIDE, 1999).
http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_nutricao_bovinos.htm

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A minhocultura e produção de húmus no contexto da agricultura familiar


É consenso entre os agricultores familiares de que “a terra que tem minhoca é melhor para a produção de hortaliças e frutas”. Eles sabem dos benefícios das minhocas no solo, como a maior aeração, maior capacidade de retenção de água, além, é claro, da melhoria das qualidades químicas.
Muitos agricultores dão testemunho dos efeitos positivos do húmus de minhoca sobre os mais diversos cultivos. O húmus, quando produzido em condições minimamente controladas, aproveita os resíduos orgânicos existentes nas propriedades, como estercos e restos vegetais, para suprir em muitos casos a necessidade de adubo em uma horta de pequeno ou médio porte, especialmente nas condições de produção de base ecológica.
No entanto, os agricultores familiares têm aproveitado pouco este extraordinário recurso natural em suas propriedades devido principalmente ao desconhecimento da técnica da minhocultura e suas particularidades, a crença da necessidade da construção de estruturas caras e complexas para a criação, e, até mesmo, a decepção com experiências anteriores mal sucedidas. Outro aspecto capaz de inibir a decisão dos agricultores de montar um minhocário é a confusão feita entre os requerimentos legais para a produção comercial de húmus de minhoca, ou seja, para vender, e a produção para uso próprio. Para uso na propriedade não é necessário retirar 100% das minhocas e casulos, nem peneirar o húmus para obter uma granulometria padronizada, pois estas práticas são exigidas somente àqueles que desejam comercializar húmus. A economia de mão-de-obra realizada quando se queimam estas etapas é significativa e pode ser a diferença para viabilizar na prática a sua utilização.
A Embrapa Clima Temperado tem desenvolvido algumas técnicas de baixo custo e baixo requerimento de mão-de-obra para demonstrar a viabilidade da produção de húmus na pequena propriedade familiar. Entre essas técnicas estão o minhocário campeiro de bambu e o minhocário em túnel baixo.
No minhocário campeiro as paredes laterais são feitas de bambus, entrelaçados para dar sustentação à estrutura, sem a necessidade de pregos, arames ou cordas. Este minhocário pode ser montado ao ar livre, na sombra de uma árvore e em um terreno com uma leve declividade para drenar o excesso de água, sendo dispensável isolar o fundo com cimento ou tijolos, pois as minhocas permanecem no minhocário enquanto houver alimento. Para reduzir os efeitos da chuva, pode-se simplesmente colocar folhas de árvores sobre o minhocário ou ainda uma tampa feita de bambu. Por estar exposto ao clima a as plantas próximas, o húmus produzido não apresenta uma qualidade tão boa quanto o fosse produzido em um local mais protegido, porém o custo irrisório justifica sua implantação nos casos da falta de recursos ou para aqueles agricultores que, antes de investir, desejam conhecer melhor a minhocultura.
O minhocário sob túnel baixo é uma melhoria do minhocário campeiro, sendo facilmente apropriado por aqueles agricultores que hoje cultivam espécies como morango e alface em estufas de mesmo nome. A construção do túnel é feita da mesma forma que nos canteiros para hortaliças, com a colocação dos arcos, das estacas de sustentação e dos esteios nas cabeceiras para tencionar e amarrar o filme plástico. Sob essa estrutura é montada uma caixa de madeira, na largura do túnel, e revestido o seu fundo com sombrite ou filme plástico perfurado para facilitar o escoamento do excesso de água. O húmus produzido nesse tipo de minhocário é de uma qualidade muito boa, principalmente por não ser lavado pelas chuvas. Além disso, é móvel e pode ser montado próximo à horta, facilitando a utilização do húmus e o monitoramento do processo.
A grande vantagem dessas tecnologias está no fato de poderem ser desenvolvidas com materiais simples, com custo zero ou bastante reduzido e de serem adaptadas às necessidades dos agricultores que desejam aproveitar os resíduos orgânicos disponíveis na propriedade de uma forma mais racional. Reciclar resíduos, reduzir a dependência externa dos adubos minerais e, ao mesmo tempo, reduzir os custos da produção, são alicerces fundamentais para uma agricultura mais saudável e comprometida com o ambiente em que vivemos.

domingo, 24 de junho de 2012

ALIMENTOS NA NUTRIÇÃO DE BOVINOS

Fabiano Alvim Barbosa - Médico Veterinário, Mestre em Zootecnia/Nutrição de Ruminantes, Doutorando - Produção Animal da Escola de Veterinária/UFMG - junho/2004.
1. ALIMENTOS, RESÍDUOS E SUBPRODUTOS
Os alimentos são classificados de acordo com a Associação Americana Oficial de Controle de Alimentos (AAFCO) e o Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA (NRC) e adaptada por F.B. MORRISON:
·    Alimentos volumosos - são aqueles alimentos de baixo teor energético, com altos teores em fibra ou em água. Possuem menos de 60% de nutrientes digestíveis totais (NDT) e ou mais de 18% de fibra bruta (FB) e podem ser divididos em secos e úmidos. São os de mais baixo custo na propriedade. Os mais usados para os bovinos de corte são as pastagens naturais ou artificiais (braquiárias e panicuns em sua maioria), capineiras (capim elefante), silagens (capim, milho, sorgo), cana-de-açúcar, bagaço de cana hidrolisado; entre os menos usados estão: milheto, fenos de gramíneas, silagem de girassol, palhadas de culturas, etc.
·   Alimentos concentrados - são aqueles com alto teor de energia, mais de 60% de NDT, menos de 18% de FB, sendo divididos em:
·  Energético: alimentos concentrados com menos de 20% de proteína bruta (PB); origem vegetal - milho, sorgo, trigo, arroz, melaço, polpa cítrica; origem animal - sebos e gordura animal;
·  Protéicos: alimentos concentrados com mais de 20% de PB; origem vegetal - farelo de soja, farelo de algodão, farelo de girassol, soja grão, farelo de amendoim, caroço de algodão, cama de frango -; origem animal - farinha de sangue, de peixe, carne e ossos (sendo esta última atualmente proibida pelo Ministério Agricultura para uso em ruminantes).
·  Minerais - compostos de minerais usados na alimentação animal: fosfato bicálcico, calcário, sal comum, sulfato de cobre, sulfato de zinco, óxido de magnésio, etc.
·    Vitaminas - compostas das vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis;
· Aditivos - compostos de substâncias como antibióticos, hormônios, probióticos, antioxidante, corantes, etc.
·   Outros alimentos - aqueles que não se classificam nos itens anteriores (TEIXEIRA, 1998; MELLO, 1999).

sábado, 23 de junho de 2012

A importância da utilização da palma forrageira como alimento para o gado, principalmente na época do verão.

A palma forrageira é o alimento mais utilizado pelos produtores na Bacia Leiteira de Batalha, principalmente na época do verão. É o único volumoso que mantém seu valor nutritivo mesmo sem parar de crescer.
A espécie mais cultivada é a palma doce ou miúda (Nopalea cochenilifera) cujas raquetes alongadas possuem em média 25 cm de comprimento. É a menos resistente à falta de água mas é a mais palatável e nutritiva.
Também são cultivadas embora em pequena escala, a palma gigante (Opuntia ficusindica) com raquetes em forma oval com até 50 cm de comprimento e a palma redonda (Opuntia sp) com 40 cm de comprimento em formas arredondadas.
A palma é resistente à falta de chuvas, armazena uma grande quantidade de água e tem alta digestibilidade. Há produtores rurais que conseguem até 30 toneladas de matéria seca de palma em apenas um hectare, o que significa a produção de aproximadamente 300 toneladas de palma a cada dois anos.
Em média, cada vaca consome aproximadamente 50 kg de palma por dia, ou seja, 5 kg de matéria seca. Mas a palma não deve ser o único alimento oferecido para as vacas por ter baixo teor de fibras e pode levar a uma diarréia. O restante é complementado com outros volumosos, como pastos secos, silagens de milho ou sorgo, feno, palhadas de restos de culturas, bagaço de cana, farelo de soja, torta de algodão para enriquecimento protéico e para evitar a ocorrência de diarréia.
A palma é uma planta que exige solo de qualidade para ter bom rendimento. Uma boa fonte de nutrientes, o esterco de curral, é muitas vezes desprezado por produtores que desconhecem o potencial deste adubo orgânico, capaz de duplicar a produtividade de palma por hectare. A falta de conhecimento leva muitos pecuaristas a venderem grandes quantidades do adubo orgânico para produtores de fumo e hortaliças.
A produção obtida em um hectare de palma adensada (sistema onde se utiliza os espaçamentos entre fileiras e raquetes, menores que os normalmente usados pelos agricultores, ou seja, numa mesma área pode se plantar quantidade maior de raquetes) é de aproximadamente 300 toneladas a cada dois anos, o que permite alimentar, no período de seca, 30 vacas durante 180 dias com um consumo médio diário de 50 kg de palma por vaca.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Encontro técnico sobre a Cochonilha do Carmim em Campina Grande - PB

O Departamento de Sanidade Vegetal/Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – DSV/MAPA, no dia 09 de Setembro de 2011, realizaram uma "Reunião Técnica", em Campina Grande-PB nas instalações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA/Algodão no Auditório Luiz Carlos de Medeiros, para tratar de forma pontual, das ações a serem adotadas na busca de soluções para o controle da praga Cochonilha do Carmim – Dactylopius opuntiae, que atinge a palma gigante - Opuntia fícus-indica. Os trabalhos foram dirigidos de forma brilhante pelo Diretor do DSV- Fiscal Federal Agropecuário-FFA Cósam de Carvalho Coutinho, eFFA Érico Tadashi Sedoguchi, do Ministério da Agricultura em Brasília.
O evento contou com a participação de autoridades fitossanitárias dos nove estados do Nordeste, e o Estado de Minas Gerais e os seus respectivos Secretários de Agricultura para apresentar as principais ações desenvolvidas em seus estados. Do Rio Grande do Norte-RN se fez presente os FFA, Evádio Pereira e Givonaldo Augusto da Silva, do MAPA. A Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca-SAPE e o Instituto de Defesa e inspeção Agropecuária do RN-IDIARN, na pessoa da Engenheira Agrônoma Vera Lúcia Paiva Rodrigues, Diretora Vegetal do IDIARN, e o Fiscal Estadual Agropecuário-FEA, Max Welber de Souza Ribeiro, responsável pelo Programa da Praga Quarentenária Cochonilha do Carmim (Dactylopius opuntiae) em Palma Forrageira (Opuntia e Nopalea), ao qual apresentou pontualmente as ações realizadas pelo IDIARN no controle da Praga.
O RN foi citado no Evento como referência em suas ações de prevenção aCochonilha do Carmim – Dactylopius opuntiae, uma vez que esta praga não é presente no Estado, mas pelo fato dos estados vizinhos, CE, PB, PE e AL serem presente, o RN encontra-se em Alerta para que essa não venha a ocorrer, ao qual, causaria grandes perdas econômicas para os produtores.
Cochonilha do Carmim – Dactylopius opuntiae, a mais devastadora praga que atinge a Palma forrageira Gigante, deixa a planta debilitada, provocando o amarelecimento, seca e morte das raquetes em curto espaço de tempo. Os agricultores do semi-árido nordestino vêm se preocupando cada vez mais, uma vez que a palma é a alternativa para alimentar o seu rebanho no período de estiagem.
FONTE: IDIARN



quinta-feira, 21 de junho de 2012

ADAGRI destrói 12 mil mudas de citros no Ceará


A ADAGRI (Agência de Defesa Agropecuária do Ceará) através da Diretoria de Sanidade Vegetal, eliminou mais de 12 mil mudas de citros no Ceará. As plantas estavam contaminadas com a praga conhecida como Cancro Cítrico. A doença bacteriana é altamente contagiosa e resistente, provocando lesões nas folhas, frutos e ramos e consequentemente, a queda da produção de espécies cítricas.
O primeiro foco da doença foi detectado em dezembro de 2011, em Beberibe. Em seguida, outros  viveiros localizados na Região Metropolitana de Fortaleza, Paracuru e em Saõ Benedito foram identificados. Focos da Doença também foram detectados em produções domésticas no Ceará.  “ É importante dizer que esses viveiros não venderam mudas para as áreas de  produções comerciais,  o que significa que estas não foram atingidas”, afirmou Tuffi Habibe, Gerente de Vigilância e Defesa Vegetal da ADAGRI, com base nos monitoramentos desenvolvidos pelos Fiscais da ADAGRI nessas áreas.
No mês de abril, uma mega operação, reuniu todos os ficais da Área Vegetal. Eles foram divididos em grupos e por regiões, realizando inspeções com coletas de amostras para exames laboratoriais e após a confirmação da ocorrência da praga,  foram iniciadas e concluidas ações que culminaram com  a erradicação de 12 mil mudas.
Além da erradicação da praga cancro cítrico, os Fiscais também fizeram um trabalho de educação sanitária. O procedimento está de acordo com a portaria 291/97 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). "As atividades de prospecção de pragas fazem parte de um intenso e permanente trabalho de vigilância fitossanitária no Estado do Ceará  afirma Tito Carneiro, Assessor Técnico da ADAGRI|DISAV.

Assessoria de comunicação
Amanda Sobreira
3101 8137
www.twitter.com/@adagri
Fonte: ADAGRI

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Mosca Negra dos Citros Chega ao Ceará.


A ADAGRI comunica oficialmente a presença da Praga Quarentenária A2, Mosca Negra dos Citros (Aleurocanthus woglumi Ashby), em nosso Estado. A confirmação foi comunicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -  MAPA, a partir de  amostras encaminhadas pela ADAGRI. A  partir da confirmação da presença da citada praga no Estado da Paraíba, a Agência de Defesa intensificou os trabalhos de levantamento dessa praga em todo Estado, culminando com a constatação de 3 focos localizados nos municípios de Paraipaba e Caucaia na região metropolitana de Fortaleza.  Os dois primeiros focos foram constados em viveiros de mudas no município de Paraipaba e o último em chácara no município de Caucaia. As medidas inicialmente adotadas foram: com referência aos viveiristas, foi efetuada a interdição, apreensão e destruição imediata das mudas infestadas e com relação a chácara, a equipe ainda esta fazendo o levantamento da extensão da ocorrência da praga para efetuar as pulverizações com inseticidas e posterior monitoramento em toda região e seus limites. Quanto ao restante do Estado ainda não foi detectada a presença da Mosca Negra. O Governo do Estado já inciou ações emergenciais no sentido de conter o avanço e o estabelecimento da praga no Ceará. São ações de vigilância de trânsito, inspeção em viveiros, erradicação de focos, educação sanitária, capacitação de técnicos para emissão de Certificação Fitossanitária de Origem/CFO, informação através da mídia, entre outras. Possivelmente a introdução desta praga no Estado do Ceará se deu através de trânsito de mudas, diante disso, apesar dos esforços da ADAGRI de evitar a sua entrada, é fundamental que os viveiristas estejam bastante atentos quanto ao monitoramento em seus viveiros. Qualquer suspeita da presença da praga ligar para o telefone 85.3101.8074, que a ADAGRI imediatamente efetuará a inspeção no sentido de garantir a oferta de mudas sadias e evitar que esta praga se dissemine em nosso Estado.

Tito Carneiro
Diretor de Sanidade VegetalAdagriFone: 85 – 3101.8074
Fonte: ADAGRI

terça-feira, 19 de junho de 2012

Pragas quarentenárias


Praga quarentenária é todo organismo de natureza animal e/ou vegetal, que estando presente em outros países ou regiões, mesmo sob controle permanente, constitui ameaça à economia agrícola do país ou região importadora exposta. Tais organismos são geralmente exóticos para esse país ou região e podem ser transportados de um local para outro, auxiliados pelo homem e seus meios de transporte, através do trânsito de plantas, animais ou por frutos e sementes infestadas. As pragas quarentenárias se agrupam em duas categorias:
A1 – são as pragas exóticas não presentes no país e
A2 – são pragas de importância econômica potencial, já presentes no país, porém apresentando disseminação localizada e submetidas a programa oficial de controle.
São consideradas pragas quarentenárias na fruticultura, para o Brasil, as moscas-das-frutas: Anastrepha ludens (moca-das-frutas mexicana), Anastrepha suspensa (mosca-das-frutas do Caribe), Ceratitis rosa (mosca-das-frutas-de-natal), Daucs cucurbitae(moca-do-melão), D. tryoni (mosca-de-queensland), Toxotripana curvicauda (mosca-do-mamão) e Bactrocera carambolae (moca-da-carambola). Além das moscas-das-frutas citadas, são ainda relacionadas como pragas quarentenárias para as frutíferas no Brasil: a mosca-negra-dos-citros (Aleurocanthus woglumi), o gorgulho da manga (Sternochetus mangiferae) e a cochonilha rosada (Maconellicoccus hirsutus). No caso específico da manga, o impacto negativo da introdução da mosca-da-carambola, bem como da mosca-negra-dos-citros e de outras pragas A1, como o gorgulho-da-manga e a cochonilha rosada, pode ter conseqüências desastrosas tanto econômica quanto ambientalmente. Mas medidas preventivas para evitar a entrada dessas pragas no Brasil e na região do Vale do São Francisco estão sendo tomadas.
De maneira semelhante, também estão sendo executadas medidas preventivas para evitar a entrada de pragas do tipo A2 no Vale do São Francisco uma vez que a ocorrência deste tipo de praga em alguns estados brasileiros foi registrada.
FONTE: Embrapa

domingo, 17 de junho de 2012

Entomologia cont.2


BARATAS
Características são os insetos mais comuns ao convívio humano, no entanto, das cerca de 4.000 espécies existentes, a sua maioria é silvestre. Apenas menos de 1% busca o convívio com o homem, devido às condições propícias relacionadas à disponibilidade de alimento, abrigo e água. Estas espécies são chamadas de baratas domésticas. Assim, baratas domésticas são aquelas que vivem dentro de residências (domicílios ou outras estruturas construídas pelo homem), no peridomicílio (ao redor de estruturas) e seus anexos, tais como caixa de gordura, esgoto, bueiros e outros locais úmidos e escuros. Estudos de fósseis de baratas demonstram que estes animais mudaram muito pouco nos aproximadamente 300 a 400 milhões de anos que existem na face da terra. Por isso, a barata é considerada uma das espécies de maior capacidade de adaptação e resistência do reino animal, podendo adaptar-se às mais variadas condições do meio ambiente. Baratas são insetos de pequena importância médica, quando comparados a outros insetos transmissores de doenças, tais como a dengue, malária, etc. Não há evidência de que as baratas causem doenças ou zoonoses por transmissão direta (não são vetores). Possuem corpo ovalar e deprimido. Seu tamanho pode variar de alguns milímetros a quase 10 centímetros, tendo em geral coloração parda, marrom ou negra. Existem, no entanto, espécies coloridas. O formato e o tamanho variam dependendo da espécie, sendo que, genericamente podemos dizer que: machos são menores que as fêmeas; quando diferem pelas asas, os machos tem asas mais desenvolvidas que a fêmea; em algumas espécies os machos são alados e fêmeas ápteras. A cabeça é curta, subtriangular, apresentando olhos compostos grandes e geralmente dois ocelos (olhos simples).As antenas encontram-se inseridas entre os olhos compostos, apresentando formato filiforme e podendo atingir o dobro do comprimento do corpo. Elas desempenham um papel fundamental na sobrevivência da barata servindo não apenas como elemento de direção, mas também podendo captar vibrações no ar ou ainda cheirar alimentos ou feromônios. O aparelho bucal é mastigador, possibilitando roerem papéis, roupas sujas de alimento (cola, doces, etc.), pelos, pintura, mel, pão, carne, batatas, gorduras, lombadas dos livros e os seus dourados. Algumas se alimentam de madeira (celulose), sendo tal alimento digerido por microrganismos como sucede entre os cupins. O tórax apresenta o seu primeiro segmento bem desenvolvido, com o pronoto largo, achatado, cobrindo a cabeça. As pernas são ambulatórias, tornando as baratas andarilhas excepcionais. Apresentam coxa grande, fêmures e tíbias com espinhos e, em geral, têm tarsos pentâmeros. O abdome é séssil, alargado e deprimido, apresentando em geral 10 segmentos. Apresenta um par de cercos no último urômero, acrescido de um par de estilos nos machos. São insetos hemimetábolos, ou seja, apresentam metamorfose gradual ou parcial (simples) em três estágios: ovo, ninfa e adulto. As mais comuns no Brasil são a Barata alemã (Blatella germanica) e a Barata-de-esgoto (Periplaneta americana). As baratas não são bons insetos voadores, sendo que o meio de disseminação mais comum é propiciado pelo próprio homem. As baratas escondem-se em engradados, caixas e sacos, atingindo o mundo todo.
Habitat ambientes com pouca luminosidade e úmidos.
Ocorrência cosmopolitas, encontrando-se nos mais diversos ambientes ao redor do mundo (menos nas calotas polares). A maior parte das espécies é de origem tropical ou subtropical, havendo referências de serem procedentes do continente africano. Popularmente, as baratas são consideradas veiculadoras de doenças causadas por disseminação mecânica de patógenos diversos tais como esporos de fungos, bactérias, vírus, etc., nas pernas e corpo, adquiridas quando percorrem esgotos e lixeiras ou outros lugares contaminados.
Hábitos hábitos noturnos, sendo mais ativas à noite, quando saem do abrigo para alimentação, cópula, oviposição, dispersão, vôo. O hábito noturno das baratas pode ser explicado através do mecanismo de seleção natural. Durante sua evolução as baratas que se mantinham ativas à noite sobreviviam, ao contrário daquelas que tinham hábitos diurnos. Estes insetos passaram assim a predominar no ambiente, transmitindo a seus descendentes este comportamento chamado de fototropismo negativo, significando que elas procuram sempre a escuridão ao invés da luz. Durante o dia ficam abrigadas da luz e da presença de pessoas, algumas condições especiais contribuem para o seu aparecimento diurno, tais como: excesso de população; falta de alimento ou água (stress). Embora não sejam animais sociais, como as abelhas, cupins e formigas, as baratas são gregárias, sendo comum ocorrerem em grupos.
Alimentação onívoras, ou seja, comem de tudo que tenha algum valor nutritivo para elas. São particularmente atraídas por alimentos doces, gordurosos e de origem animal. No entanto, podem se alimentar de queijos, cerveja, cremes, produtos de panificação, colas, cabelos, células descamadas da pele, cadáveres, matérias vegetais.
Reprodução a postura dos ovos é feita dentro de uma cripta genital em uma capsula denominada ooteca, em forma de bolsa fechada, a qual contém duas fileiras de ovos justapostas e separadas por uma membrana. O número de ovos varia com a espécie podendo variar de 4 a 50 ovos. A ooteca é colocada, pela maioria das espécies, em um lugar seguro, próximo à uma fonte de alimentos, cerca de dois dias após sua formação. Apenas a Barata alemã (B. germanica) carrega a ooteca até cerca de 24-48 horas antes da eclosão dos ovos. As próprias ninfas rompem a ooteca na maioria das espécies, à exceção da Barata-de-esgoto (P. americana) onde as formas jovens são liberadas com o auxílio da mandíbula materna. As formas jovens (ninfas) parecem-se com as adultas. Um casal de B. germanica pode produzir em condições ideais no período de um ano, cerca de 10.000 indivíduos considerando-se a primeira e segunda gerações.
Predadores naturais aves, pássaros, lagartos e cobras. 
Barata alemã – a Blatella germânica é denominada de barata pequena, barata alemãzinha, barata alemã, francesinha, paulistinha. Trata-se de baratas de pequeno tamanho, altamente prolíficas. Como ninfa chegam a medir um milímetro. Os lugares preferidos para se abrigarem são acanhados e geralmente passam despercebidos aos nossos olhos, como por exemplo, azulejos quebrados, batentes de portas, armários e prateleiras de madeira, vãos e cavidades em geral (conduítes elétricos), motores de equipamentos de cozinha, atrás e debaixo de pias e balcões, etc.
Diferentemente da P.amerciana, a B. germânica carrega a ooteca até que esteja madura, depositando-a em um lugar abrigado próximo de uma fonte de alimento. Áreas onde ocorrem a manipulação e armazenagem de alimentos estão sujeitas a infestação pela B. germanica. Assim, embalagens de produtos são um eficiente mecanismo de dispersão da praga, uma vez que elas se alojam facilmente em pequenos espaços em caixas de papelão, sacos plásticos e outros materiais. É desta maneira que a barata alemã, assim como outras, pode se dispersar com facilidade para qualquer lugar do mundo, seja sua vizinhança, seja um outro país. Ocorre a concentração de baratas alemãs na cozinha, sanitários e outras áreas onde haja alimento e umidade disponível.
Em nossas residências podemos facilmente criar "habitats" para as baratas, através do acúmulo de jornais e livros, acúmulo de lixo, furos e rachaduras em paredes, azulejos soltos, forros de gesso e madeira, vãos entre a instalação elétrica/hidráulica e as paredes, espaço entre o fundo de armários embutidos e gabinetes em relação a parede. Também em armários e ambientes fechados pouco ventilados, com acúmulo de materiais como em maleiros de guarda-roupas, cabine de quadros de energia e relógio de água, porões, sótãos.
Barata-de-esgoto – a Periplaneta americana, também denominada de barata grande, barata voadora, barata-de-esgoto, é uma das espécies domésticas mais comuns no Brasil. As baratas americanas podem viver em grandes grupos sobre paredes nuas, desde que não haja perigo ou distúrbios constantes, como predadores naturais ou outros riscos (limpeza, etc.). No entanto, normalmente apresentam um comportamento mais tímido, vivendo em ambientes mais reclusos e maiores, uma vez que se tratam de insetos grandes, que não podem se esconder em qualquer lugar. Normalmente, a barata americana deposita a ooteca em um lugar seguro (abrigo) próximo de uma fonte de alimento e numa inspeção, lugares como rodapés, rachaduras, cantos e frestas, ralos, caixas de gordura, etc, devem ser inspecionados para avaliar o grau de infestação desta praga. Os locais preferidos para os adultos se estabelecerem são os esgotos, as canaletas de cabos, as caixas de inspeção, as galerias de águas pluviais, as tubulações elétricas. Aparecem também em áreas pouco freqüentadas por pessoas como os arquivos e depósitos em geral, principalmente onde haja abundância de papelão corrugado, seu esconderijo preferido. 


BARATA D'ÁGUA (Lethocerus maximus)
Características os adultos podem exceder os 11 cm. Muito robusta, com pernas dianteiras adaptadas à caça e pernas intermediárias e traseiras adaptadas ao nado. Têm a capacidade de reter o ar permitindo o mergulho. Face ventral coberta por pequenos pelos. Coloração marron-acinzentada.
Habitat margens de lagos e represas ricas em plantas aquáticas
Ocorrência América do Sul
Alimentação peixes, rãs etc., dos quais suga-lhe os líquidos orgânicos. Topo