terça-feira, 30 de abril de 2013

Jequiranobóia


1. FICHA DO BICHO:
Nomes vulgares: Jequitiranabóia, jequiranabóia, jetiranumbóia, jitiranabóia, jiquitiranabóia, tirambóia, jaquiranabóia, cobra-voadora, cobra-do-ar (Norte do BR), cobra-de-asa (Norte do Brasil) e em inglês, Alligator - Headed Lantern Fly.
Nome científico: Fulgora lanternaria (L., 1758)
Origem do Nome: Descende do tupi-guarani, onde iakirána = "cigarra" e mbóia = "cobra". Portanto a definição indígena corresponde a "cobra" e Jequiranabóia, a pronúncia original indígena.
Ordem: Hemiptera
Subordem: Auchenorryncha
Família: Fulgoridae (Fulgorídeos)
Gênero: Fulgora
Espécie: F.lanternaria ( L. , 1758).
2. COMO É O BICHO?
É um inseto homóptero (parente da cigarra) e inofensivo que apresenta características que dão origem a crendices. Possui uma cabeça intumescida (forma de fava de amendoim) e quitinizada (quitina = proteína resistente) cuja forma vista de lado, lembra a cabeça de um réptil (cobra ou jacaré), com falsos dentes. Apresenta também um tubérculo perto da base semelhante a um grande par de olhos. Estes de fato se acham ao lado e junto deles há um fio sobre um pequeno tubérculo, o que representa sua antena.
Vista lateral semelhante à cabeça de um réptil
Suas asas são amarelo-sujas, pontilhadas de pardo e preto. As asas posteriores possuem grandes ocelos, lembrando grandes olhos, como nas borboletas-coruja (Caligo ilineus). Medem ao todo de 6 a 7 cm de comprimento com o dobro de envergadura.

Asas abertas mostrando os ocelos
Raramente ultrapassam os 10 cm de comprimento. Quando estão de asas fechadas (Fig.3), a aparência na qual são associados às crendices, se evidência.
Como são parentes das cigarras, sua reprodução pode ser similar. Isto é, de seus ovos eclodem larvas que passam todo seu estádio característico sob a terra (fase subterrânea) sugando raízes, e quando estas já estão prontas para a metamorfose, saem de seus abrigos subterrâneos e sobem nas vegetações para saírem de sua forma larvária, formando a "crisálida" e desta, a fase adulta.
3. O QUE O BICHO FAZ?
Gosta muito de voar depois do crepúsculo, sobre as florestas tropicais. Portanto é um animal de hábitos noturnos. Nas cidades, é atraída pela luminosidade das ruas, como outros insetos. Quando pousados, têm o hábito curioso de andar de lado e para trás.
Os inimigos naturais da Fulgora lanternaria, não são muitos. As aves (garças, corujas etc), mamíferos (primatas e carnívoros), répteis (serpentes e lagartos) e anfíbios (sapos). Em outros países os Fulgorídeos são parasitados pelas larvas de vespas e também por lagartas que vivem de forma parasitária sobre alguns insetos, alimentando-se de suas secreções. Este hábito concorreu para o desenvolvimento de sistemas de controle biológico, para combater as espécies pragas.
Alimenta-se do néctar de frutas e seiva de vegetais, retirados por sucção através de seu apêndice bucal.
4. ONDE O BICHO VIVE?
Esta espécie é muito comum na América do Sul, em grande parte no território brasileiro. Pode também ser encontrada nos países da América Central, como na Venezuela, Colômbia e Peru. Vive nas florestas tropicais.
Existem exemplares de outras famílias, que podem ser encontradas em outras regiões do mundo, como por exemplo, o caso da Saccharivora sp. (Antilhas), Saccharosydne sp. (Hawaí), Liburnia furcifera (Japão) e outras da Malásia e Bornéu. Nestes territórios algumas espécies são consideradas grandes pragas agrícolas (arroz, milho, cana-de-açúcar etc), causando grandes danos para a agricultura local. Como é o caso das Antilhas, considerada praga agrícola ataca a cultura da cana-de-açúcar e no Japão, a espécie ataca o arroz.
5. CURIOSIDADES DO BICHO:
São considerados os exemplos mais significativos do folclore brasileiro. Começaremos a relatar sua característica marcante: a cabeça. A possível bioluminescência é um fato muito marcante. Como o próprio nome foi batizado na época, "lanternaria" (lanterna). Mas alguns cientistas dizem que este fenômeno origina-se de bactérias fotogênicas que se desenvolvem sobre a cabeça dos exemplares. Porém, não possuo uma confirmação.
Muitas aldeias indígenas e comunidades próximas o temem, e desta forma acabaram disseminando por muito tempo o folclore do jequitiranabóia. Segunda a lenda Jequi, caso pouse em uma pessoa ou sobre um galho, este secará completamente e definhará até a morte. Isto se deve ao fato de os animais, algumas vezes, serem encontrados em troncos secos, acreditando-se que ao sugar sua seiva, levou a morte o órgão vegetal. Mas o leitor não deve se assustar com estas falsas crenças, pois o jequitiranabóia é um inseto inofensivo e incapaz de "secar" pessoas ou outros animais e até mesmo vegetais de grande porte. O que ocorre na verdade é que de fato já foi relatado, são seus hábitos alimentares (suga seivas e o néctar de frutas), só ocorrendo algum dano, ao vegetal, se o número de insetos for muito grande em planta já debilitada.
É considerado também um animal venenosissímo, pelo fato de se assemelhar a uma serpente. No ano de 1833, foi descrito como sendo: ".. há, porém entre todas mais perigosa e terrível, a jaquiranambóia". Esta observação por mais improvável que seja, é muito acreditada ainda pelas pessoas que vivem nas zonas distantes das cidades e próximas a florestas. Mas também não devemos inferiorizar e ignorar estas, pelo fato de acreditarem ou não nestas crenças, pois isto faz parte de nossa múltipla cultura e que não pode ser apagada de nossa história.
O jequitiranabóia antigamente, era visto com grande freqüência no interior das pequenas cidades, principalmente as do interior do Estado de São Paulo. Mas atualmente estas observações são muito difíceis de serem feitas, pois esta e muitas outras espécies acabaram se confinando em determinadas regiões. Este confinamento é prova de que o devastamento, a caça predatória (tráfico de animais) e a poluição estão a cada dia mais intensas, extinguindo a biodiversidade de nossa tão rica fauna e flora.


quarta-feira, 27 de março de 2013

A borboleta Azul

Esta borboleta deposita os seus ovos na genciana-de-turfeiras (Gentiana pneumonanthe); na região dos Alpes são às vezes encontrados na Gentiana asclepiadea. As lagartas não comem outras plantas. As larvas abandonam a planta após crescerem suficientemente (4º instar) e aguardam no solo abaixo até serem encontradas por formigas. As larvas emitem químicos superficiais (alomonas) muito semelhantes às das larvas das formigas, levando as formigas a transportarem as larvas da borboleta para os seus ninhos colocando-as juntamente com as suas larvas; ali são alimentadas pelas formigas operárias e devoram as larvas de formiga. Quando a larva da borboleta está totalmente desenvolvida transforma-se em pupa. Quando o adulto emerge tem de empreender a fuga do ninho de formigas. Estas reconhecem a borboleta como um intruso, mas quando tratam de atacá-la com as suas mandíbulas não conseguem agarrá-la pois a borboleta possui uma camada espessa de escamas que se soltam facilmente.
Parasitismo e predadores
Com o tempo, algumas colônias de formigas parasitadas desta forma alteram ligeiramente as alomonas das larvas como forma de defesa, levando a uma "corrida às armas" evolucionária entre as duas espécies. De um modo geral, as espécies de Lycanidae que têm uma relação mirmecófila com as formigas do gênero Myrmica apresentam especificidade de hospedeiro. A borboleta-azul é diferente neste aspecto pois usa diferentes espécies de hospedeiros em diferentes regiões da Europa. Entre elas enconram-se Myrmica scabrinodis, Myrmica ruginodis, e Myrmica rubra. As larvas de borboleta-azul são procuradas debaixo do solo pela vespa Ichneumon eumerus. Ao detectar uma larva de borboleta-azul, a vespa entra no ninho e dispersa uma feromona que faz com que as formigas do ninho se ataquem mutuamente. Na confusão resultante, a vespa localiza a larva da borboleta e injecta-a com os seus próprios ovos. No estádio de pupa da borboleta, os ovos de vespa eclodem e as larva da vespa consomem a pupa por dentro.

Fonte: Cantinho

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Controle de baratas


A barata é um inseto que pode atuar como vetor de diversos patógenos (bactérias, fungos, protozoários, vírus e vermes). As baratas são responsáveis pela transmissão de várias doenças através das patas e fezes pelos locais onde passam, sendo assim consideradas perigosas para saúde humana.
O controle químico com agrotóxicos é comum porém traz riscos a saúde humana e ao meio ambiente, existem receitas alternativas que dão um bom resultado, porém qualquer produto utilizado por si só não vai resolver o problema, é preciso combater três fatores básicos que proporcionam a proliferação de baratas no ambiente, que são : Acesso a água, comida e abrigo, associado a higiene do local.
A seguir estão citados três receitas alternativas para controle de baratas, essas receitas praticamente não agridem o meio ambiente e não é necessário que as casas sejam abandonadas temporariamente pela família, logicamente as iscas devem ser mantidas fora do alcance das crianças e é indicado que elas sejam colocadas a disposição das baratas nos horários que geralmente as pessoas da casa costumam estar dormindo ou saiam para trabalhar, pois esses insetos identificam esses períodos que o ser humano não oferece tanto perigo.

Alternativa 1:
Ácido bórico: 100 gramas (compre nas farmácias).
1 cebola média e bem picada.
1 colher de sopa de farinha de trigo
Modo de preparo: Misture bem os ingredientes e faça bolinhas. Após é só espalhar pela casa em locais onde as baratas tenha fácil acesso.

Alternativa 2:
Ácido bórico : 200 gramas
Queijo ralado: 3 colheres (sopa)
Açúcar : 3 colheres
Cebola ralada: 3 colheres
Farinha de trigo: 2 colheres
Mode de aplicação: Coloque em tampinha ou outro recipientes e disponibilize aos insetos.

Alternativa 3:
Misturar um pouco de ácido bórico com farinha de trigo e umedecer com cerveja.
Fazer bolinhas e por em tampinhas de refrigerante ou outro recipiente que as barates tenham acesso ao preparo, para atrair os insetos coloque cebola ralada ao redor das iscas.
Em casos onde a residência esteja com uma alta infestação de baratas pode-se fazer o controle químico com agrotóxicos para ter um efeito mais rápido e depois entrar com as receitas acima descritas para manter o ambiente livre dos insetos, mas sempre lembrando que é preciso manter o local higienizado e impedir o acesso a água, alimentos e abrigo. Também é importante destacar que o principal elemento das receitas é o ácido bórico que é encontrado em farmácias e ele não é repelente, a mistura mata pela ingestão, então é preciso por as iscas em locais de fácil acesso para as baratas.

Lembrete: Apesar de se tratar de receitas alternativas é recomendado utilizar EPIs (Equipamentos de proteção individual) e evitar o acesso de crianças e animais domésticos ao produto.

Fonte: Rural atual

4. Os níveis de organização em ecologia: populações, comunidade e ecossistemas



Começaremos discutindo o que é a Ecologia, para, em seguida, perceber qual é a importância de se entender os processos ecológicos.
A palavra “ecologia” foi usada pela primeira vez em 1869 e o conceito que representa foi aprimorado ao longo do tempo. Hoje, de uma forma simples, pode-se dizer que Ecologia é “o estudo científico das interações que determinam a distribuição e a abundância das espécies”.
Para entender a forma como os organismos se espalham por uma certa área e quais os fatores que determinam a quantidade de indivíduos de uma espécie, é necessário inicialmente conhecer as condições do meio em que vivem, bem como as relações desses indivíduos uns com os outros dentro da própria população. Também devem ser investigadas as relações entre indivíduos da espécie considerada e os das outras espécies com os quais convivem na comunidade.
A figura ao lado representa esquematicamente uma determinada área povoada por indivíduos de diferentes “espécies”. 
O homem, como qualquer outro ser vivo, está inserido em certas condições ambientais, interage fortemente com o meio e com outras espécies, sejam elas microorganismos, vegetais ou outros animais. Vamos, então, iniciar nosso estudo de Ecologia reconhecendo como nós mesmos interagimos com o meio físico e com outras espécies.
Primeiramente, vamos delimitar a área ou espaço urbano em que você mora ou passa a maior parte do dia. Você é um indivíduo, pertencente à comunidade instalada na área.
As estruturas corporais e as ações envolvidas na solução de problemas específicos impostos pelo ambiente são chamadas adaptações. Organismos mais bem adaptados a um ambiente são os que apresentam as soluções mais eficientes para garantir sua sobrevivência. Se as adaptações são determinadas por genes, tornam-se hereditárias, passando de uma geração para outra. Torna-se então muito interessante para a espécie que soluções eficientes alcançadas por um indivíduo possam disseminar-se para outros indivíduos da população, de modo a aumentar também neles a chance de sobrevivência individual e da própria população.
As entidades ecológicas (indivíduos, populações, comunidades, ecossistemas) constituem, nessa ordem, uma hierarquia. Cada nível (chamado nível de organização) possui atributos específicos, que não se definem em outros níveis. Um exemplo: pode-se determinar a altura individual, mas não faz sentido pensar em altura da população; o correspondente populacional da altura individual é a altura média. A densidade populacional só se define numa população, não tendo correspondente nos níveis individual ou de comunidade. Pode-se falar em número de espécies na comunidade, mas não tem sentido imaginar a mesma coisa para uma população isolada, já que aí todos os indivíduos são da mesma espécie.
Cada nível de organização envolve processos ou mecanismos particulares: os indivíduos nascem, respiram, se locomovem, excretam resíduos, crescem, adoecem, morrem. As populações podem “nascer” e “crescer” a partir da reprodução de alguns indivíduos iniciais. O crescimento aí corresponde ao aumento do tamanho da população, ou seja, do número de indivíduos. O tamanho de uma população também pode reduzir-se gradualmente até sua extinção: populações também “morrem”. Uma comunidade “nasce” (a partir de indivíduos de diferentes espécies que invadem um novo ambiente ainda desabitado), “cresce” (aumentando a diversidade – número de espécies ou populações) e pode até se extinguir. Vemos, então, que as entidades ecológicas “funcionam”, isto é, têm uma fisiologia própria. O tamanho das populações, por exemplo, se mantém ao longo do tempo às custas do equilíbrio entre forças negativas (mortalidade e emigração de indivíduos) e positivas (natalidade e imigração). As características das comunidades refletem o efeito conjunto das condições abióticas e das interações entre organismos das populações que as compõem. Por fim, um ecossistema em funcionamento apresenta dois processos cruciais: o fluxo energético, e a ciclagem de materiais, geralmente chamada de ciclagem de nutrientes.
Em decorrência desses processos, o meio afeta os seres vivos, e estes também afetam o meio. Sabe-se hoje que nossa atmosfera só apresenta O2 e CO2 graças à atividade vital de organismos no passado.
Assim como ocorre nos sistemas físicos, a manutenção dos sistemas biológicos, em todos os níveis de organização, também requer energia. Quanto mais complexa for a organização dos sistemas, mais energia será requerida para manter sua integridade. É importante notar que, sendo essa energia essencialmente química (está nas ligações entre os átomos nas moléculas), não pode ser dissociada dos materiais em que reside.



quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Área livre de Sigatoka Negra no Ceará


AÇÕES DE DEFESA FITOSSANITÁRIA
Monitoramento permanente da Sigatoka Negra
Todo o Estado do Ceará é reconhecido como Área Livre de Sigatoka Negra da bananeira,  doença  causada  pelo  fungo  Mycosphaerella  fijiensis(Morelet)  Deighton. Visando cumprir os procedimentos de manutenção da referida área, faz-se periodicamente o levantamento de detecção nas propriedades rurais, pomares não comerciais e áreas urbanas. 
Medidas de Prevenção
Para que a praga não seja introduzida em áreas livres, é necessário que sejam aplicadas rígidas medidas sanitárias de natureza proibitiva, como proibir o trânsito de vegetais contaminados e suas partes para regiões sem ocorrência da praga; as cargas procedentes de outros Estados devem estar acompanhadas Certificado Fitossanitário de Origem(CFO) ou Permissão de Trânsito de Vegetais(PTV); não utilizar folhas de bananeira para proteção e acondicionamento de qualquer produto vegetal durante o transporte; desinfectar  produtos,  caixarias  e  veículos  oriundos  de  áreas  onde  ocorre  a  praga  e erradicar pomares abandonados e improdutivos;
Medidas de Controle
Com a introdução e o estabelecimento da praga, diversas medidas podem ser tomadas no sentido de controlar a Sigatoka Negra no Estado como: 
Controle  Químico: aplicação  de  fungicidas  do  grupo  dos  ditiocarbamatos seguidos pelos sistêmicos dos grupos benzimidazóis e triazóis. Recomenda-se a aplicação alternada dos princípios ativos para evitar a ocorrência de resistência. 
Controle Cultural: eliminação racional das folhas infectadas ou de parte destas para redução de fonte de inóculo no interior do bananal.
Uso  de  Variedades  Resistentes: as  variedades  susceptíveis  devem  ser substituídas  pelas resistentes,  visando  à  redução  da  aplicação  de  inseticidas.  São variedades consideradas resistentes ou tolerantes à sigatoka negra: Pacovan Ken, Fhia 18, FHIA-1, FHIA 20, Caipira, Thap mao, Prata graúda, Maravilha e Preciosa).
Controle do Trânsito
O controle do trânsito de plantas e partes de plantas de bananeira é realizada nas barreiras fixas e volantes de fiscalização zoofitossanitária localizadas estrategicamente nas principais vias de acesso ao Estado.


Fonte: ADAGRI