quinta-feira, 31 de maio de 2012

Cultura de tecidos

Fatores que afetam a regeneração in vitro
Existe três fatores que afetam a regeneração in vitro: o genótipo (qual espécie, cultivar ou variedade que está sendo usada), a fonte de explantes (folha, raiz, caule, meristema, etc) e a condição da cultura (meio de cultura, luz, temperatura e vasilhame). O sucesso da iniciação e regeneração da cultura in vitro depende da decisão correta no estabelecimento de todos estes fatores. Na realidade, muito ainda precisa ser conhecido pelos mecanismos de hormônios vegetais e sobre os processos que controlam o desenvolvimento das plantas. A melhor  via para o desenvolvimento de sistemas de regeneração in vitro continua sendo aquela baseada em testes que incluem esses três fatores. O objetivo destes testes é obter um combinação ótima dos fatores para que o processo seja bem-sucedido (Caldas et al. 1998).
A escolha do genótipo a ser utilizado na cultura de tecidos vai depender dos objetivos experimentais. É interessante notar que variedades de uma mesma espécie respondem de maneira diferente às condições de cultivo. No entanto, alguns autores consideram que toda espécie e toda cultivar são capazes de responder às condições de cultura in vitro desde que seja utilizada uma combinação correta dos demais fatores que afetam a regeneração in vitro (Mantell et al., 1994).
A fonte de explante também é fator importante no sucesso da regeneração in vitro, pois a capacidade de regeneração depende da maturidade, do estádio fisiológico e do tecido utilizado. Por exemplo, uma folha em senescência já perdeu grande parte de seus nutrientes e está em processo degenerativo, não sendo uma boa fonte de explante. De modo geral, tecidos jovens e em crescimento são utilizados como fonte de explante.
As condições de cultura, principalmente, o meio de cultura são decisivos para o sucesso da regeneração in vitro. O meio de cultura é constituído de sais minerais (micro e macronutrientes), nitrogênio reduzido, uma fonte de carbono, vitaminas e reguladores dos explantes. A combinação adequada entre esses componentes, associada às demais condições da cultura como luz (intensidade, qualidade e fotoperíodo), temperatura e vasilhame da cultura (tamanho e permeabilidade a trocas gasosas) é a base da tecnologia da cultura de tecidos vegetais (Kerbauy, 1997). Na figura 2, ilustra-se uma câmara de crescimento em que são controlados e estudados os diferentes fatores que afetam a regeneração in vitro
Figura 2: Câmara de crescimento utilizado na tecnologia de cultura de tecidos.

Fonte: Princípios da cultura de tecidos. DOCUMENTOS, Nº 58, Dezembro 2002, 16p.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Compostagem: Aproveitamento do lixo orgânico

O gerenciamento correto dos resíduos sólidos é um dos grandes desafios ambientais da atualidade. A Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – divulgou o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil¹, referente ao ano de 2010. O estudo revelou que a produção de lixo no país cresceu seis vezes mais do que a população.
O volume de RSU – Resíduos Sólidos Urbanos – gerado em 2010 pela população foi de quase 61 milhões de toneladas  de lixo (uma média de 378kg por pessoa). Não bastasse esse dado alarmante, também foi constatado que a quantidade de resíduos com destinação inadequada aumentou em relação ao ano anterior em quase dois milhões de toneladas. 23 milhões de toneladas foram encaminhadas a lixões e aterros controlados – que, por não possuírem mecanismos adequados para armazenamento do lixo, acabam contribuindo para a contaminação do solo e da água. E tudo isso, justamente no ano em que foi criada a PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos.
A maior parte do lixo residencial é formada por resíduos orgânicos que podem ser transformados em excelentes fontes de nutrientes para as plantas, através de uma técnica conhecida como compostagem, o que pode ser uma ótima forma de destinação para esse tipo de resíduo.
A compostagem é um conjunto de técnicas utilizadas para provocar a decomposição de materiais orgânicos, a fim de obter, em pouco tempo, um material estável, rico em nutrientes minerais, isto é, um excelente fertilizante orgânico.
Húmus
Na natureza, a “compostagem” acontece naturalmente, sem tempo definido, dependendo de uma série de fatores. Os galhos, folhas, flores, dejetos e restos de animais- por exemplo- ao cair no solo, sofrem ação de elementos presentes no ambiente, como a umidade, a temperatura, o oxigênio e os agentes “decompositores”, dentre outros. Com o tempo, a matéria orgânica decomposta torna-se húmus², liberando diversos nutrientes que são absorvidos pela terra, tornando-a mais produtiva.
O processo de compostagem envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo que exigem certas condições para realizar esse trabalho. Por isso, não basta amontoar uma porção de lixo orgânico no quintal ou em um compartimento. É preciso fornecer as condições adequadas aos microorganismos para que eles degradem a matéria orgânica, transformando-a nos minerais essenciais para a nutrição das plantas.
Métodos de Compostagem
Os métodos de compostagem podem variar de sistemas artesanais até sistemas mais complexos. De acordo com Fernandes (2000), os sistemas de compostagem podem ser agrupados em três categorias:
a) Sistemas de leiras revolvidas (Windrow): A mistura de resíduos é disposta em leiras³. A aeração é feita através do revolvimento dos materiais e pela convecção do ar na massa do composto.
Revolvedor Industrial de Leiras
b) Sistema de leiras estáticas aeradas (Static pile): A mistura é colocada sobre uma tubulação perfurada que injeta ou aspira o ar na massa do composto, não necessitando do revolvimento mecânico das leiras.
c) Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-vessel): Os materiais são colocados dentro de sistemas fechados, conhecidos como composteiros, que permitem o controle de todos os parâmetros do processo de compostagem.
Processo de Compostagem
O processo de compostagem pode levar de 60 a 120 dias para se completar, isto é, para que a matéria orgânica seja transformada em húmus. Esse tempo varia em função dos seguintes fatores:
§  Método de compostagem;
§  Umidade e aeração adequados;
§  Uso ou não de ativadores (torta de mamona, esterco, etc);
§  Tamanho dos restos orgânicos depositados.
 Vantagens da Compostagem
Além do aproveitamento dos resíduos orgânicos, o que diminui a quantidade de lixo descartada, a técnica ainda contribui para:
§  Redução do uso de fertilizantes químicos na agricultura;
§  Proteção do solo contra a degradação;
Melhoria das condições ambientais e da saúde da população.
Se você se interessou pelo assunto e quer conhecer todas as etapas de um processo artesanal de compostagem, acesse o link abaixo e baixe o documento “Compostagem Caseira de Lixo Orgânico Doméstico”, elaborado pela Embrapa:

FONTE:
Aproveitamento do lixo orgânico

domingo, 27 de maio de 2012

Coleta de Amostra de Solos

Procedimento para coleta de amostra de solos
Uma boa análise de solo depende da correta amostragem da área. Para tanto, recomenda-se seguir rigorosamente as instruções abaixo:
Fig. 1 – Exemplo de retirada de amostras de um terreno de baixada (amostra 1) e de meia encosta (amostra 2). As áreas dentro dos círculos não devem ser amostradas.
Como retirar amostras de terra e identificá-las:
1 – Dividir a propriedade em áreas uniformes de até 10 hectares, para retirada de amostras. Cada uma destas áreas deve ser uniforme quanto a cor, topografia textura e quanto as adubações e calagens que recebeu. Áreas pequenas, diferentes da circunvizinha, não deverão ser amostradas juntas.
2 – Cada uma das áreas escolhidas deverá ser percorrida em ziguezague, retirando-se, com um trado, de 15 a 20 pontos diferentes, que deverão ser colocadas juntas em um balde limpo. Na falta de trado poderá ser usado um tubo ou uma pá. Todas as amostras individuais de uma mesma área uniforme deverão ser muito bem misturadas dentro do balde, retirando-se uma amostra final de aproximadamente 200 g.
3 – As amostras devem ser retiradas da camada superficial do solo, até a profundidade de 20 cm, tendo antes o cuidado de limpar a superfície dos locais escolhidos, removendo as folhas e outros detritos.
4 – Não retirar amostras de locais próximos a residência, galpões, estradas formigueiros, depósito de adubo, etc. Não retirar amostra quando o terreno estiver encharcado.

Fonte:   EMBRAPA

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Carneiro hidráulico


Equipamento bombeia água sem utilizar energia elétrica ou óleo diesel
Texto Gustavo Laredo
O professor Geraldo Tiago Filho, da Universidade Federal de Itajubá, MG, sempre quis entender como funcionava o "golpe de aríete", fenômeno hidráulico que ocorre devido à interrupção abrupta do escoamento da água em um encanamento. O golpe, que resulta em aumento de pressão, pode ser comparado a uma freada brusca em um ônibus cheio, fazendo os passageiros se amontoar na parte da frente.
Para compreender o fenômeno, o professor construiu um carneiro hidráulico, que funciona com a energia gerada por essa pressão. O aparelho bombeia água sem usar energia elétrica ou combustível fóssil. Feito com garrafa PET e PVC, o modelo custa 90 reais.
O funcionamento é simples. Para iniciar sua operação, basta abrir a válvula do cano ligado à fonte de água da propriedade. A pressão força a abertura da válvula de retenção, permitindo a entrada de água na garrafa PET. O ar contido dentro dela é comprimido e a resistência à entrada da água vai aumentando até que a pressão no interior da garrafa suba e provoque o fechamento da válvula de retenção. Como a água fica impedida de retornar ao cano de alimentação, ela sai pelo cano que desemboca num reservatório.
Ensinamos ao lado a construir um carneiro hidráulico com tubo de captação de duas polegadas de diâmetro, suficiente para uma vazão de 1.320 a 2.700 litros por hora.

Como fazer
Materiais
•       1 garrafa PET (A) de dois litros com tampa;
•       1 bucha de redução de uma polegada por 3/4 de polegada (B);
•       1 Tê de PVC branco (C), com rosca de uma polegada;
•       1 bucha de redução de PVC branco (D), com rosca de uma polegada por 3/4 de polegada;
•       1 adaptador para mangueira (E), de 3/4 de polegada;
•       1 niple de PVC branco (F), de uma polegada;
•       1 bucha de redução de PVC branco (G), com rosca de duas polegadas por uma polegada;
•       1 válvula de retenção vertical (H), de duas polegadas;
•       2 niples galvanizados (I e J), de duas polegadas;
•       1 tê galvanizado (K), de duas polegadas;
•       1 válvula de poço ou de impulso (L);
•       1 parafuso 5/16 ou M8 com três porcas e uma arruela (M);
•       1 mola do acionador de válvula de descarga para vasos sanitários (N);
•       1 cano de aço de duas polegadas de diâmetro (O). O comprimento varia de acordo com a altura da queda d'água e do desnível ao qual a água será bombeada até o reservatório;
•       1 cano de aço de 3/4 de polegada de diâmetro (P). O comprimento deve ser dez vezes maior que o tamanho do tubo do item anterior;
•       10 centímetros quadrados de tela de sombreamento;
•       arame;
•       cola para PVC.
1) Faça um furo de 15 milímetros de diâmetro na tampa da garrafa (A). Fixe nela a bucha de redução de uma polegada por 3/4 de polegada (B), com a cola para PVC. Em seguida, rosqueie o tê de uma polegada (C) que, em uma de suas saídas, irá receber a bucha de PVC branco de uma polegada (D). Encaixe nesta peça o adaptador para mangueira (E) e o cano de aço de 3/4 de polegada (P), nesta ordem. Na outra ponta do tê coloque o niple de uma polegada (F).
2) Rosqueie o niple à bucha de redução de duas polegadas (G). Fixe nesta peça a válvula de retenção vertical (H) e um niple galvanizado de duas polegadas (I).
3) Encaixe no niple o tê galvanizado (K). Em uma de suas saídas, coloque o cano de aço de duas polegadas de diâmetro (O). Este tubo de alimentação deverá ser instalado 30 centímetros abaixo do nível da água para evitar a sucção de ar e com desnível mínimo de 1,5 metro para que a água seja conduzida até o carneiro. Para impedir que o cano entupa, coloque o pedaço de tela de sombreamento na entrada e amarre com arame.
4) Fixe na outra saída do tê o outro niple galvanizado (J) e a válvula de poço ou de impulso (L). Para que o tampão desta válvula impulsione a água, faça um furo na base do crivo (que acompanha a válvula) para encaixar o parafuso 5/16 ou M8 (M). Rosqueie uma das porcas até a posição intermediária do parafuso. Rosqueie o parafuso até que a porca encoste-se ao fundo do crivo. Entre duas porcas, prenda a arruela na ponta livre do parafuso. Ao recolocar o crivo na válvula, insira a mola (N) entre a arruela e o tampão da válvula.
5) Para calcular o comprimento do cano de aço que recebe a água da fonte (O), utilize esta fórmula.
LQ = (H/h x 0,3) +H
Onde LQ é o comprimento do cano de alimentação, H é a altura que água percorre até o reservatório e h é a altura de queda da água da fonte até o carneiro. Supondo que o h seja de 2,5 metros e o H de 15 metros, tem-se:

LQ = (15/2,5 x 0,3) + 15 = 16,8m
6) Para calcular o tamanho do cano de aço que leva a água até o reservatório (P) basta multiplicar por dez o comprimento do tubo de alimentação LQ. Pegando o exemplo acima, o valor seria 168 metros.

Informações: Centro Nacional Referência em Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos - Av. BPS, 1303. C.P. 50-Itajubá/MG, CEP 37500-000 Tel. (35) 3629-1157, www.cerpch.unifei.edu.br

FONTE: Globo Rural



segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cultura do Abacaxi


NOVA CULTIVAR DE ABACAXI RESISTENTE À FUSARIOSE

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) desde 1976 vem introduzindo e avaliando cultivares e genótipos de abacaxizeiro com o objetivo de selecionar plantas resistentes às principais doenças, produtivas e com frutos de qualidade comercial aceitável.
Em 1984, foi iniciado o Programa de Melhoramento Genético do Abacaxizeiro, coordenado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, em Cruz das Almas- BA, com o objetivo principal de identificar fontes de resistência e obter híbridos resistentes à fusariose, doença causada pelo fungo Fusarium subglutinans f.sp. ananas, além de mais produtivos e com qualidade de frutos para o mercado. Neste programa, utilizando como parental feminino a cv. Primavera (PRI) e parental masculino a cv. Smooth Cayenne (SC), foram gerados centenas de híbridos, que após avaliações preliminares em condições controladas resultaram na seleção de genótipos promissores, avaliados posteriormente em diferentes regiões produtoras. Destes, três híbridos provenientes da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical foram introduzidos nas Fazendas Experimentais do Incaper, onde nos últimos 10 anos se realizou uma Seleção Recorrente Clonal no híbrido PRIxSC-08, originando o genótipo de acesso EC-099, que deu origem à cultivar Vitória
Nas avaliações realizadas em distintas regiões do Espírito Santo (municípios de Marataízes, João Neiva, Cachoeiro do Itapemirim e Sooretama), a nova cultivar destacou-se dos demais genótipos, apresentando resistência à fusariose, principal problema fitossanitário da cultura no país, que causa em média 30 a 40% de perdas na produção de frutos e aproximadamente 20% de mudas.
A cultivar Vitória apresenta características agronômicas semelhantes ou superiores em relação às cvs. Pérola e Smooth Cayenne, usadas como referência. As plantas têm como vantagem a ausência de espinhos nas folhas, o que facilita os tratos culturais, sendo as recomendações técnicas de cultivo as mesmas atualmente em uso pelos produtores para a 'Pérola' e 'Smooth Cayenne'. Possui praticamente o mesmo porte da 'Pérola' e plantas vigorosas.
Apresenta bom perfilhamento, bom desenvolvimento e crescimento, produz frutos quando maduros de excelente qualidade para o mercado. Os frutos têm polpa branca, elevado teor de açúcares (média de 15,8 °Brix) e excelente sabor nas análises químicas e sensoriais, sugerindo que suas características relativas à acidez são superiores às do abacaxi 'Pérola' e ‘Smooth Cayenne’, tendo ainda uma maior resistência ao transporte e em pós-colheita, o que pode facilitar a sua adoção pelos produtores e ter a preferência dos consumidores.
Outras características favoráveis da cultivar Vitória são o formato cilíndrico dos frutos, casca de cor amarela na maturação, pesando em torno de 1,5 kg. Os frutos obtidos podem ser destinados ao mercado de consumo in natura e para a agroindústria, face às suas adequadas características sensoriais e físico-químicas.
O abacaxi 'Vitória', por ser resistente à fusariose, dispensa a utilização de fungicidas para o controle da doença, possibilitando a redução nos custos de produção por hectare, referente à aquisição de fungicidas e de aplicação, além de reduzir também os riscos de impacto ambiental e aumentar a produtividade comparativamente em, no mínimo, 30%. 
A cultivar Vitória vem suprir a grande lacuna deixada pela ausência de uma cultivar de abacaxi resistente à fusariose, doença que hoje ameaça praticamente todo o território nacional, constituindo-se em uma nova alternativa economicamente viável para os produtores e consumidores de abacaxi.
Fonte: INCAPER

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Alta Tecnologia Requer Altas Doses de Fertilizantes


A quantidade de nitrogênio a ser recomendada vai depender do sistema de cultivo utilizado. Em lavouras sem irrigação, a adubação de cobertura requer determinada quantidade de N por hectare. Já em lavouras irrigadas, com alta tecnologia, onde se espera alcançar alta produtividade, a recomendação de N terá que ser muito maior, chegando, em alguns casos, ao dobro da recomendação para uma área não irrigada. Nas lavouras conduzidas com alta tecnologia, as condições propícias colocadas à disposição das plantas fazem com que elas desenvolvam melhor e necessitam, para isto, de altas quantidades de nutrientes para altas produções. A quantidade de nutrientes exportada pelas culturas requerem adição suficiente de nutrientes no solo. Portanto, quando se recomenda adubação nitrogenada em cobertura, uma série de fatores devem ser levados em consideração, ou seja, condições de clima e fertilidade do solo, plantio direto ou convencional, fontes de N, potencial produtivo da espécie vegetal, se foi feita rotação de culturas anteriormente, se foi usada leguminosa antes, época de semeadura, custo da unidade de N das diferentes fontes nitrogenadas. Os resíduos de culturas deixam nutrientes que são incorporados no solo. O tipo de solo deve ser considerado por causa do potencial de mineralização do N. O teor de matéria orgânica no solo deve ser conhecido bem como a relação C/N.
As culturas sob irrigação têm a vantagem de que é possível parcelar as aplicações de N em até oito vezes durante o ciclo das plantas. O parcelamento da adubação nitrogenada aumenta a eficiência do N e as perdas por lixiviação são reduzidas. Mas, este parcelamento deve obedecer algumas condições: deve ser usado quando forem recomendadas altas doses de N, acima de 120 kg/ha; parcelar quando tratar-se de solos arenosos; em épocas de muita chuva.
Quando a dosagem de N for menor que 120 kg/ha, a recomendação é uma única aplicação, nestas condições: solos que apresentam textura média ou argilosa; em lavouras sem uso de irrigação.
O milho é uma cultura que responde muito bem à adubação nitrogenada em cobertura. O importante é ter em consideração que a planta retira do solo nutrientes que são absorvidos para satisfazer as suas necessidades durante o ciclo de vida. Então, estes nutrientes devem ser repostos de acordo com as tabelas de recomendação de adubação. E pode-se observar que as tabelas de recomendação têm uma recomendação para cada faixa de produção que se pretende atingir. Por exemplo, no milho do RS, a recomendação de adubação nitrogenada varia de 50 a 90 kg/ha, conforme o teor de matéria orgânica no solo, para uma produção de 4 t/ha de grãos. Para cada adicional de 1 t/ha na produção de grãos, deve-se acrescentar mais 15 kg/ha de N. Para o fósforo e potássio, além da recomendação normal para uma produção de grãos de 4 t/ha, deve-se acrescentar, para cada produção adicional de 1 t/ha, 15 kg/ha de P2O5 e 10 kg/ha de K2O.