por Engº Agrº José Luiz M. Garcia*
Essa publicação destina-se a fornecer informações sobre a utilização do Óleo de Nim (Azadirachta indica) na Agricultura e Pecuária no controle de insetos, pragas e parasitas. Informações mais detalhadas poderão ser obtidas nas referências listadas ao final do trabalho.
Por que Bioprotetor Natural e não Inseticida Natural?
O sufixo “cida” significa aniquilador, matador, assassino. O Óleo de Nim
não é um produto com o tradicional efeito inseticida aniquilador característico
das substancias petro-químicas largamente utilizadas na agricultura vez que não
mata os insetos instantaneamente. Essa aparente desvantagem é, na verdade, uma
grande vantagem conforme será devidamente explicado posteriormente.
O Óleo de Nim não possui efeito
nocauteador ( efeito “knock-down”) sobre os insetos e larvas. Também não
funciona a longo prazo como os inseticidas biológicos tipo Bacillus turingensis
(Dipel) dando margem a que os insetos continuem devastando a lavoura antes de
morrerem.
O seu efeito é imediato, porém, de
outra forma, ou seja, ele atua imediatamente repelindo e/ou fazendo com que os
insetos e larvas parem de se alimentar via efeito anti-alimentar (efeito
“anti-feeding”). Atua também via outros mecanismos a médio e longo prazo
conforme será amplamente explicado adiante.
Isso torna o Óleo de Nim um excelente
aliado do agricultor no controle efetivo de insetos e pragas e o coloca em
posição de destaque como uma nova categoria de produtos ecologicamente corretos
para a utilização na agricultura do próximo milênio.
O planeta Terra não tem mais
condições de absorver os milhares e milhares de toneladas de produtos
petro-químicos venenosíssimos usados atualmente na agricultura convencional que
todos nós sabemos irão gerar uma série de problemas de saúde. O Óleo de Nim
demonstrou ser totalmente isento de efeitos nocivos a todos os animais de
sangue quente, peixes e a 6 espécies diferentes de minhocas e demais organismos
de solo. Ou seja, o óleo de Nim é um novo conceito em termos de controle de
insetos e pragas que tem auxiliado milhares e milhares de agricultores
conscientes em diversos países.
Os inseticidas sintéticos originários
da petro-química matam indiscriminadamente os insetos e larvas, poluem o
ambiente, intoxicam operadores, seus familiares, e até mesmo os consumidores e,
portanto, e por isso mesmo, tem sido repudiado a nível mundial. Não obstante
serem extremamente tóxicos, esses produtos não conseguem de forma alguma
controlar os insetos, pois são formulados utilizando-se de apenas uma única
molécula a qual é invariavelmente protegida por uma patente que dá direito ao
seu detentor de comercializá-la a preços muitas vezes exorbitantes amparados
que estão por registro efetuados junto a órgãos oficiais do governo.
Isto é, o governo não só colabora
como também oficializa e o que é pior monopoliza a venda desses produtos
altamente tóxicos e, portanto é fator determinante da intoxicação generalizada
da população. Ocorre que os insetos, dotados de um maravilhoso mecanismo de
defesa, desenvolvem resistência a esses venenos em apenas 3 gerações em alguns
casos.
Por isso é que em 1988 no E.P.A. (Environment Protection Agency) já haviam cerca de 50.000 produtos químicos
registrados para uso na agricultura porque a cada 3 gerações surgem novas
variedades de insetos resistentes a essas moléculas isoladas e portanto novas
moléculas tem que ser produzidas e patenteadas e colocadas no mercado.
Esse processo não tem fim. A cada ano
surgem venenos mais e mais poderosos. Inseticidas e fungicidas que antes
controlavam os problemas na ordem de 1 a 2 kg por hectare agora estão sendo
fabricados para serem utilizados em doses de apenas 200 gramas por hectare.
Esses tipos de moléculas são por assim dizer cerca de 10 vezes mais venenosas
que as anteriormente utilizadas, porem as multinacionais as apresentam como
mais “seguras” ao meio ambiente pelo simples fato de que se usa menos produto.
Menos produto para um mesmo efeito significa maior toxicidade e não menor
toxicidade. Isso é um escárnio e uma afronta a inteligência humana e cabe a
você agricultor dar um grande e rotundo “Basta!” a toda essa situação. Isso
agora é possível com a utilização do Óleo de Nim.
Vejam por exemplo um resumo dos
efeitos nocivos dos inseticidas sintéticos:
1.
Poluição ambiental.
2.
Danos a saúde devido a níveis elevados (ou mesmo baixos) de resíduos.
3.
Destruição indiscriminada de insetos sem nenhuma consideração sobre o
seu papel no meio ambiente muitas vezes benéfico, como no caso dos inimigos
naturais.
4.
Envenenamento de animais de sangue quente como pássaros, gado, criação
em geral e pessoas que tenham contacto com os mesmos.
5.
Desenvolvimento de resistência em insetos.
Ressurgimento de certas
pragas secundarias e/ou principais que estavam sendo anteriormente controlada
por insetos que foram destruídos pelo agrotóxico. Com o seu desaparecimento
houve menos concorrência e novas pragas, então, surgiram.
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