sábado, 4 de fevereiro de 2012

Uso do NIM Indiano como bioprotetor natural

por Engº Agrº José Luiz M. Garcia*
Essa publicação destina-se a fornecer informações sobre a utilização do Óleo de Nim (Azadirachta indica) na Agricultura e Pecuária no controle de insetos, pragas e parasitas. Informações mais detalhadas poderão ser obtidas nas referências listadas ao final do trabalho.
Por que Bioprotetor Natural e não Inseticida Natural?
O sufixo “cida” significa aniquilador, matador, assassino. O Óleo de Nim não é um produto com o tradicional efeito inseticida aniquilador característico das substancias petro-químicas largamente utilizadas na agricultura vez que não mata os insetos instantaneamente. Essa aparente desvantagem é, na verdade, uma grande vantagem conforme será devidamente explicado posteriormente.
O Óleo de Nim não possui efeito nocauteador ( efeito “knock-down”) sobre os insetos e larvas. Também não funciona a longo prazo como os inseticidas biológicos tipo Bacillus turingensis (Dipel) dando margem a que os insetos continuem devastando a lavoura antes de morrerem.
O seu efeito é imediato, porém, de outra forma, ou seja, ele atua imediatamente repelindo e/ou fazendo com que os insetos e larvas parem de se alimentar via efeito anti-alimentar (efeito “anti-feeding”). Atua também via outros mecanismos a médio e longo prazo conforme será amplamente explicado adiante.
Isso torna o Óleo de Nim um excelente aliado do agricultor no controle efetivo de insetos e pragas e o coloca em posição de destaque como uma nova categoria de produtos ecologicamente corretos para a utilização na agricultura do próximo milênio.
O planeta Terra não tem mais condições de absorver os milhares e milhares de toneladas de produtos petro-químicos venenosíssimos usados atualmente na agricultura convencional que todos nós sabemos irão gerar uma série de problemas de saúde. O Óleo de Nim demonstrou ser totalmente isento de efeitos nocivos a todos os animais de sangue quente, peixes e a 6 espécies diferentes de minhocas e demais organismos de solo. Ou seja, o óleo de Nim é um novo conceito em termos de controle de insetos e pragas que tem auxiliado milhares e milhares de agricultores conscientes em diversos países.
Os inseticidas sintéticos originários da petro-química matam indiscriminadamente os insetos e larvas, poluem o ambiente, intoxicam operadores, seus familiares, e até mesmo os consumidores e, portanto, e por isso mesmo, tem sido repudiado a nível mundial. Não obstante serem extremamente tóxicos, esses produtos não conseguem de forma alguma controlar os insetos, pois são formulados utilizando-se de apenas uma única molécula a qual é invariavelmente protegida por uma patente que dá direito ao seu detentor de comercializá-la a preços muitas vezes exorbitantes amparados que estão por registro efetuados junto a órgãos oficiais do governo.
Isto é, o governo não só colabora como também oficializa e o que é pior monopoliza a venda desses produtos altamente tóxicos e, portanto é fator determinante da intoxicação generalizada da população. Ocorre que os insetos, dotados de um maravilhoso mecanismo de defesa, desenvolvem resistência a esses venenos em apenas 3 gerações em alguns casos.
Por isso é que em 1988 no E.P.A. (Environment Protection Agency) já haviam cerca de 50.000 produtos químicos registrados para uso na agricultura porque a cada 3 gerações surgem novas variedades de insetos resistentes a essas moléculas isoladas e portanto novas moléculas tem que ser produzidas e patenteadas e colocadas no mercado.
Esse processo não tem fim. A cada ano surgem venenos mais e mais poderosos. Inseticidas e fungicidas que antes controlavam os problemas na ordem de 1 a 2 kg por hectare agora estão sendo fabricados para serem utilizados em doses de apenas 200 gramas por hectare. Esses tipos de moléculas são por assim dizer cerca de 10 vezes mais venenosas que as anteriormente utilizadas, porem as multinacionais as apresentam como mais “seguras” ao meio ambiente pelo simples fato de que se usa menos produto. Menos produto para um mesmo efeito significa maior toxicidade e não menor toxicidade. Isso é um escárnio e uma afronta a inteligência humana e cabe a você agricultor dar um grande e rotundo “Basta!” a toda essa situação. Isso agora é possível com a utilização do Óleo de Nim.
Vejam por exemplo um resumo dos efeitos nocivos dos inseticidas sintéticos:
1.    Poluição ambiental.
2.    Danos a saúde devido a níveis elevados (ou mesmo baixos) de resíduos.
3.    Destruição indiscriminada de insetos sem nenhuma consideração sobre o seu papel no meio ambiente muitas vezes benéfico, como no caso dos inimigos naturais.
4.    Envenenamento de animais de sangue quente como pássaros, gado, criação em geral e pessoas que tenham contacto com os mesmos.
5.    Desenvolvimento de resistência em insetos.
Ressurgimento de certas pragas secundarias e/ou principais que estavam sendo anteriormente controlada por insetos que foram destruídos pelo agrotóxico. Com o seu desaparecimento houve menos concorrência e novas pragas, então, surgiram.
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