segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Entomologia Cont.

ABELHAS NATIVAS

No Brasil existem centenas de abelhas nativas, todas elas muito importantes nos ecossistemas, como polinizadoras de diversas plantas. Muitas destas plantas, entrariam em extinção, caso estas abelhas não realizassem este trabalho.
Os nomes comuns variam de região para região e podemos citar alguns: abelha-cachorro, Jatai, irapuá, arapuá, mombuca, moçabranca, mandaçaia, uruçu, jandaíra, mirim, mirim-preguiça, abelha limão, mosquito, entre outros.
Algumas abelhas não possuem ferrão e pertencem à família Meliponidae. Muitas espécies são criadas para a retirada de produtos como a abelha Jataí. Algumas das abelhas que amedrontam pessoas são as mamangabas, grandes e peludas. As espécies brasileiras são, na maioria das vezes, de coloração negra com áreas amareladas no corpo.
Com o estabelecimento da Lei n o 5197, de 03/01/67, Lei de Proteção à Fauna foi estabelecida a proibição da sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha, portanto fica proíbido o extermínio de abelhas nativas, pois estão protegidas por lei. O DECRETO No 3.179, DE 21 DE SETEMBRO DE 1999, dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
As abelhas nativas são bem menores que a abelha melífera ( Apis mellifera ). Elas são muito importantes para o meio ambiente, pois coletam o néctar e o pólen das flores possibilitando a fecundação. Desta forma, muitas plantas só se reproduzem, ou seja, produzem flores e frutos graças às abelhas. Sem elas muitas espécies de plantas entrariam em extinção. Estas espécies nativas não produzem tanto mel quanto a Apis mellifera , mesmo assim têm sua importância econômica e ecológica. Espécies como a jataí, mandaçaia, urucu e jandaíra, são criadas por meliponicultores de várias regiões do Brasil, observando-se o hábitat de cada uma das espécies. O mel produzido por essas abelhas, apesar de ser em menor quantidade, apresenta qualidades medicinais e sabores diferenciados, o que garante a comercialização do produto com valor muito superior em relação ao mel da abelha melífera. O interesse por estas abelhas vem crescendo muito, o que incentiva a produção artificial de colônias com valores considerados. Também, por não apresentarem qualquer perigo para o homem, as abelhas sem ferrão vêm sendo utilizadas para educação ambiental nas escolas.
A seguir, apresentamos algumas espécies de abelhas nativas sem ferrão:


ABELHA CACHORRO (Trigona spinipes)

Características  da família dos meliponídeos a abelha cachorro, também conhecida como arapuá ou irapuá, possui coloração negra e mede cerca de 5,0 a 6,5 mm de comprimento.
Habitat  cerrado, matas, pomares em áreas rurais e urbanas.
Ocorrência  em todo o Brasil.
Hábitos  Seus ninhos são aéreos, de formato oval, apoiados em forquilhas de árvores ou em cupinzeiros abandonados . A entrada é ampla e oval com lamelas internas de cerume. No ninho destaca-se a presença de uma consistente massa composta de materiais diversos, tais como: restos de casulos, abelhas mortas, excrementos e resinas. Pode conter até três agrupamentos de células de cria grandes no mesmo ninho. É espécie agressiva podendo atacar outras abelhas sem ferrão principalmente nas flores. Destrói botões florais de algumas plantas. Para fazer seus ninhos elas utilizam fibras de vegetais. Costuma ser um problema para os produtores de citros. Elas atacam flores e folhas novas e até a casca do tronco da planta para retirar resina para a construção de seus ninhos. Quando as plantas estão em flor o prejuízo é maior, pois a irapuá faz um orifício nos botões florais prejudicando a frutificação. O crescimento das plantas também é retardado devido ao ataque destas abelhas. Além dos citros atacam também bananeiras, jabuticabeiras, jaqueiras, mangueiras, pinheiro-do-paraná, entre outros.
Alimentação  néctar e pólen
Predadores naturais  aves, pássaros, lagartos e irara

ABELHA JATAÍ (Tetragonisca angustula)
Características  mede aproximadamente 5mm, com coloração dourada. As colônias apresentam 2.000 a 5.000 indivíduos. Abelha mansa, de mel fino e delicioso. Tem a cera branca e de excelente valor na iluminação, sendo muito viva a sua luz. Seu mel é empregado principalmente para fins medicinais.
Habitat  floresta, cerrados e áreas urbanas (muros, postes, etc.). Os locais de nidificação são: ocos variados em muros de pedra, tijolos vazados, cabaças, ocos de árvore. Bem adaptada à vida urbana, seus ninhos podem ser encontrados por mais de 35 anos no mesmo local. Assim, podemos dizer que os ninhos são perenes mas as rainhas são trocadas periodicamente. A jataí constrói sua colméia no oco dos paus, nas locas de pedras, nas gretas das paredes de velhas igrejas e casas residenciais.
Ocorrência  todo o Brasil.
Hábitos  a entrada da colônia é constituída por um tubo de cerume rendilhado com base firme. Nos ninhos novos ou fracos, essa entrada é fechada durante a noite. É característico a presença de abelhas guardas ou sentinelas que ficam voando nas proximidades do tubo, formando uma pequena nuvem. As abelhas campeiras apresentam movimento bem diferente, pois entram e saem do ninho rápida e constantemente. Elas podem entrar carregando pólen nas patas ou néctar no abdome. Ninho com invólucro de cerume abundante, com várias camadas finas. O alimento é armazenado em potes ovóides. O mel é de excelente qualidade. As jataís constroem as células de cria em forma de favos, geralmente dispostos paralelamente. As células de cria são construídas simultaneamente, em bateria, de modo que ficam prontas para receber o alimento larval todas de uma vez. Muitas vezes as operárias botam ovos tróficos para a rainha, redondos e grandes. A rainha se alimenta desses ovos antes de colocar os seus.
Alimentação  néctar e pólen
Predadores naturais  aves, pássaros, lagartos e irara
Ameaças  destruição do habitat e extração indiscriminada. 

ABELHA MANDAÇAIA (Melipona quadrifasciata)
Características - mede aproximadamente 11mm. As colônias são pouco populosas, por volta de 300-400 indivíduos. A entrada típica apresenta ao seu redor raios convergentes de barro, construídas pelas abelhas. Só passa uma abelha de cada vez. Essa espécie apresenta favos de cria horizontais ou helicoidais (em caracol). Não apresenta células reais. O invólucro que protege os favos de cria possui diversas membranas de cerume. Os potes de alimento são ovóides com 3-4cm de altura.

Habitat  Floresta Atlântica em ocos de troncos ou galhos.
Ocorrência  Sudeste do Brasil
Hábitos  mais ativa na parte da manhã e final da tarde.
Alimentação  néctar e polén
Predadores naturais  aves, pássaros, lagartos e irara
Ameaças  destruição do habitat e extração indiscriminada.


Fonte: http://www.vivaterra.org.br/insetos.htm

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