No Brasil
existem centenas de abelhas nativas, todas elas muito importantes nos
ecossistemas, como polinizadoras de diversas plantas. Muitas destas plantas,
entrariam em extinção, caso estas abelhas não realizassem este trabalho.
Os nomes
comuns variam de região para região e podemos citar alguns: abelha-cachorro,
Jatai, irapuá, arapuá, mombuca, moçabranca, mandaçaia, uruçu, jandaíra, mirim,
mirim-preguiça, abelha limão, mosquito, entre outros.
Algumas
abelhas não possuem ferrão e pertencem à família Meliponidae. Muitas espécies
são criadas para a retirada de produtos como a abelha Jataí. Algumas das
abelhas que amedrontam pessoas são as mamangabas, grandes e peludas. As
espécies brasileiras são, na maioria das vezes, de coloração negra com áreas
amareladas no corpo.
Com o
estabelecimento da Lei n o 5197, de 03/01/67, Lei de Proteção à Fauna foi
estabelecida a proibição da sua utilização, perseguição, destruição, caça ou
apanha, portanto fica proíbido o extermínio de abelhas nativas, pois estão
protegidas por lei. O DECRETO No 3.179, DE 21 DE SETEMBRO DE 1999, dispõe sobre
a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências.
As
abelhas nativas são bem menores que a abelha melífera ( Apis mellifera ).
Elas são muito importantes para o meio ambiente, pois coletam o néctar e o
pólen das flores possibilitando a fecundação. Desta forma, muitas plantas só se
reproduzem, ou seja, produzem flores e frutos graças às abelhas. Sem elas
muitas espécies de plantas entrariam em extinção. Estas espécies nativas não
produzem tanto mel quanto a Apis mellifera , mesmo assim têm
sua importância econômica e ecológica. Espécies como a jataí, mandaçaia, urucu
e jandaíra, são criadas por meliponicultores de várias regiões do Brasil,
observando-se o hábitat de cada uma das espécies. O mel produzido por essas
abelhas, apesar de ser em menor quantidade, apresenta qualidades medicinais e
sabores diferenciados, o que garante a comercialização do produto com valor
muito superior em relação ao mel da abelha melífera. O interesse por estas
abelhas vem crescendo muito, o que incentiva a produção artificial de colônias
com valores considerados. Também, por não apresentarem qualquer perigo para o
homem, as abelhas sem ferrão vêm sendo utilizadas para educação ambiental nas
escolas.
A seguir, apresentamos algumas espécies de
abelhas nativas sem ferrão:ABELHA CACHORRO (Trigona spinipes)
Características
� da família dos meliponídeos a
abelha cachorro, também conhecida como arapuá ou irapuá, possui coloração negra
e mede cerca de 5,0 a 6,5 mm de comprimento.
Habitat � cerrado, matas, pomares em áreas
rurais e urbanas.
Ocorrência
� em todo o Brasil.
Hábitos � Seus ninhos são aéreos, de formato oval,
apoiados em forquilhas de árvores ou em cupinzeiros abandonados . A entrada é
ampla e oval com lamelas internas de cerume. No ninho destaca-se a presença de
uma consistente massa composta de materiais diversos, tais como: restos de
casulos, abelhas mortas, excrementos e resinas. Pode conter até três
agrupamentos de células de cria grandes no mesmo ninho. É espécie
agressiva podendo atacar outras abelhas sem ferrão principalmente nas flores.
Destrói botões florais de algumas plantas. Para fazer seus ninhos elas utilizam
fibras de vegetais. Costuma ser um problema para os produtores de citros. Elas
atacam flores e folhas novas e até a casca do tronco da planta para retirar
resina para a construção de seus ninhos. Quando as plantas estão em flor o
prejuízo é maior, pois a irapuá faz um orifício nos botões florais prejudicando
a frutificação. O crescimento das plantas também é retardado devido ao ataque
destas abelhas. Além dos citros atacam também bananeiras, jabuticabeiras,
jaqueiras, mangueiras, pinheiro-do-paraná, entre outros.
Alimentação
� néctar e pólen
Predadores naturais � aves, pássaros, lagartos e irara
ABELHA
JATAÍ (Tetragonisca
angustula)
Características
� mede aproximadamente 5mm, com
coloração dourada. As colônias apresentam 2.000 a 5.000 indivíduos. Abelha
mansa, de mel fino e delicioso. Tem a cera branca e de excelente valor na
iluminação, sendo muito viva a sua luz. Seu mel é empregado principalmente para
fins medicinais.
Habitat � floresta, cerrados e
áreas urbanas (muros, postes, etc.). Os locais de nidificação são: ocos
variados em muros de pedra, tijolos vazados, cabaças, ocos de árvore. Bem
adaptada à vida urbana, seus ninhos podem ser encontrados por mais de 35 anos
no mesmo local. Assim, podemos dizer que os ninhos são perenes mas as rainhas
são trocadas periodicamente. A jataí constrói sua colméia no oco dos paus, nas
locas de pedras, nas gretas das paredes de velhas igrejas e casas residenciais.
Ocorrência � todo o Brasil.
Hábitos � a entrada da colônia é
constituída por um tubo de cerume rendilhado com base firme. Nos ninhos novos
ou fracos, essa entrada é fechada durante a noite. É característico a presença
de abelhas guardas ou sentinelas que ficam voando nas proximidades do tubo, formando
uma pequena nuvem. As abelhas campeiras apresentam movimento bem diferente,
pois entram e saem do ninho rápida e constantemente. Elas podem entrar
carregando pólen nas patas ou néctar no abdome. Ninho com invólucro de cerume
abundante, com várias camadas finas. O alimento é armazenado em potes ovóides.
O mel é de excelente qualidade. As jataís constroem as células de cria em forma
de favos, geralmente dispostos paralelamente. As células de cria são
construídas simultaneamente, em bateria, de modo que ficam prontas para receber
o alimento larval todas de uma vez. Muitas vezes as operárias botam ovos
tróficos para a rainha, redondos e grandes. A rainha se alimenta desses ovos
antes de colocar os seus.
Alimentação
� néctar e pólen
Predadores
naturais � aves, pássaros, lagartos e irara
Ameaças � destruição do habitat e extração indiscriminada.
ABELHA
MANDAÇAIA (Melipona
quadrifasciata)
Características
- mede
aproximadamente 11mm. As colônias são pouco populosas, por volta de 300-400
indivíduos. A entrada típica apresenta ao seu redor raios convergentes de
barro, construídas pelas abelhas. Só passa uma abelha de cada vez. Essa espécie
apresenta favos de cria horizontais ou helicoidais (em caracol). Não apresenta
células reais. O invólucro que protege os favos de cria possui diversas
membranas de cerume. Os potes de alimento são ovóides com 3-4cm de altura.
Habitat � Floresta
Atlântica em ocos de troncos ou galhos.
Ocorrência
� Sudeste do Brasil
Hábitos � mais ativa na parte da manhã e
final da tarde.
Alimentação
� néctar e polén
Predadores
naturais � aves, pássaros, lagartos e irara
Ameaças � destruição do habitat e extração indiscriminada.Fonte: http://www.vivaterra.org.br/insetos.htm
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