Aspectos Gerais
A cultura de tecidos vegetais é uma técnica com grande aplicação na agricultura. Nessa técnica, pequenos fragmentos de tecido vivo, chamados explantes, são isolados de um organismo vegetal, desinfestados e cultivados assepticamente, por períodos indefinidos em um meio de cultura apropriado. O objetivo é obter nova planta idêntica à original (Figura 1), ou seja, realizar uma clonagem vegetal que é definida como uma propagação assexuada de células ou organismos de modo a obter novo indivíduo, mantendo-se o genótipo idêntico àquele do ancestral comum (Torres et al., 2000). Na figura 1, ilustra-se o princípio geral da cultura de tecidos vegetais visando à reprodução de determinada matriz.
A cultura de tecidos vegetais é feita de um explante que é todo segmentado de tecido ou órgão vegetal utilizado para iniciar uma cultura in vitro. Pode ser um fragmento de folha, de raiz, de caule ou de qualquer tecido que responda às condições de indução do meio de cultura, com vistas à regeneração vegetal in vitro (Torres et al., 2000). Essa regeneração é fundamentada na capacidade de proliferação das células vegetais organizarem-se em tecidos e, eventualmente, em plantas completas (Kerbauy, 1997; Mantell et al., 1994). Essa capacidade é denominada totipotência e considera que as células vegetais manifestam, em momentos diferentes e sob estímulo apropriado, a potencialidade de iniciar novo indivíduo multicelular (Torres et al., 2000). Teoricamente, considera-se que todas as células vegetais são capazes de expressar sua totipotência. No entanto, os explantes são uma mistura de células em variados estados: fisiológico, bioquímico e de desenvolvimento. Neste sentido, espera-se que a exposição desses explante a um ambiente in vitro estimule reações diversificadas nos diferentes tipos de células, fazendo com que somente algumas células desse explante respondam às condições de cultura in vitro, levando à regeneração de um novo indivíduo (Mantell et al. 1994). Essa habilidade que uma célula ou um grupo de células tem ao responder a um estímulo indutivo visando a um processo de desenvolvimento é denominada competância (Torres et al., 2000).
Fonte: Princípios da cultura de tecidos. DOCUMENTOS, Nº 58, Dezembro 2002, 16p.
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