O
gerenciamento correto dos resíduos sólidos é um dos grandes desafios
ambientais da atualidade. A Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais – divulgou o Panorama dos Resíduos
Sólidos no Brasil¹, referente ao ano de 2010. O estudo revelou que a
produção de lixo no país cresceu seis vezes mais do que a população.
O
volume de RSU – Resíduos Sólidos Urbanos – gerado em 2010 pela população foi de
quase 61 milhões de toneladas de lixo (uma média de 378kg por pessoa).
Não bastasse esse dado alarmante, também foi constatado que a quantidade de
resíduos com destinação inadequada aumentou em relação ao ano anterior em quase
dois milhões de toneladas. 23 milhões de
toneladas foram encaminhadas a lixões e aterros controlados – que, por
não possuírem mecanismos adequados para armazenamento do lixo, acabam
contribuindo para a contaminação do solo e da água. E tudo isso,
justamente no ano em que foi criada a PNRS – Política Nacional de Resíduos
Sólidos.
A
maior parte do lixo residencial é formada por resíduos orgânicos que
podem ser transformados em excelentes fontes de nutrientes para as plantas,
através de uma técnica conhecida como compostagem, o que pode ser uma ótima
forma de destinação para esse tipo de resíduo.
A
compostagem é um conjunto de técnicas utilizadas para provocar a
decomposição de materiais orgânicos, a fim de obter, em pouco tempo, um
material estável, rico em nutrientes minerais, isto é, um excelente
fertilizante orgânico.
Húmus
Na
natureza, a “compostagem” acontece naturalmente, sem tempo definido,
dependendo de uma série de fatores. Os galhos, folhas, flores, dejetos e restos
de animais- por exemplo- ao cair no solo, sofrem ação de elementos
presentes no ambiente, como a umidade, a temperatura, o oxigênio e os
agentes “decompositores”, dentre outros. Com o tempo, a matéria orgânica
decomposta torna-se húmus², liberando diversos nutrientes que
são absorvidos pela terra, tornando-a mais produtiva.
O processo
de compostagem envolve transformações extremamente complexas de natureza
bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo que exigem certas
condições para realizar esse trabalho. Por isso, não basta amontoar
uma porção de lixo orgânico no quintal ou em um compartimento. É
preciso fornecer as condições adequadas aos microorganismos para que eles
degradem a matéria orgânica, transformando-a nos minerais essenciais para
a nutrição das plantas.
Métodos
de Compostagem
Os
métodos de compostagem podem variar de sistemas artesanais até sistemas mais
complexos. De acordo com Fernandes (2000), os sistemas de compostagem podem ser
agrupados em três categorias:
a) Sistemas de leiras revolvidas (Windrow): A
mistura de resíduos é disposta em leiras³. A aeração é feita através do
revolvimento dos materiais e pela convecção do ar na massa do composto.
Revolvedor
Industrial de Leiras
b) Sistema de leiras estáticas aeradas (Static
pile): A mistura é colocada sobre uma tubulação perfurada que injeta ou
aspira o ar na massa do composto, não necessitando do revolvimento mecânico das
leiras.
c) Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-vessel):
Os materiais são colocados dentro de sistemas fechados, conhecidos como
composteiros, que permitem o controle de todos os parâmetros do processo
de compostagem.
Processo
de Compostagem
O
processo de compostagem pode levar de 60 a 120 dias para se completar, isto é,
para que a matéria orgânica seja transformada em húmus. Esse tempo varia em
função dos seguintes fatores:
§ Método de compostagem;
§ Umidade e aeração adequados;
§ Uso ou não de ativadores (torta
de mamona, esterco, etc);
§ Tamanho dos restos orgânicos
depositados.
Vantagens da Compostagem
Além do
aproveitamento dos resíduos orgânicos, o que diminui a quantidade de lixo
descartada, a técnica ainda contribui para:
§ Redução do uso de fertilizantes
químicos na agricultura;
§ Proteção do solo contra a
degradação;
Melhoria das condições ambientais e da
saúde da população.
Se
você se interessou pelo assunto e quer conhecer todas as etapas de um processo
artesanal de compostagem, acesse o link abaixo e baixe o documento “Compostagem
Caseira de Lixo Orgânico Doméstico”, elaborado pela Embrapa:
FONTE:
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