quinta-feira, 12 de abril de 2012

Silício confere resistências as plantas


O silício apresenta uma série de benefícios para as plantas. O silício, na superfície das folhas, polimeriza e forma um revestimento duro que dificulta a entrada de insetos e fungos. Esta polimerização é regulada pela quantidade de água, ou seja, quanto menos água for disponibilizada para as raízes mais polimerizado o silício. O contrário, quanto maior a quantidade de água menor a polimerização. Esta polimerização é importante para conferir uma resistência das plantas ao acamamento, pois os colmos ficam mais rígidos e eretos. Com isto, o silício é importante para as plantas, pois confere várias vantagens, além destas apontadas acima.
O silício proporciona, também, uma resistência das plantas às geadas, e diversos trabalhos de pesquisa comprovaram a ação do elemento no desenvolvimento e produtividade dos vegetais. O silício é abundante na crosta terrestre, e no solo é encontrado na forma de H4SiO4, conhecido como ácido monossilício. As plantas podem ser acumuladoras e não acumuladoras de silício. Nas "acumuladoras de silício" as plantas apresentam uma taxa de 1% do nutriente nas folhas, enquanto nas "não acumuladoras" a taxa foliar é menor que 0,5%. Além das folhas, o silício concentra-se no caule e nos frutos. A acumulação de silício nas folhas dá origem à formação de uma dupla camada de sílica que ocasiona uma diminuição da abertura dos estômatos. Isto reduz a transpiração e confere uma resistência às pragas e doenças dos vegetais. Por este benefício consegue-se uma diminuição na aplicação de agrotóxicos e, portanto, uma redução dos custos de produção da lavoura.
As fontes fornecedoras de silício (silicatos) são variadas. As escórias da siderurgia do ferro e do aço são um tipo e são mais baratas. Para sua obtenção faz-se o calcário (dolomítico, magnesiano ou calcítico) reagir com a sílica (SiO2) presente nos minerais de ferro, a uma temperatura de 1400 ºC. Os silicatos são considerados como neutralizadores da acidez do solo, desde que apresentem um PRNT alto e alto grau de finura que lhe confere uma maior solubilidade. Nestas condições, a reatividade no solo será processada de maneira mais rápida.
Os trabalhos de pesquisa têm comprovado a eficiência do silício. A cana-de-açúcar reage muito bem a uma aplicação de silício, principalmente nos solos deficientes do nutriente. Foram alcançados rendimentos superiores a 30% quando a cana é adubada com silício. Um solo é considerado deficiente no nutriente quando apresenta teor de silício menor que 20 mg/kg.
Korndörfer et al. chegaram à conclusão que na produção de cana o silicato de cálcio se mostrou superior ao calcário, talvez pela presença do silício. 
Na soja não se verifica a formação da dupla camada de silício, pois os teores são baixos nas folhas. Mesmo assim, a soja resiste ao ataque da cercosporiose. A formação dos nódulos nas raízes das plantas de soja, pelas bactérias fixadoras de nitrogênio, é aumentada.
Em viveiros de mudas de café, a aplicação de silicato de cálcio e magnésio controlou a doença fúngica chamada cercosporiose. Os melhores resultados foram conseguidos com aplicação de 200 g/m², na fase de "palito de fósforo", em três aplicações com intervalo de 30 dias.
No arroz, a aplicação de silicato de cálcio reduziu a quantidade de grãos vazios e contribuiu para uma maior produtividade das lavouras. Na panícula, um aumento de grãos cheios. No solo, um aumento do pH , do Ca e do Mg. A "mancha dos grãos de arroz", provocada pela adubação nitrogenada, reduziu quando aplicado o silicato de cálcio. A doença "bruzone" foi minimizada e houve um aumento considerável da produção.
A aplicação de silicatos favorece:
1. aumento do pH do solo;
2. diminuição do Al tóxico;
3. aumento do teor de saturação por bases (V%);
4. diminuição da saturação por alumínio (m%).
Os silicatos podem ser aplicados via solo, na forma pó ou granulada, ou via foliar, na forma líquida. Os silicatos granulados são muito usados em misturas com fertilizantes NPK

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