INTRODUÇÃO
Por Maria do Carmo C.D. Costa
A planta faz muito mais que aumentar simplesmente sua massa em volume a medida que cresce. Ela se diferencia, se desenvolve e adquire forma produzindo muitos tipos de células, órgãos e tecidos.
Sabe-se que o crescimento e o desenvolvimento das plantas são controlados por fatores internos e externos, também chamados de intrínsecos e extrínsecos respectivamente. Entre os fatores extrínsecos que influenciam no crescimento e desenvolvimento das plantas, destacam-se a temperatura, a luz, a gravidade, etc. Entre os fatores intrínsecos podemos destacar o papel dos hormônios vegetais.
Raven et al (1978), define os hormônios vegetais como substâncias orgânicas, ativas em pequenas quantidades, produzidas em um tecido e transportadas para outro, onde provocam respostas fisiológicas. Refere que o termo hormônio vem do grego e significa “excitar”. Chama a atenção para o fato de que muitos hormônios possuem influências inibidoras, sendo portanto, mais apropriado considerá-los como mensageiros químicos do que como estimuladores.
Ferri (1986) refere ainda que cinco grupos de substâncias são consideradas como hormônios vegetais: 1) auxinas, 2) giberelinas, 3) citocininas, 4) etileno e 5) ácido abscísico e outros inibidores. Chama a atenção para o fato de que muitas vezes, o mesmo fenômeno resulta da ação de mais de um hormônio (promotores e inibidores).
1) Auxinas
São substâncias quimicamente relacionadas com o ácido indolil-3-acético, AIA, que parece ser a auxina principal de várias plantas, mas não a única.
Promovem o crescimento por efeito no alongamento celular. Atua na promoção de dominância apical, produção de raízes adventícias, impede a queda do ovário em flores de angiospermas, permitindo a sua transformação em fruto. Atua na formação de frutos partenocárpicos e como herbicida.
2) Giberelinas
De todos os hormônios conhecidos as giberelinas são os que mostram os mais espetaculares efeitos quando aplicadas às plantas. Seus efeitos podem ou não ser semelhantes aos da auxina. Difere da auxina porque geralmente promovem grande efeito em plantas intactas e muito pouco em segmentos, enquanto o contrário tende a ser verdade em relação a auxina. Ocorrem em todos os grupos vegetais e em certas espécies de fungos e bactérias, embora não esteja claro como agem nestes últimos.
A existência do ácido giberélico foi demonstrada pela primeira vez no japão, em extratos do fungo Giberella fungikuroi que atacava o arroz causando crescimento excessivo do caule.
3) Citocininas
As citocininas são substâncias reguladoras do crescimento que causam divisão celular nas plantas. Desde sua descoberta, na década de cinqüenta, como hormônio da divisão celular, tem sido mostrado que citocininas também estão envolvidas ou têm efeitos na diferenciação, alongamento celular, desenvolvimento de organelas, atividade enzimática, abertura estomática, desenvolvimento de frutos e hidrólise de reservas de sementes.
4) Etileno
Há muito tempo já se sabia que esta substância simples afetava o crescimento de plantas. Porém com o aperfeiçoamento de técnicas sensíveis para a sua detecção e medida de sua concentração ficou claro que o etileno é um hormônio de plantas. O advento da técnica de cromatografia de gás revolucionou o estudo do papel do etileno e hoje sabe-se que o etileno, que é um gás, é o hormônio envolvido na senescência foliar e no amadurecimento de frutos.
Na literatura mais antiga, aparecem freqüentemente citações do uso de fumaça para acelerar o amadurecimento de frutos, alteração de sexo de flores no pepino e promoção da floração no abacaxi. Em 1910, um fisiologista russo mostrou que o etileno era o componente ativo do gás de iluminação que causava a desfolhação de árvores usadas na arborização de ruas em várias cidades da Alemanha.
5) Ácido abscísico e outros inibidores
Os inibidores de crescimento são substâncias reguladoras que retardam os processos de crescimento e desenvolvimento das plantas, tais como o alongamento de raízes e caules, a germinação de sementes e o brotamento de gemas. Eles podem também reprimir o crescimento de segmentos isolados de caules e podem agir como antagonistas de promotores, como as auxinas, giberelinas e citocininas.
Os primeiros inibidores naturais detectados em plantas foram o ácido cinâmico e as cumarinas. Substâncias do grupo dos flavóides e o ácido clorogênico também são incluídas entre os inibidores de crescimento, pois são capazes de agir sobre o alongamento, a germinação e o crescimento de gemas.
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