BOTÂNICA
Taxonomia
A mandioca é uma dicotiledônea da Família Euphorbiaceae, Gênero Manihot e Espécie M.esculenta Crantz. É a única espécie comestível do gênero que congrega cerca de 200 espécies. Existem algumas classificações incorretas da mandioca como: M. utilíssima; M. aipi; M. dulcis; M.; flexulosa; M. flabellifolia; M. difusa; M. melanobasis; M. digitiformis e M. sprucei. O gênero Manihot conta com um número aproximado de 200 espécies sendo a mais importante a Manihot esculenta Crantz, pelo seu maior interesse econômico.
Anatomia e morfologia
Raízes, caule, folhas, inflorescência, fruto e sementes.
Plantas oriundas de sementes: Raízes modelo axial tuberoso, com muita freqüência com raízes secundárias feculentas.
Plantas oriundas propagação agâmica: Raízes modelo pseudofasciculado tuberoso.
Raízes: As raízes são ricas em fécula, apresentando-se sob várias conformações: Cilíndricas; Cilindro-cônicas; Cônicas; Fusiformes; Globosas (menos comum). O número de raízes oscila de 5 a 12 por planta. Independente da forma pode ocorrer raízes tortuosas (característica indesejável para aproveitamento industrial). Apenas algumas raízes intumescem pelo armazenamento de amido transformando-se em raízes tuberosas que são superficiais. A resistência à seca desta cultura deve estar associada a outra característica e não à extensão do sistema radicular da planta. O número de raízes é importante para definir o tamanho do dreno da planta. Uma deficiência no número de raízes pode limitar o potencial produtivo da planta por redução de dreno. A tabela 6 mostra a evolução média do número de raízes de dez cvs. de mandioca em Pacajus-CE. Os dados mostram também a evolução do comprimento e do diâmetro das raízes ao longo dos dois ciclos de crescimento. Observa-se que o diâmetro apresentou grande ritmo de crescimento evoluindo desde 70 dias após o plantio (dap) até 491 dap ao final do segundo ciclo. Ao contrário o comprimento atingiu valores máximos logo aos 84 dap estabilizando daí até o período final de crescimento. Fica claro que a produção de raízes está mais associada ao diâmetro que ao comprimento das raízes. A raiz tuberosa é constituída de:
Casca: Periderma ou película externa suberizada (felema), Esclerênquima, Parênquima cortical (látex com linamarina) e Floema;
Cilindro central: Cambio, Parênquima de armazenamento, Vasos do xilema, Vasos do xilema e fibras, Cilindro central branco ou amarelo (parênquima de reserva), rico em amido. Encerra no centro cambio vascular e xilema. As raízes são classificadas de acordo com o formato em: Cônica, Cilíndrica, Fusiforme, Estrangulada, Tortuosa, Globulosa.
Caule: O caule é subarbustivo ereto. Pode ser indiviso no ciclo vegetativo e ramificado no ciclo produtivo. O caule, de altura variável entre 1 e 3 metros pode ser ou não ramificado. Com o tempo torna-se suberizado com coloração cinzenta ou marrom. Quando adulto é lenhoso, quebradiço e dotado de nós salientes, apresentando ramificação baixa ou alta (caule ereto), dicotômica (divide-se em dois), tricotômica, tetracotômica e tipos intermediários. Os internódios são bem definidos e o crescimento é contínuo, a partir do crescimento ativo do meristema apical. Nas axilas dos nós encontra-se uma gema característica, responsável pela propagação vegetativa da espécie. Depois de atingir certo desenvolvimento a haste produz inflorescências na sua extremidade. Em geral as três gemas situadas abaixo do ápice da planta brotam e se desenvolvem em posição inclinada (45º) em relação à horizontal. No caule estão presentes vasos lactíferos que encerram o glicosídeo cianogênico linamarina.
Folhas: As folhas são palminérveas, inseridas no caule em disposição alterna-espiralada, lobadas com três, cinco, sete ou mais lobos e longamente pecioladas. Os lobos apresentam variação, estes apresentam diferentes cores variando do verde claro até roxo e formatos também variados, destacando-se espatulados lanceolados e oblongos (Figuras 5 e 6 ). Apresenta filotaxia 2/5. A anatomia da folha é simples. Apresenta epiderme com deposição de cutícula. Há uma camada de células de tecido palissádico seguido de 4 camadas de células de tecido lacunoso ou esponjoso. Há estômatos em ambas as superfícies (Figura 6). Lobo estreito é dominante sobre lobo largo. Teoricamente há vantagem das folhas com lobo estreito em condições de plantios densos e elevado índice de área foliar. Na prática há um problema: as folhas com lobo estreito têm menor área foliar unitária. A duração da folha talvez seja uma característica tão ou mais importante que sua forma na otimização do uso da radiação solar ao longo do ciclo cultural. Durante a estação seca as folhas sofrem abscisão e a planta diminui sua atividade fotossintética. A queda das folhas deve refletir um mecanismo de defesa da planta para evitar uma transpiração excessiva em condições de desequilíbrio hídrico. A longevidade das folhas varia, dependendo do IAF (Figura 6), pragas, doenças e clima.
O pecíolo: É de comprimento variável com o cultivar e com a idade da planta. Pode ser verde, rosado ou vermelho.
Inflorescência: As flores estão dispostas em inflorescências cimosas. As flores masculinas, localizadas na extremidade da ramificação da inflorescência são maiores em número e tamanho que as femininas na base. São unissexuadas por aborto, monoclamídeas (perianto com um só verticilo) e apresentam pré-floração calicina. As flores femininas amadurecem alguns dias antes das masculinas (dicogamia protogínica), numa mesma inflorescência e, também, na mesma planta, admitindo-se, por isto que a mandioca seja do grupo das plantas alógamas. São agrupadas em panículas na extremidade dos ápices. Não apresentam importância econômica, pois os frutos não têm valor comercial. A reprodução sexuada é importante apenas em trabalhos de melhoramento, na produção de novas cultivares. A planta é monóica. Há flores masculinas e femininas numa mesma planta, numa mesma inflorescência. Ambas têm curta duração. As masculinas em maior número abrem antes que as femininas e ocupam posição superior na panícula (Figuras 7). A polinização é feita por insetos. Vejamos os principais componentes: Masculina: Cinco sépalas, disco, estames (10) sendo 5 internos e 5 externos, anteras birimosas. Feminina: Duas flores por inflorescência; cálice com cinco sépalas e disco; três estilos conatos; estigma trilobado; ovário súpero com três lojas; estaminóide presente, às vezes.
Fruto: Cápsula tricoca, constituída de três lojas bivalvas com uma semente em cada, que se abrem quando completamente madura. A abertura ocorre na planta, mas pode também ocorrer no solo. Há cultivares com frutos providos de asas bem desenvolvidas e sinuosas e outros, sem essas formações. As sementes apresentam carúncula muito semelhante às da mamona. São constituídas de tegumento; endosperma, rico em óleo; embrião com cotilédones, radícula, hipocótilo e epicótilo (Figs. 8 e 9).
Sementes: São carunculadas, com testa, micrópila, hilo, rafe e chalaza. O embrião é central, com folhas cotiledonares grandes, maiores que a radícula. O endosperma é abundante e oleaginoso.
OBS.: todas as figuras desta postagem foram retiradas da apostila "a cultura da mandioca" no qual não há identificação dos autores.
Veja também:
Cultivo da Mandioca (Manihot esculentum Crantz): Origem
Raízes, caule, folhas, inflorescência, fruto e sementes.
Plantas oriundas de sementes: Raízes modelo axial tuberoso, com muita freqüência com raízes secundárias feculentas.
Plantas oriundas propagação agâmica: Raízes modelo pseudofasciculado tuberoso.
Raízes: As raízes são ricas em fécula, apresentando-se sob várias conformações: Cilíndricas; Cilindro-cônicas; Cônicas; Fusiformes; Globosas (menos comum). O número de raízes oscila de 5 a 12 por planta. Independente da forma pode ocorrer raízes tortuosas (característica indesejável para aproveitamento industrial). Apenas algumas raízes intumescem pelo armazenamento de amido transformando-se em raízes tuberosas que são superficiais. A resistência à seca desta cultura deve estar associada a outra característica e não à extensão do sistema radicular da planta. O número de raízes é importante para definir o tamanho do dreno da planta. Uma deficiência no número de raízes pode limitar o potencial produtivo da planta por redução de dreno. A tabela 6 mostra a evolução média do número de raízes de dez cvs. de mandioca em Pacajus-CE. Os dados mostram também a evolução do comprimento e do diâmetro das raízes ao longo dos dois ciclos de crescimento. Observa-se que o diâmetro apresentou grande ritmo de crescimento evoluindo desde 70 dias após o plantio (dap) até 491 dap ao final do segundo ciclo. Ao contrário o comprimento atingiu valores máximos logo aos 84 dap estabilizando daí até o período final de crescimento. Fica claro que a produção de raízes está mais associada ao diâmetro que ao comprimento das raízes. A raiz tuberosa é constituída de:
Casca: Periderma ou película externa suberizada (felema), Esclerênquima, Parênquima cortical (látex com linamarina) e Floema;
Cilindro central: Cambio, Parênquima de armazenamento, Vasos do xilema, Vasos do xilema e fibras, Cilindro central branco ou amarelo (parênquima de reserva), rico em amido. Encerra no centro cambio vascular e xilema. As raízes são classificadas de acordo com o formato em: Cônica, Cilíndrica, Fusiforme, Estrangulada, Tortuosa, Globulosa.
Caule: O caule é subarbustivo ereto. Pode ser indiviso no ciclo vegetativo e ramificado no ciclo produtivo. O caule, de altura variável entre 1 e 3 metros pode ser ou não ramificado. Com o tempo torna-se suberizado com coloração cinzenta ou marrom. Quando adulto é lenhoso, quebradiço e dotado de nós salientes, apresentando ramificação baixa ou alta (caule ereto), dicotômica (divide-se em dois), tricotômica, tetracotômica e tipos intermediários. Os internódios são bem definidos e o crescimento é contínuo, a partir do crescimento ativo do meristema apical. Nas axilas dos nós encontra-se uma gema característica, responsável pela propagação vegetativa da espécie. Depois de atingir certo desenvolvimento a haste produz inflorescências na sua extremidade. Em geral as três gemas situadas abaixo do ápice da planta brotam e se desenvolvem em posição inclinada (45º) em relação à horizontal. No caule estão presentes vasos lactíferos que encerram o glicosídeo cianogênico linamarina.
Folhas: As folhas são palminérveas, inseridas no caule em disposição alterna-espiralada, lobadas com três, cinco, sete ou mais lobos e longamente pecioladas. Os lobos apresentam variação, estes apresentam diferentes cores variando do verde claro até roxo e formatos também variados, destacando-se espatulados lanceolados e oblongos (Figuras 5 e 6 ). Apresenta filotaxia 2/5. A anatomia da folha é simples. Apresenta epiderme com deposição de cutícula. Há uma camada de células de tecido palissádico seguido de 4 camadas de células de tecido lacunoso ou esponjoso. Há estômatos em ambas as superfícies (Figura 6). Lobo estreito é dominante sobre lobo largo. Teoricamente há vantagem das folhas com lobo estreito em condições de plantios densos e elevado índice de área foliar. Na prática há um problema: as folhas com lobo estreito têm menor área foliar unitária. A duração da folha talvez seja uma característica tão ou mais importante que sua forma na otimização do uso da radiação solar ao longo do ciclo cultural. Durante a estação seca as folhas sofrem abscisão e a planta diminui sua atividade fotossintética. A queda das folhas deve refletir um mecanismo de defesa da planta para evitar uma transpiração excessiva em condições de desequilíbrio hídrico. A longevidade das folhas varia, dependendo do IAF (Figura 6), pragas, doenças e clima.
O pecíolo: É de comprimento variável com o cultivar e com a idade da planta. Pode ser verde, rosado ou vermelho.
Inflorescência: As flores estão dispostas em inflorescências cimosas. As flores masculinas, localizadas na extremidade da ramificação da inflorescência são maiores em número e tamanho que as femininas na base. São unissexuadas por aborto, monoclamídeas (perianto com um só verticilo) e apresentam pré-floração calicina. As flores femininas amadurecem alguns dias antes das masculinas (dicogamia protogínica), numa mesma inflorescência e, também, na mesma planta, admitindo-se, por isto que a mandioca seja do grupo das plantas alógamas. São agrupadas em panículas na extremidade dos ápices. Não apresentam importância econômica, pois os frutos não têm valor comercial. A reprodução sexuada é importante apenas em trabalhos de melhoramento, na produção de novas cultivares. A planta é monóica. Há flores masculinas e femininas numa mesma planta, numa mesma inflorescência. Ambas têm curta duração. As masculinas em maior número abrem antes que as femininas e ocupam posição superior na panícula (Figuras 7). A polinização é feita por insetos. Vejamos os principais componentes: Masculina: Cinco sépalas, disco, estames (10) sendo 5 internos e 5 externos, anteras birimosas. Feminina: Duas flores por inflorescência; cálice com cinco sépalas e disco; três estilos conatos; estigma trilobado; ovário súpero com três lojas; estaminóide presente, às vezes.
Fruto: Cápsula tricoca, constituída de três lojas bivalvas com uma semente em cada, que se abrem quando completamente madura. A abertura ocorre na planta, mas pode também ocorrer no solo. Há cultivares com frutos providos de asas bem desenvolvidas e sinuosas e outros, sem essas formações. As sementes apresentam carúncula muito semelhante às da mamona. São constituídas de tegumento; endosperma, rico em óleo; embrião com cotilédones, radícula, hipocótilo e epicótilo (Figs. 8 e 9).
Sementes: São carunculadas, com testa, micrópila, hilo, rafe e chalaza. O embrião é central, com folhas cotiledonares grandes, maiores que a radícula. O endosperma é abundante e oleaginoso.
OBS.: todas as figuras desta postagem foram retiradas da apostila "a cultura da mandioca" no qual não há identificação dos autores.
Veja também:
Cultivo da Mandioca (Manihot esculentum Crantz): Origem
Como citar vc em um trabalho? No seu perfil não tem o seu nome completo
ResponderExcluirComo citar vc em um trabalho? No seu perfil não tem o seu nome completo
ResponderExcluirQual é a produção estimada da mandioca em 1ha
ResponderExcluirMultiplicação vegetativa da mandioca? alguém me ajuda nessa questão?
ResponderExcluircomo citar vc numa revisão bibliográfica?
ResponderExcluircomo citar você em um trabalho?
ResponderExcluirnao se pode citar bb
Excluirvdd bb.. wuwk
ExcluirGostei muito do texto muito bom eu tinha dificuldade mas já aprendi Obrigado por tudo🙏
ResponderExcluirTem citação de referência bibliográfica
ResponderExcluirnao
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