terça-feira, 30 de abril de 2013

Jequiranobóia


1. FICHA DO BICHO:
Nomes vulgares: Jequitiranabóia, jequiranabóia, jetiranumbóia, jitiranabóia, jiquitiranabóia, tirambóia, jaquiranabóia, cobra-voadora, cobra-do-ar (Norte do BR), cobra-de-asa (Norte do Brasil) e em inglês, Alligator - Headed Lantern Fly.
Nome científico: Fulgora lanternaria (L., 1758)
Origem do Nome: Descende do tupi-guarani, onde iakirána = "cigarra" e mbóia = "cobra". Portanto a definição indígena corresponde a "cobra" e Jequiranabóia, a pronúncia original indígena.
Ordem: Hemiptera
Subordem: Auchenorryncha
Família: Fulgoridae (Fulgorídeos)
Gênero: Fulgora
Espécie: F.lanternaria ( L. , 1758).
2. COMO É O BICHO?
É um inseto homóptero (parente da cigarra) e inofensivo que apresenta características que dão origem a crendices. Possui uma cabeça intumescida (forma de fava de amendoim) e quitinizada (quitina = proteína resistente) cuja forma vista de lado, lembra a cabeça de um réptil (cobra ou jacaré), com falsos dentes. Apresenta também um tubérculo perto da base semelhante a um grande par de olhos. Estes de fato se acham ao lado e junto deles há um fio sobre um pequeno tubérculo, o que representa sua antena.
Vista lateral semelhante à cabeça de um réptil
Suas asas são amarelo-sujas, pontilhadas de pardo e preto. As asas posteriores possuem grandes ocelos, lembrando grandes olhos, como nas borboletas-coruja (Caligo ilineus). Medem ao todo de 6 a 7 cm de comprimento com o dobro de envergadura.

Asas abertas mostrando os ocelos
Raramente ultrapassam os 10 cm de comprimento. Quando estão de asas fechadas (Fig.3), a aparência na qual são associados às crendices, se evidência.
Como são parentes das cigarras, sua reprodução pode ser similar. Isto é, de seus ovos eclodem larvas que passam todo seu estádio característico sob a terra (fase subterrânea) sugando raízes, e quando estas já estão prontas para a metamorfose, saem de seus abrigos subterrâneos e sobem nas vegetações para saírem de sua forma larvária, formando a "crisálida" e desta, a fase adulta.
3. O QUE O BICHO FAZ?
Gosta muito de voar depois do crepúsculo, sobre as florestas tropicais. Portanto é um animal de hábitos noturnos. Nas cidades, é atraída pela luminosidade das ruas, como outros insetos. Quando pousados, têm o hábito curioso de andar de lado e para trás.
Os inimigos naturais da Fulgora lanternaria, não são muitos. As aves (garças, corujas etc), mamíferos (primatas e carnívoros), répteis (serpentes e lagartos) e anfíbios (sapos). Em outros países os Fulgorídeos são parasitados pelas larvas de vespas e também por lagartas que vivem de forma parasitária sobre alguns insetos, alimentando-se de suas secreções. Este hábito concorreu para o desenvolvimento de sistemas de controle biológico, para combater as espécies pragas.
Alimenta-se do néctar de frutas e seiva de vegetais, retirados por sucção através de seu apêndice bucal.
4. ONDE O BICHO VIVE?
Esta espécie é muito comum na América do Sul, em grande parte no território brasileiro. Pode também ser encontrada nos países da América Central, como na Venezuela, Colômbia e Peru. Vive nas florestas tropicais.
Existem exemplares de outras famílias, que podem ser encontradas em outras regiões do mundo, como por exemplo, o caso da Saccharivora sp. (Antilhas), Saccharosydne sp. (Hawaí), Liburnia furcifera (Japão) e outras da Malásia e Bornéu. Nestes territórios algumas espécies são consideradas grandes pragas agrícolas (arroz, milho, cana-de-açúcar etc), causando grandes danos para a agricultura local. Como é o caso das Antilhas, considerada praga agrícola ataca a cultura da cana-de-açúcar e no Japão, a espécie ataca o arroz.
5. CURIOSIDADES DO BICHO:
São considerados os exemplos mais significativos do folclore brasileiro. Começaremos a relatar sua característica marcante: a cabeça. A possível bioluminescência é um fato muito marcante. Como o próprio nome foi batizado na época, "lanternaria" (lanterna). Mas alguns cientistas dizem que este fenômeno origina-se de bactérias fotogênicas que se desenvolvem sobre a cabeça dos exemplares. Porém, não possuo uma confirmação.
Muitas aldeias indígenas e comunidades próximas o temem, e desta forma acabaram disseminando por muito tempo o folclore do jequitiranabóia. Segunda a lenda Jequi, caso pouse em uma pessoa ou sobre um galho, este secará completamente e definhará até a morte. Isto se deve ao fato de os animais, algumas vezes, serem encontrados em troncos secos, acreditando-se que ao sugar sua seiva, levou a morte o órgão vegetal. Mas o leitor não deve se assustar com estas falsas crenças, pois o jequitiranabóia é um inseto inofensivo e incapaz de "secar" pessoas ou outros animais e até mesmo vegetais de grande porte. O que ocorre na verdade é que de fato já foi relatado, são seus hábitos alimentares (suga seivas e o néctar de frutas), só ocorrendo algum dano, ao vegetal, se o número de insetos for muito grande em planta já debilitada.
É considerado também um animal venenosissímo, pelo fato de se assemelhar a uma serpente. No ano de 1833, foi descrito como sendo: ".. há, porém entre todas mais perigosa e terrível, a jaquiranambóia". Esta observação por mais improvável que seja, é muito acreditada ainda pelas pessoas que vivem nas zonas distantes das cidades e próximas a florestas. Mas também não devemos inferiorizar e ignorar estas, pelo fato de acreditarem ou não nestas crenças, pois isto faz parte de nossa múltipla cultura e que não pode ser apagada de nossa história.
O jequitiranabóia antigamente, era visto com grande freqüência no interior das pequenas cidades, principalmente as do interior do Estado de São Paulo. Mas atualmente estas observações são muito difíceis de serem feitas, pois esta e muitas outras espécies acabaram se confinando em determinadas regiões. Este confinamento é prova de que o devastamento, a caça predatória (tráfico de animais) e a poluição estão a cada dia mais intensas, extinguindo a biodiversidade de nossa tão rica fauna e flora.


quarta-feira, 27 de março de 2013

A borboleta Azul

Esta borboleta deposita os seus ovos na genciana-de-turfeiras (Gentiana pneumonanthe); na região dos Alpes são às vezes encontrados na Gentiana asclepiadea. As lagartas não comem outras plantas. As larvas abandonam a planta após crescerem suficientemente (4º instar) e aguardam no solo abaixo até serem encontradas por formigas. As larvas emitem químicos superficiais (alomonas) muito semelhantes às das larvas das formigas, levando as formigas a transportarem as larvas da borboleta para os seus ninhos colocando-as juntamente com as suas larvas; ali são alimentadas pelas formigas operárias e devoram as larvas de formiga. Quando a larva da borboleta está totalmente desenvolvida transforma-se em pupa. Quando o adulto emerge tem de empreender a fuga do ninho de formigas. Estas reconhecem a borboleta como um intruso, mas quando tratam de atacá-la com as suas mandíbulas não conseguem agarrá-la pois a borboleta possui uma camada espessa de escamas que se soltam facilmente.
Parasitismo e predadores
Com o tempo, algumas colônias de formigas parasitadas desta forma alteram ligeiramente as alomonas das larvas como forma de defesa, levando a uma "corrida às armas" evolucionária entre as duas espécies. De um modo geral, as espécies de Lycanidae que têm uma relação mirmecófila com as formigas do gênero Myrmica apresentam especificidade de hospedeiro. A borboleta-azul é diferente neste aspecto pois usa diferentes espécies de hospedeiros em diferentes regiões da Europa. Entre elas enconram-se Myrmica scabrinodis, Myrmica ruginodis, e Myrmica rubra. As larvas de borboleta-azul são procuradas debaixo do solo pela vespa Ichneumon eumerus. Ao detectar uma larva de borboleta-azul, a vespa entra no ninho e dispersa uma feromona que faz com que as formigas do ninho se ataquem mutuamente. Na confusão resultante, a vespa localiza a larva da borboleta e injecta-a com os seus próprios ovos. No estádio de pupa da borboleta, os ovos de vespa eclodem e as larva da vespa consomem a pupa por dentro.

Fonte: Cantinho

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Controle de baratas


A barata é um inseto que pode atuar como vetor de diversos patógenos (bactérias, fungos, protozoários, vírus e vermes). As baratas são responsáveis pela transmissão de várias doenças através das patas e fezes pelos locais onde passam, sendo assim consideradas perigosas para saúde humana.
O controle químico com agrotóxicos é comum porém traz riscos a saúde humana e ao meio ambiente, existem receitas alternativas que dão um bom resultado, porém qualquer produto utilizado por si só não vai resolver o problema, é preciso combater três fatores básicos que proporcionam a proliferação de baratas no ambiente, que são : Acesso a água, comida e abrigo, associado a higiene do local.
A seguir estão citados três receitas alternativas para controle de baratas, essas receitas praticamente não agridem o meio ambiente e não é necessário que as casas sejam abandonadas temporariamente pela família, logicamente as iscas devem ser mantidas fora do alcance das crianças e é indicado que elas sejam colocadas a disposição das baratas nos horários que geralmente as pessoas da casa costumam estar dormindo ou saiam para trabalhar, pois esses insetos identificam esses períodos que o ser humano não oferece tanto perigo.

Alternativa 1:
Ácido bórico: 100 gramas (compre nas farmácias).
1 cebola média e bem picada.
1 colher de sopa de farinha de trigo
Modo de preparo: Misture bem os ingredientes e faça bolinhas. Após é só espalhar pela casa em locais onde as baratas tenha fácil acesso.

Alternativa 2:
Ácido bórico : 200 gramas
Queijo ralado: 3 colheres (sopa)
Açúcar : 3 colheres
Cebola ralada: 3 colheres
Farinha de trigo: 2 colheres
Mode de aplicação: Coloque em tampinha ou outro recipientes e disponibilize aos insetos.

Alternativa 3:
Misturar um pouco de ácido bórico com farinha de trigo e umedecer com cerveja.
Fazer bolinhas e por em tampinhas de refrigerante ou outro recipiente que as barates tenham acesso ao preparo, para atrair os insetos coloque cebola ralada ao redor das iscas.
Em casos onde a residência esteja com uma alta infestação de baratas pode-se fazer o controle químico com agrotóxicos para ter um efeito mais rápido e depois entrar com as receitas acima descritas para manter o ambiente livre dos insetos, mas sempre lembrando que é preciso manter o local higienizado e impedir o acesso a água, alimentos e abrigo. Também é importante destacar que o principal elemento das receitas é o ácido bórico que é encontrado em farmácias e ele não é repelente, a mistura mata pela ingestão, então é preciso por as iscas em locais de fácil acesso para as baratas.

Lembrete: Apesar de se tratar de receitas alternativas é recomendado utilizar EPIs (Equipamentos de proteção individual) e evitar o acesso de crianças e animais domésticos ao produto.

Fonte: Rural atual

4. Os níveis de organização em ecologia: populações, comunidade e ecossistemas



Começaremos discutindo o que é a Ecologia, para, em seguida, perceber qual é a importância de se entender os processos ecológicos.
A palavra “ecologia” foi usada pela primeira vez em 1869 e o conceito que representa foi aprimorado ao longo do tempo. Hoje, de uma forma simples, pode-se dizer que Ecologia é “o estudo científico das interações que determinam a distribuição e a abundância das espécies”.
Para entender a forma como os organismos se espalham por uma certa área e quais os fatores que determinam a quantidade de indivíduos de uma espécie, é necessário inicialmente conhecer as condições do meio em que vivem, bem como as relações desses indivíduos uns com os outros dentro da própria população. Também devem ser investigadas as relações entre indivíduos da espécie considerada e os das outras espécies com os quais convivem na comunidade.
A figura ao lado representa esquematicamente uma determinada área povoada por indivíduos de diferentes “espécies”. 
O homem, como qualquer outro ser vivo, está inserido em certas condições ambientais, interage fortemente com o meio e com outras espécies, sejam elas microorganismos, vegetais ou outros animais. Vamos, então, iniciar nosso estudo de Ecologia reconhecendo como nós mesmos interagimos com o meio físico e com outras espécies.
Primeiramente, vamos delimitar a área ou espaço urbano em que você mora ou passa a maior parte do dia. Você é um indivíduo, pertencente à comunidade instalada na área.
As estruturas corporais e as ações envolvidas na solução de problemas específicos impostos pelo ambiente são chamadas adaptações. Organismos mais bem adaptados a um ambiente são os que apresentam as soluções mais eficientes para garantir sua sobrevivência. Se as adaptações são determinadas por genes, tornam-se hereditárias, passando de uma geração para outra. Torna-se então muito interessante para a espécie que soluções eficientes alcançadas por um indivíduo possam disseminar-se para outros indivíduos da população, de modo a aumentar também neles a chance de sobrevivência individual e da própria população.
As entidades ecológicas (indivíduos, populações, comunidades, ecossistemas) constituem, nessa ordem, uma hierarquia. Cada nível (chamado nível de organização) possui atributos específicos, que não se definem em outros níveis. Um exemplo: pode-se determinar a altura individual, mas não faz sentido pensar em altura da população; o correspondente populacional da altura individual é a altura média. A densidade populacional só se define numa população, não tendo correspondente nos níveis individual ou de comunidade. Pode-se falar em número de espécies na comunidade, mas não tem sentido imaginar a mesma coisa para uma população isolada, já que aí todos os indivíduos são da mesma espécie.
Cada nível de organização envolve processos ou mecanismos particulares: os indivíduos nascem, respiram, se locomovem, excretam resíduos, crescem, adoecem, morrem. As populações podem “nascer” e “crescer” a partir da reprodução de alguns indivíduos iniciais. O crescimento aí corresponde ao aumento do tamanho da população, ou seja, do número de indivíduos. O tamanho de uma população também pode reduzir-se gradualmente até sua extinção: populações também “morrem”. Uma comunidade “nasce” (a partir de indivíduos de diferentes espécies que invadem um novo ambiente ainda desabitado), “cresce” (aumentando a diversidade – número de espécies ou populações) e pode até se extinguir. Vemos, então, que as entidades ecológicas “funcionam”, isto é, têm uma fisiologia própria. O tamanho das populações, por exemplo, se mantém ao longo do tempo às custas do equilíbrio entre forças negativas (mortalidade e emigração de indivíduos) e positivas (natalidade e imigração). As características das comunidades refletem o efeito conjunto das condições abióticas e das interações entre organismos das populações que as compõem. Por fim, um ecossistema em funcionamento apresenta dois processos cruciais: o fluxo energético, e a ciclagem de materiais, geralmente chamada de ciclagem de nutrientes.
Em decorrência desses processos, o meio afeta os seres vivos, e estes também afetam o meio. Sabe-se hoje que nossa atmosfera só apresenta O2 e CO2 graças à atividade vital de organismos no passado.
Assim como ocorre nos sistemas físicos, a manutenção dos sistemas biológicos, em todos os níveis de organização, também requer energia. Quanto mais complexa for a organização dos sistemas, mais energia será requerida para manter sua integridade. É importante notar que, sendo essa energia essencialmente química (está nas ligações entre os átomos nas moléculas), não pode ser dissociada dos materiais em que reside.



quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Área livre de Sigatoka Negra no Ceará


AÇÕES DE DEFESA FITOSSANITÁRIA
Monitoramento permanente da Sigatoka Negra
Todo o Estado do Ceará é reconhecido como Área Livre de Sigatoka Negra da bananeira,  doença  causada  pelo  fungo  Mycosphaerella  fijiensis(Morelet)  Deighton. Visando cumprir os procedimentos de manutenção da referida área, faz-se periodicamente o levantamento de detecção nas propriedades rurais, pomares não comerciais e áreas urbanas. 
Medidas de Prevenção
Para que a praga não seja introduzida em áreas livres, é necessário que sejam aplicadas rígidas medidas sanitárias de natureza proibitiva, como proibir o trânsito de vegetais contaminados e suas partes para regiões sem ocorrência da praga; as cargas procedentes de outros Estados devem estar acompanhadas Certificado Fitossanitário de Origem(CFO) ou Permissão de Trânsito de Vegetais(PTV); não utilizar folhas de bananeira para proteção e acondicionamento de qualquer produto vegetal durante o transporte; desinfectar  produtos,  caixarias  e  veículos  oriundos  de  áreas  onde  ocorre  a  praga  e erradicar pomares abandonados e improdutivos;
Medidas de Controle
Com a introdução e o estabelecimento da praga, diversas medidas podem ser tomadas no sentido de controlar a Sigatoka Negra no Estado como: 
Controle  Químico: aplicação  de  fungicidas  do  grupo  dos  ditiocarbamatos seguidos pelos sistêmicos dos grupos benzimidazóis e triazóis. Recomenda-se a aplicação alternada dos princípios ativos para evitar a ocorrência de resistência. 
Controle Cultural: eliminação racional das folhas infectadas ou de parte destas para redução de fonte de inóculo no interior do bananal.
Uso  de  Variedades  Resistentes: as  variedades  susceptíveis  devem  ser substituídas  pelas resistentes,  visando  à  redução  da  aplicação  de  inseticidas.  São variedades consideradas resistentes ou tolerantes à sigatoka negra: Pacovan Ken, Fhia 18, FHIA-1, FHIA 20, Caipira, Thap mao, Prata graúda, Maravilha e Preciosa).
Controle do Trânsito
O controle do trânsito de plantas e partes de plantas de bananeira é realizada nas barreiras fixas e volantes de fiscalização zoofitossanitária localizadas estrategicamente nas principais vias de acesso ao Estado.


Fonte: ADAGRI




sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Silagem

Considerada uma espécie de “reserva” de alimento para os animais durante o período mais seco do ano, é uma segurança que o produtor tem de que não vai faltar comida para seu gado. O caminho futuro da produção rural é a integração agricultura-pecuária, associada a moderna tecnologia. Cada vez mais observa-se o sucesso naquelas propriedades onde encontra-se um bom agricultor e também um bom pecuarista. É a chamada agropecuária empresarial. Silagem não pode ser somente reserva de alimento, deve sim ter qualidade nutricional e ser uma fonte de energia e proteína que será transformada em carne ou leite.
Deve-se abandonar os conceitos antigos, que não motivam os produtores a utilizarem esta forma de alimento, baseados em resultados e conceitos modernos da silagem, que atenderão a pecuária moderna.
É necessário ter como objetivo principal o crescimento econômico da produção animal, dentro de sistemas competitivos aos padrões internacionais.

1 – Objetivos
-  armazenar alimento com alta nutrição.
-  aumentar o conteúdo energético e a digestibilidade do volumoso.

2 –  Silagem de forrageiras tropicais
A distribuição da produção forrageira nos trópicos é estacional, alternando-se, durante o ano, períodos favoráveis e desfavoráveis ao crescimento das forrageiras. Os efeitos desse fato sobre a pecuária de leite e de corte são evidentes. Durante o inverno é comum os animais perderem peso; enquanto no verão, terem ganhos acentuados. 
A reprodução e a produção de leite também são afetadas uma vez que os animais só entram em cio e produzem leite com adequada disponibilidade de forragem, o que acabará afetando também o peso à desmama dos bezerros. 
A capacidade de suporte das pastagens também sofre flutuações, já que a oferta de forragem é variável. O preço da arroba de carne oscila durante o ano por causa dos períodos de alta e baixa disponibilidade de animais prontos para abate.
Para tentar solucionar ou, pelo menos, minimizar o problema, o pecuarista pode adotar inúmeras estratégias, cada uma apropriada às condições do sistema de produção que estiver sendo utilizado na propriedade.

2.1 – Ensilagem
É uma técnica que consiste em preservar forragens por meio de fermentação anaeróbica, após o seu corte, picagem, compactação e vedação em silos. O produto final dessa fermentação, denominado silagem, é obtido pela ação de microrganismos sobre os açúcares presentes nas plantas com a produção de ácidos, resultando em queda do pH até valores próximos de 4.
A prática da confecção de silagem tem sido cada vez mais comum na produção de gado de corte, principalmente em regiões com exploração pecuária mais tecnificada, onde a procura por melhores índices zootécnicos e rentabilidade econômica tem levado grande número de produtores, que utilizam o confinamento, a adotarem sistematicamente essa prática. Outro fator que tem contribuído para o aumento da ensilagem é a integração agricultura-pecuária, entrando a lavoura como forma de reduzir o custo de recuperação ou renovação de pastagem.
A relação preço do grão/preço da carne bovina no Brasil, em comparação com outros países, é desvantajosa; fato este que torna também interessante a prática da ensilagem. O lançamento de novas cultivares de milho e sorgo, bem como a experiência com novas cultivares de capim (tanzânia, mombaça, brizantão, tifton e outros) também tem estimulado a produção de silagem.


3 – Vantagens da silagem

Algumas vantagens do uso da silagem têm sido citadas:
  1. Produção de 30% a 50% mais de nutrientes em comparação à produção de grãos. 
  2. Manutenção do valor nutritivo, quando ensilado adequadamente.
  3. Liberação de área mais cedo, para uso de safrinha ou formação de pastagem.
  4. Requer menos espaço de armazenagem, por unidade de matéria seca, do que a fenação.
  5. Alta aceitabilidade.
  6. Processo totalmente mecanizado.
  7. Menor custo das máquinas em relação à fenação.
  8. Menor dependência das condições climáticas.

4 – Desvantagens do uso da silagem
Estas também têm sido observadas:
- Estrutura especial de armazenamento – Apesar de poder ser armazenada em silos horizontais do tipo superfície, estruturas como silo trincheira podem favorecer o enchimento, a compactação e o armazenamento. 
- Alta umidade significando grande quantidade de água transportada e armazenada.
- Redução da matéria orgânica e exposição do solo à erosão – Esse problema pode ser minorado com a adoção de técnica de plantio direto.
- Custo elevado em relação ao custo das pastagens – um dos fatores que mais influem no custo final da silagem é a produção por hectare. Por isso, o produtor deve cuidar o melhor possível de suas áreas de produção de forragem. 
- Ultimamente, os custos de produção de silagem têm aumentado em conseqüência das alterações cambiais, já que estas aumentam os preços dos insumos. 
 Por causa do menor custo, em comparação à silagem de milho ou de sorgo, as quantidades de silagens produzidas de capins, como mombaça, tanzânia e brizantão, têm aumentado significativamente. Entretanto, é preciso esclarecer que nem sempre a silagem mais barata será a que irá produzir a arroba de carne de menor custo na medida em que poderá exigir maior quantidade de concentrado.

5 – Forrageiras para ensilagem
O milho e o sorgo são culturas mais adaptadas ao processo de ensilagem, resultando geralmente em silagens de boa qualidade sem uso de aditivos ou pré-murchamento. O milho é a cultura mais indicada para locais de solos mais férteis e clima mais favorável e com alta tecnologia, enquanto que o sorgo, que contém 80% a 90% do valor energético do milho, tem sido indicado para locais de solos pobres, sujeitos a veranicos ou próximos de centros urbanos. 

5.1- Outras opções de forragens para ensilagem seriam: 
- Milheto – inferior ao milho e ao sorgo por conter menor quantidade de grãos.
- Girassol – tem sido recomendado para cultivo de safrinha, sendo sua maior limitação o excesso de umidade no ponto de corte.
- Raiz e parte aérea da mandioca – a parte aérea da mandioca é considerada um alimento superior à maioria dos capins empregados na ensilagem.
- Capim-elefante – bastante utilizado para produção de silagem em regiões de pecuária leiteira por causa de sua produtividade, elevado número de variedades, grande adaptabilidade. O corte, quando feito entre 60-70 dias, pode produzir silagem de boa qualidade, desde que cuidados sejam tomados para reduzir o problema do excesso de umidade.
- Capins tropicais – pelo menor custo (geralmente 50% do custo da silagem fresca de milho ou de sorgo) tem aumentado o interesse dos produtores pelas silagens de outros capins, como o mombaça, tanzânia, marandu e outros. É mais indicado para regiões sem aptidão agrícola, podendo ser uma boa alternativa para aumentar o estoque de forragem para seca, particularmente para categorias menos exigentes, como animais de cria e de recria, ou para regiões que disponham de concentrados baratos.
A possibilidade de mais de um corte/ano e posterior aproveitamento do rebrote para pastejo podem compensar as dificuldades encontradas na confecção da silagem de capim. 
Dentre essas, as de maior importância são os baixos teores de matéria seca e de carboidratos solúveis nesse tipo de forragem. Pode-se aumentar o teor de matéria seca na planta, fazendo-se um corte mais tardio.
Entretanto, isto vai resultar numa redução do teor de carboidratos solúveis e da digestibilidade. A recomendação é que cortes sejam sempre feitos antes da florada, e quando a planta apresenta alta presença de folhas verdes (entre 60 e 85 dias de crescimento). Isto deveria coincidir com o teor de matéria seca próximo ou superior a 25% no momento do corte. 
Forragens com teores de matéria seca abaixo de 25% precisam sofrer algum tratamento extra antes ou durante sua estocagem no silo.

6 – Silagem de milho
A grande aptidão da planta de milho para ensilar tem a ver com os seguintes fatores:

- Permite altas produções por hectare de um alimento de elevado valor nutritivo (energia).
- A silagem é um alimento com boa consistência e palatibilidade.
- Pode ser ensilado imediatamente a seguir ao corte, quando as características da planta estão próximas das ideais.
- Permite uma rápida colheita.
- Bom domínio da técnica de produção e conservação.

Precocidade: Milhos mais precoces permitem colher mais cedo, antes das primeiras chuvas (fins de Setembro, inícios de Outubro).
Rendimento: Um rendimento ótimo está associado a um bom desenvolvimento vegetativo, bem como à riqueza em grão. Este fato é importante na medida em que o animal tem grandes necessidades de Unidades Forrageiras (Leite e Carne). Também deve ter-se em atenção que um bom rendimento, para além de outros aspectos culturais, depende da densidade de plantação.
Riqueza em grão: A maçaroca contribui com 60% do valor da planta, sendo especialmente rica em açúcares (amido).
Utilização de aditivos/conservantes: Após o fecho do silo, a planta de milho sofre uma sequência de reações químicas que transformam os seus açúcares solúveis em ácido láctico. Estas transformações levam à acidificação do material, cujo pH deverá situar-se abaixo de 4, valor que limita as fermentações indesejáveis (ação da flora butírica) e assegura uma boa conservação da silagem de milho.A utilização de aditivos/conservantes é de recomendar, principalmente quando:
- O processo da ensilagem é feito com chuva;
- O teor de MS na altura da ensilagem não é o ideal;
- O enchimento do silo demora vários dias (silos sobredimensionados).
Neste caso existem no mercado produtos à base de bactérias lácticas, enzimas e ácidos com bons resultados no controlo da fermentação.
Avaliação da qualidade da silagem: A avaliação subjetiva da silagem, no que respeita  aos parâmetros cor, odor, teor de matéria seca, pode não ser, só por si, suficiente para avaliar a qualidade da silagem; daí que seja recomendável que se façam algumas determinações químicas, nomeadamente o pH.

7 – Silagem de sorgo
Entre as opções de forrageiras com bom valor nutritivo cita-se o sorgo e este pode ser utilizado tanto para produção de grãos como de forragem para pastejo ou conservação na forma de silagem ou feno. É uma cultura que produz silagens com boas características fermentativas e destaca-se por ser um volumoso com adequada concentração de carboidratos solúveis, essenciais para a fermentação lática. Depois do milho, é a cultura anual mais importante para produção de silagem, pois possibilita produção economicamente viável (alta produção por unidade de área), possui bom valor energético e níveis médios de proteína (cerca de 8% de proteína bruta). Outra característica importante do sorgo é a boa adaptação às variadas condições de clima e de solo.
A silagem de sorgo tem importância estratégica, pois quando é produzida com base nos princípios básicos para obtenção de silagem de boa qualidade apresenta valor nutritivo equiparado ao da silagem de milho e com a principal vantagem do menor custo de produção, uma vez que a produtividade do sorgo é maior que a do milho.
Algumas vantagens do sorgo em relação ao milho são:
- Os rendimentos de forragem verde em ótimas condições de clima e de fertilidade podem superar os obtidos com o milho. Há variedades de alta produção (sorgos forrageiros) que podem produzir cerca de 100 t/ha de massa verde, em dois cortes;
- Menor exigência quanto ao tipo e à fertilidade do solo;
- Capacidade para suportar extensos períodos de falta de água e rebrotar rapidamente depois da ocorrência de chuvas que umedecem suficientemente o solo;
- Adapta-se melhor que o milho em regiões onde há escassez de chuvas;
- Não é sujeito a roubos, como ocorre com as espigas de milho; no entanto, pelo fato de ter os grãos expostos sofre intenso ataque de pássaros.
O processo de ensilagem é composto por várias etapas, entre as quais citam-se: colheita e fracionamento da forrageira, transporte, enchimento do silo, compactação da forragem e, finalmente, vedação do silo. Antecedendo essas etapas, há uma atividade de importância significativa, que é a produção da forrageira que será ensilada. Esta é a base para que a eficiência econômica seja atingida, pois a produtividade da cultura está estreitamente relacionada com o custo de produção, ou seja, quanto maior a produção por unidade de área menor será o custo de produção da silagem.
A produção de silagem de boa qualidade inicia-se pela escolha do híbrido e esta escolha deve ser embasada em informações relativas às características agronômicas e qualitativas. Há no mercado disponibilidade de híbridos de sorgo para adaptar-se às diferentes regiões, sendo que numa mesma região tem-se a opção de escolha em função do ciclo, resistência e produtividade. Outra observação deve ser quanto à produção de grãos, pois quanto mais grãos na silagem, maior será o porcentual de Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) que é o teor de energia da silagem. O conveniente é fazer a escolha de acordo com o maior número de características desejáveis tais como ciclo, porte, participação de grãos, digestibilidade e teor de fibra, sanidade foliar, resistência a doenças e ao tombamento.
A escolha de híbridos mais adaptados às condições em que serão cultivados é fator importante para obtenção de maiores produções por unidade de área, mas é importante lembrar também que não só os fatores genéticos e de clima influenciam a produtividade do sorgo, mas, também, a quantidade de sementes, a época de semeadura, a população de plantas, o preparo, correção e fertilização do solo e o controle de plantas daninhas, pragas e doenças são fundamentais para obter alta produtividade.
Atualmente, sorgo forrageiro é aquele que produz massa (forragem) e grãos. Existem cultivares adaptadas para utilização na forma de grãos, que são as que apresentam menor porte. Entretanto, dois cultivares de sorgo se destacam para produção de silagem:
-  Sorgo Granífero - apresenta maior proporção de grãos e geralmente são de porte inferior aos sorgos forrageiros. Produzem silagens com excelente valor nutritivo em razão da presença de grãos; porém, a produção de massa verde é baixa, cerca de 30 t/ha;
- Sorgo duplo propósito - Produzem silagem com valor nutritivo semelhante à silagem de milho em razão da elevada participação de grãos. A produção de matéria verde é, em média, 50 t/ha, no primeiro corte e, a produção da rebrota pode atingir até 50% da produção obtida no primeiro corte, se as condições de clima e solo forem favoráveis.
Um dos aspectos mais importantes no processo produtivo, não somente do sorgo mas de qualquer espécie forrageira, é o manejo cultural e esse se traduz em atenção especial quanto ao local de plantio, preparo, correção e fertilização do solo, qualidade da semente, época e profundidade de semeadura, regulagem adequada da semeadora, espaçamento correto, densidade de plantas por área, controle de pragas, doenças e plantas daninhas e época ideal de colheita. Esses parâmetros, quando conduzidos com critério, influenciam positivamente nos diversos estádios de desenvolvimento da cultura, refletindo de forma significativa no potencial produtivo e qualitativo da espécie.
Fragmentação: A planta do sorgo deve ser fragmentada em partículas de 0,5 a 2,0 cm e este cuidado deve ser criteriosamente seguido, pois é um dos principais segredos para obter silagem de boa qualidade. São inúmeros os benefícios do tamanho adequado de partículas, que vão desde o enchimento do silo até o processo digestivo e o desempenho dos animais.
Silagens compostas por partículas pequenas são mais fáceis de serem misturadas a outros alimentos e são menores as perdas no momento da retirada do silo e durante a alimentação dos animais. Pequenas partículas também facilitam a mastigação, a ruminação e a digestão, com reflexos positivos no consumo e no desempenho dos animais.
Para que essa prática seja realizada de forma correta é importante vistoriar as condições das facas da ensiladora e isso deve ser feito com antecedência a colheita e durante a realização desta; e se as facas estiverem desgastadas deverão ser afiadas ou trocadas.
A produção de silagem de sorgo com bom valor nutritivo e baixo custo somente é possível se houver um planejamento antecipado das atividades e este deve ser cuidadosamente detalhado para que todas as etapas do processo de ensilagem sejam realizadas com eficiência. É importante salientar que, quanto maior produção forrageira por unidade de área, menor será o custo de produção da silagem.
Além do planejamento detalhado e da organização das atividades, o capricho na execução de cada etapa e o acompanhamento de todo o processo se traduz em tecnologia de baixo custo, e a adoção correta de tecnologia é garantia de eficiência, ou seja, de lucro.

8- Tipos de silagem
-         superfície: é o mais barato, pois só se gasta com a lona.
-         Trincheira: é o mais indicado e melhor.
-         Encosta ou torre: é muito caro, porém útil.
-         Cisterna: caro e útil.
-         Silo tubo: é extremamente útil, porém caríssimo.
O silo de superfície tem a desvantagem de ter de difícil compactação, pois eleva se ao nível do solo, começa desbarrancar, porém de baixo custo.
O silo trincheira é o melhor indicado, pois tem melhor compactação, melhor vedação (ao nível da superfície), e armazena a mesma quantidade que o de superfície, porém mais caro.
O silo torre é muito mais caro que a trincheira, perfeita para se aproveitar locais de barrancos.  É de difícil manejo na compactação e na retirada. Assim ocorre com o silo tipo cisterna.
O silo tubo é muito útil, em enchido como em forma de lingüiça, é mais prático porém é de altíssimo custo.
O corte e definido quando o grão apresenta consistência farinácea. No caso do milho, o grão deve estar passando um pouco do ponto de pamonha.
As plantas mais utilizadas para se fazer silagem são o milho, sorgo, capim, cana e girassol.
A silagem de cana não é boa ser feita isolada.  Como energética a cana é muito boa porém seu nível de proteína é muito baixo, por isso é um alimento pobre que então não fornecem uma boa silagem de qualidade. Ele está então, sendo substituída pela uréia por esse motivo. Não se deve usar cana para fazer silagem, pois na seca ela ainda está verde.
O processo de todos é o mesmo.
O ponto de corte do milho é com aspecto farináceos, antes disso tem-se aspecto leitoso.
Na silagem de grãos úmidos, pica-se somente a espiga, porém o processo é o mesmo do capim.
A revisão periódica do corte das facas da ensiladeira é muito cortante para que o tamanho das partículas picadas seja sempre igual. As partículas não devem ser grandes nem pequenas.
Para encher o silo trincheira, deve-se começar de trás para frente e para retirar a silagem de dentro da trincheira, deve ser de frente para trás. A compactação também deve ser feita de trás para frente e quando se começa a colocar a silagem.
Ao final, fecha-se o silo com tábuas e terra.
A compactação é importante para que não se forme ar dentro da silagem impedindo que ela estrague formando bactérias aeróbias. A compactação forma que somente bactérias anaeróbica, que não estraga o silo.
Deve-se fazer uma canaleta ao redor do silo para que água da chuva vai embora e ao final do silo, deve-se deixar acima da superfície do solo para que água da chuva escorra. Tampa-se o silo com lona e terra por cima, para impedir a entrada de água, protegerá lona de estrago, melhorar e fortalecer a compactação, além de evitar a passagem de animais por cima do silo.
Silagem é indicada somente para ruminantes.
Depois da abertura do silo, retira o necessário em camadas de 15 em 15 cm e cobre-se novamente a compactação do bastante com tábuas e terra para impedir a entrada de bactérias aeróbicas e para proteger a silagem até a próxima retirada. Deve se retirar 15 cm a cada dia depois de aberto, se um dia a camada não for retirada, no outro dia retira-se a primeira camada de 15 cm, joga fora e aproveita-se nos próximos 15 cm.
A uréia não é um aditivo aconselhável da silagem, ela é uma base, enquanto o conservante da silagem é o ácido lático (antagonismo) estragando o material.  Ela aumenta os carboidratos na silagem, sendo inútil. Não usar uréia, e se usar, tomar cuidado de distribuir o uniformemente a uréia na silagem para que não fique concentrada em um só local e conseqüentemente apodreça a silagem.
O milho é considerado o melhor para associar a silagem do que o sorgo e o girassol, devido à sua melhor palatabilidade. O sorgo possui tamino que tem baixa palatabilidade (gosto de banana verde) e o girassol também possui baixa palatabilidade.
A silagem não é interessante para eqüinos porque causa fermentação e conseqüentemente cólicas levando animal morte.

9 – Fatores que afetam a qualidade da silagem
Um dos fatores que afetam grandemente o tipo de fermentação e a conservação da massa ensilada é o teor de matéria seca, cujos valores ideais devem se situar entre 26% e 38%. Teores maiores de umidade favorecem o desenvolvimento de bactérias do gênero Clostridium, produtoras de ácido butírico, além de aumentar as perdas de nutrientes pela liberação de efluentes. Entretanto, uma forragem muito seca torna difícil a compactação e eliminação do ar.
O poder tampão, bastante alto nas leguminosas, é outro fator que interfere na qualidade da silagem. 
O teor mínimo de carboidratos solúveis na forragem a ser ensilada deve ser de 6% a 8% da matéria seca e estes têm sido os valores encontrados nos capins tropicais contra valores acima de 15% nas plantas de milho e de sorgo.
O carregamento lento, a colocação de camadas diárias finas, a falta de compactação e o atraso na vedação (acima de quatro dias) são procedimentos que concorrem para aerar a massa e promover perdas no processo.
É importante que haja uma adequação entre o tamanho do silo e as disponibilidades de mão-de-obra e de equipamentos. 
As máquinas devem estar bem preparadas para fazer um corte eficiente da forragem (1 a 2 cm). Isto vai favorecer a compactação e aumentar a superfície de contato acelerando a fermentação. 
Nos silos horizontais do tipo superfície, a ausência de paredes laterais, para possibilitar a compactação mais intensa, cria condições favoráveis a maior penetração do ar e, conseqüentemente, perdas mais pronunciadas. O uso de silos do tipo "bunker" (paredes laterais de madeira ou de alvenaria) ou silo trincheira, pode minorar esses efeitos, favorecendo o enchimento e a compactação. 
Para melhorar a qualidade particularmente das silagens de capim pode ser conveniente o uso da alguns artifícios, como a pré-secagem para forragem com menos de 25% de matéria seca. No mercado existem máquinas capazes de recolher o capim pré-secado.  
Outra alternativa é o uso de aditivos de elevado teor de matéria seca. Eles funcionariam como extratores de umidade, aumentando, assim, o teor de matéria seca da massa a ser ensilada e, conseqüentemente, melhorando as condições para fermentação. 
Dentre esses aditivos, citam-se: fubá (10 – 40 kg/t), raspa de mandioca (75 kg/t), espiga de milho integral moída (150 – 250 kg/t), polpa cítrica seca (100 – 200 kg/t), casca de soja (100 – 200 kg/t). Esses aditivos, para atuarem adequadamente, devem ser misturados de forma mais homogênea possível na massa ensilada.  
Outros aditivos utilizados para estimular a fermentação são os biológicos e/ou enzimáticos. Contribuem para aumentar significativamente o custo da silagem, mas, com os capins tropicais, os resultados obtidos têm sido bastante inconstantes em termos de melhoria da qualidade da silagem obtida. Pela dificuldade de utilização na prática de métodos como a pré-secagem e/ou  incorporação de aditivos secos, os inoculantes biológicos comerciais têm sido utilizados por causa da facilidade de aplicação. O inoculante pode ser aplicado por meio de uma bomba com reservatório acoplada no trator com bico pulverizador acoplado à ensiladeira ou com pulverizador costal no momento de carregamento e compactação da forragem.
Um aditivo de característica nutricional, como o melaço (30 – 40 kg/t), seria indicado para material pré-secado ou com teor de matéria seca acima de 25%. 
O último passo na utilização da silagem, também importante, consiste da retirada diária da massa ensilada. Ela deve utilizar uma fatia mínima de 20 cm do silo, evitando-se deixar partes do silo descobertas e massa de silagem remexida para o dia seguinte. 

10- Aditivos
Para melhorar as condições de fermentação ou para melhorar o valor nutritivo das silagens, alguns aditivos podem ser usados, como é o caso de fenos, palhas, fubá, uréia, melaço etc. Estes aditivos são empregados principalmente na ensilagem do capim-elefante, mas a uréia pode ser empregada também na ensilagem do milho. O aditivo escolhido é espalhado após cada camada do material colocado no silo, de maneira que fique bem distribuído dentro da massa ensilada. São empregados nas seguintes proporções: 
- uréia: 0,5% (na ensilagem de milho ou capim-elefante),  
- melaço: 3 a 5% (na ensilagem de capim-elefante) ou
- fubá: 3 a 5% (na ensilagem de capim-elefante)  
Para facilitar a distribuição da uréia ou do melaço, estes podem ser divididos em água (1 kg: 1 l). 
O principal problema para a ensilagem de capim-elefante é o elevado teor de água da planta. Para minimizar este problema usa-se, ou fazer o pré-murchamento, ou adicionar materiais mais secos junto com o capim no silo. Uma opção é usar o feno da parte aérea da mandioca (rama + folhas secas) na proporção de 5%, ou mesmo a parte aérea fresca da mandioca, picada, na proporção de 25%. Milho desintegrado com palha e sabugo ou cama de aviário também podem ser usados na base de 5%.

11- Valor nutritivo das silagens
Plantas de milho e de sorgo, quando adequadamente ensiladas, são boas fontes de energia (60% a 70% de NDT); contudo, são deficientes em proteína (7% a 9% de PB). 
A silagem de sorgo equivale a 80%-90% da silagem do milho por conter menor quantidade de grãos, apresentar maior perdas de grãos nas fezes dos animais e talos de menor digestibilidade. 
As silagens de capins, geralmente, estão associadas a maior risco de perda e apresentam conteúdo energético inferior às silagens de milho e de sorgo (56% a 60% de NDT).

12- Avaliação de silagens
Uma boa silagem deve ter cheiro agradável e cor clara. Grandes quantidades de efluentes escorrendo indicam a possibilidade de fermentação inadequada. Uma silagem muito seca indica que pode ter havido problemas na compactação. A presença de mofo é um indicativo da presença de ar oriundo da má compactação ou da vedação inadequada. O pH de uma boa silagem deve ser inferior a 4,2. A análise de ácidos orgânicos deve indicar valor acima de 2% de ácido lático e inferior a 0,1% de ácido butírico da matéria seca. A degradação de proteína é um sinal de fermentação indesejável e o nível de nitrogênio amoniacal de uma boa silagem deve ser inferior a 11% do nitrogênio total.

13- Conclusão
Em geral, as silagens apresentam qualidade nutritiva muito baixa. Há necessidade de um maior acompanhamento do produtor, visando melhorar significativamente a qualidade, obtendo com isto uma maior eficiência na produção animal. Objetivo principal que o produtor deve alcançar, através da escolha do híbrido de milho e da correção dos seus erros de manejo, ano após ano, safra após safra.

14–  Referências Bibliográficas (Links)