O silício apresenta uma série de
benefícios para as plantas. O silício, na superfície das folhas, polimeriza e
forma um revestimento duro que dificulta a entrada de insetos e fungos. Esta
polimerização é regulada pela quantidade de água, ou seja, quanto menos água
for disponibilizada para as raízes mais polimerizado o silício. O contrário,
quanto maior a quantidade de água menor a polimerização. Esta polimerização é
importante para conferir uma resistência das plantas ao
acamamento, pois os colmos ficam mais rígidos e eretos. Com isto, o silício é
importante para as plantas, pois confere várias vantagens, além destas
apontadas acima.
O silício proporciona, também, uma
resistência das plantas às geadas, e diversos trabalhos de pesquisa comprovaram
a ação do elemento no desenvolvimento e produtividade dos vegetais. O silício é
abundante na crosta terrestre, e no solo é encontrado na forma de H4SiO4,
conhecido como ácido monossilício. As plantas podem ser acumuladoras e não
acumuladoras de silício. Nas "acumuladoras de silício" as plantas
apresentam uma taxa de 1% do nutriente nas folhas, enquanto nas "não
acumuladoras" a taxa foliar é menor que 0,5%. Além das folhas, o silício
concentra-se no caule e nos frutos. A acumulação de silício nas folhas dá
origem à formação de uma dupla camada de sílica que ocasiona uma diminuição da
abertura dos estômatos. Isto reduz a transpiração e confere uma resistência às
pragas e doenças dos vegetais. Por este benefício consegue-se uma diminuição na
aplicação de agrotóxicos e, portanto, uma redução dos custos de produção da
lavoura.
As fontes fornecedoras de silício
(silicatos) são variadas. As escórias da siderurgia do ferro e do aço são um
tipo e são mais baratas. Para sua obtenção faz-se o calcário (dolomítico,
magnesiano ou calcítico) reagir com a sílica (SiO2) presente nos
minerais de ferro, a uma temperatura de 1400 ºC. Os silicatos são considerados
como neutralizadores da acidez do solo, desde que apresentem um PRNT alto e
alto grau de finura que lhe confere uma maior solubilidade. Nestas condições, a
reatividade no solo será processada de maneira mais rápida.
Os trabalhos de pesquisa têm
comprovado a eficiência do silício. A cana-de-açúcar reage muito bem a uma
aplicação de silício, principalmente nos solos deficientes do nutriente. Foram
alcançados rendimentos superiores a 30% quando a cana é adubada com silício. Um
solo é considerado deficiente no nutriente quando apresenta teor de silício
menor que 20 mg/kg.
Korndörfer et al. chegaram à conclusão
que na produção de cana o silicato de cálcio se mostrou superior ao calcário,
talvez pela presença do silício.
Na soja não se verifica a formação da dupla camada de silício, pois os teores são baixos nas folhas. Mesmo assim, a soja resiste ao ataque da cercosporiose. A formação dos nódulos nas raízes das plantas de soja, pelas bactérias fixadoras de nitrogênio, é aumentada.
Em viveiros de mudas de café, a
aplicação de silicato de cálcio e magnésio controlou a doença fúngica chamada
cercosporiose. Os melhores resultados foram conseguidos com aplicação de 200
g/m², na fase de "palito de fósforo", em três aplicações com
intervalo de 30 dias.
No arroz, a aplicação de silicato de
cálcio reduziu a quantidade de grãos vazios e contribuiu para uma maior
produtividade das lavouras. Na panícula, um aumento de grãos cheios. No solo,
um aumento do pH , do Ca e do Mg. A "mancha dos grãos de arroz",
provocada pela adubação nitrogenada, reduziu quando aplicado o silicato de
cálcio. A doença "bruzone" foi minimizada e houve um aumento
considerável da produção.
A aplicação de silicatos favorece:
1. aumento do pH do solo;
2. diminuição do Al tóxico;
3. aumento do teor de
saturação por bases (V%);
4. diminuição da saturação por
alumínio (m%).
Os silicatos podem ser aplicados via
solo, na forma pó ou granulada, ou via foliar, na forma líquida. Os silicatos
granulados são muito usados em misturas com fertilizantes NPK
FONTE: Na sala com Gismonti