DAYANA
AQUINO
Da
Redação – ADV
Do
cardápio para o tanque do carro. A tilápia, peixe amplamente produzido no
Brasil, apresenta um grande potencial para a produção de biodiesel. Pesquisas
no Ceará apontam que das vísceras do animal pode ser produzido biocombustível
de boa qualidade, com uma produção que, somente no estado, pode alcançar 167
mil toneladas de óleo por ano.
Os
estudos são conduzidos pela Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará
(Nutec). Os levantamentos feitos até agora apontam que de cada peixe, 4,5% pode
se transformar em
biodiesel. O óleo é extraído das vísceras do animal, parte
que seria descartada.
Do
peixe, são extraídos 10% das vísceras, das quais 50% é óleo. Cerca de 90% desse
óleo pode se transformar em biodiesel, conforme explica o diretor de Inovação
Tecnológica da Nutec, Ricardo de Albuquerque Mendes.
De
acordo com a Nutec, as tilápias são os peixes mais cultivados no Brasil,
correspondendo a 38% do total de peixes produzidos. O Ceará é o maior produtor
nacional de tilápia. O pesquisador Fernando Pedro Dias, afirma que não há risco
de uma discussão sobre segurança alimentar como ocorre com o biodiesel a partir
de sementes. “As pesquisas com a tilápia surgem como alternativa justamente por
utilizar a matéria-prima do peixe que não serve como alimento”.
Para
atender a demanda de 5% de biodiesel puro ao diesel fóssil, o Ceará precisará
de 38 milhões de litros de biodiesel por ano. Para Mendes, será necessário
multiplicar as matérias-primas, onde se encaixa o óleo de vísceras de tilápia,
para atender a demanda. O aproveitamento dos resíduos desse peixe, além de
contribuir com o potencial energético local com matéria-prima barata, também
são uma alternativa de renda às comunidades pesqueiras e criadores cearenses e
auxiliam na redução da poluição local com o tratamento desses rejeitos.
Fonte: visceras de peixe
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