Esta borboleta deposita os seus ovos na
genciana-de-turfeiras (Gentiana pneumonanthe); na região dos Alpes são às vezes
encontrados na Gentiana asclepiadea. As lagartas não comem outras plantas. As
larvas abandonam a planta após crescerem suficientemente (4º instar) e aguardam
no solo abaixo até serem encontradas por formigas. As larvas emitem químicos
superficiais (alomonas) muito semelhantes às das larvas das formigas, levando
as formigas a transportarem as larvas da borboleta para os seus ninhos
colocando-as juntamente com as suas larvas; ali são alimentadas pelas formigas
operárias e devoram as larvas de formiga. Quando a larva da borboleta está
totalmente desenvolvida transforma-se em pupa. Quando o adulto emerge tem de
empreender a fuga do ninho de formigas. Estas reconhecem a borboleta como um
intruso, mas quando tratam de atacá-la com as suas mandíbulas não conseguem
agarrá-la pois a borboleta possui uma camada espessa de escamas que se soltam
facilmente.
Parasitismo e
predadores
Com
o tempo, algumas colônias de formigas parasitadas desta forma alteram
ligeiramente as alomonas das larvas como forma de defesa, levando a uma
"corrida às armas" evolucionária entre as duas espécies. De um modo
geral, as espécies de Lycanidae que têm uma relação mirmecófila com as formigas
do gênero Myrmica apresentam especificidade de hospedeiro. A borboleta-azul é
diferente neste aspecto pois usa diferentes espécies de hospedeiros em
diferentes regiões da Europa. Entre elas enconram-se Myrmica scabrinodis,
Myrmica ruginodis, e Myrmica rubra. As larvas de borboleta-azul são procuradas
debaixo do solo pela vespa Ichneumon eumerus. Ao detectar uma larva de borboleta-azul,
a vespa entra no ninho e dispersa uma feromona que faz com que as formigas do
ninho se ataquem mutuamente. Na confusão resultante, a vespa localiza a larva
da borboleta e injecta-a com os seus próprios ovos. No estádio de pupa da
borboleta, os ovos de vespa eclodem e as larva da vespa consomem a pupa por
dentro.
Fonte: Cantinho