sábado, 25 de agosto de 2012

Nutrição e adubação do sorgo


A fertilidade dos solos, a nutrição e adubação são componentes essenciais para a construção de um sistema de produção eficiente. A disponibilidade de nutrientes deve estar sincronizada com o requerimento da cultura, em quantidade, forma e tempo. Um programa racional de adubação envolve as seguintes considerações: a) diagnose da fertilidade do solo; b) requerimento nutricional do sorgo de acordo com a finalidade de exploração, grãos ou forragem; c) os padrões de absorção e acumulação dos nutrientes, principalmente N e K; d) fontes dos nutrientes; e) manejo da adubação.
É importante ressaltar que nos últimos anos, a agricultura brasileira, de um modo geral, vem passando por importantes mudanças tecnológicas resultando em aumentos significativos da produtividade e produção. Dentre essas tecnologias destaca-se a conscientização dos agricultores da necessidade da melhoria na qualidade dos solos, visando uma produção sustentada. Essa melhoria na qualidade dos solos está geralmente relacionada ao manejo adequado, o qual inclui entre outras práticas, a rotação de culturas, o plantio direto e o manejo da fertilidade através da calagem, gessagem e adubação equilibrada com macro e micronutrientes, utilizando fertilizantes químicos e/ou orgânicos (estercos, compostos, adubação verde, etc).
Diagnose da fertilidade do solo
Os solos apresentam diferenças em sua capacidade no fornecimento de nutrientes, dependendo da quantidade de reservas totais, dinâmica de mobilização e fixação e da disponibilidade dos nutrientes para as raízes, Desse modo, é necessário quantificar, por meio de análises químicas, o potencial dos solos em fornecer os nutrientes e o estado nutricional das plantas, como instrumentos para o uso eficiente de corretivos e fertilizantes. Além destes fatos, é necessário também levar em consideração os diferentes esquemas de rotação e sucessão de culturas que apresentam diferenças nas exigências nutricionais e reciclagem dos nutrientes pelas diferentes culturas componentes dos sistemas de produção utilizados nas propriedades agrícolas. A Figura 1 ilustra a classificação da fertilidade dos solos, utilizada para interpretação da capacidade dos solos em suprir nutrientes as culturas.
Para que o objetivo do manejo racional da fertilidade do solo seja atingido é imprescindível a utilização de uma série de instrumentos de diagnose de possíveis problemas nutricionais que, uma vez corrigidos, aumentarão as probabilidades de sucesso na agricultura. Assim, o agricultor ao planejar o cultivo do sorgo deve levar em consideração os seguintes aspectos: a) expectativa de produção; b) diagnose adequada dos problemas – análise de solo e histórico de calagem e adubação das glebas; c) quais nutrientes devem ser considerados neste particular caso? (muitos solos tem adequado suprimento de Ca, Mg, Fe, etc.); d) quais nutrientes não necessitam ser considerados a cada ano ? (Ca e Mg suprido pela calagem; Zn e Cu residual no solo e, maior ou menor exigência da cultura); e) quantidades de P e K necessários na semeadura ? - determinado pela análise de solo e removido pela cultura; f) qual a fonte, quantidade e, quando aplicar N? (baseado na análise de solo e produtividade desejada); g) quais nutrientes podem ter problemas neste solo? (lixiviação de nitrogênio em solos arenosos, ou são necessários em grandes quantidades); h) outros fatores agronômicos (híbridos, espaçamento, densidade de plantas, sanidade, disponibilidade de água, etc.), são satisfatórios?

Figura 1. Conceitos utilizados para interpretação dos indicadores da fertilidade dos solos e sua capacidade potencial no suprimento de nutrientes às culturas.
Exigências nutricionais
O requerimento nutricional varia diretamente com o potencial de produção. Por exemplo, os dados apresentados na Tabela 1, dão uma ideia da extração de nutrientes pelo sorgo. Observa-se que a extração de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio aumenta linearmente com o aumento na produtividade, e que a maior exigência do sorgo refere-se ao nitrogênio e potássio, seguindo-se cálcio, magnésio e fósforo.
Devido ao fato de culturas com maiores rendimentos extraírem e exportarem maiores quantidades de nutrientes (Tabela 1) e, portanto, necessitarem de doses diferentes de fertilizantes, nas recomendações oficiais de adubação para a cultura do sorgo no Brasil, as doses dos nutrientes são segmentadas conforme a produtividade esperada. Isso se aplica mais apropriadamente, a nutrientes como nitrogênio e o potássio, extraídos em grandes quantidades, mas também é valido para o fósforo e, de certo modo para o enxofre. O conceito é menos importante para o cálcio e o magnésio, cujos teores nos solos, com a acidez adequadamente corrigida, devem se suficientes para culturas de sorgo com altas produtividades.
Tabela 1. Extração média de nutrientes pela cultura do sorgo em diferentes níveis de produtividades.
1/ Para converter P em P2O5, K em K2O, Ca em CaO e Mg em MgO, multiplicar por 2,29, 1,20, 1,39 e 1,66, respectivamente. Fonte: 2/Pitta et al. (2001) e 3/Fribourg et al. (1976). 
FONTE: EMBRAPA


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Nutrição e Adubação do milho


Nos últimos anos, a cultura do milho no Brasil, vem passando por importantes mudanças tecnológicas, resultando em aumentos significativos da produtividade e produção. Entre essas tecnologias destaca-se a conscientização dos produtores da necessidade da melhoria na qualidade dos solos, visando uma produção sustentada. Essa melhoria na qualidade dos solos está geralmente relacionada ao manejo adequado, o qual inclui entre outras práticas, a rotação de culturas, plantio direto, manejo da fertilidade através da calagem, gessagem e adubação equilibrada com macro e micronutrientes, utilizando fertilizantes químicos e/ou orgânicos (estercos, compostos, adubação verde, etc.).
Assim, o agricultor ao planejar a adubação do milho deve levar em consideração os seguintes aspectos: a) diagnose adequada dos problemas – análise de solo e histórico de calagem e adubação das glebas; b) quais nutrientes devem ser considerados neste particular caso? (muitos solos tem adequado suprimento de Ca, Mg, etc.); c) quantidades de N, P e K necessários na semeadura ? - determinado pela análise de solo e removido pela cultura; d) qual a fonte, quantidade e, quando aplicar N ? (baseado na produtividade desejada); e) quais nutrientes podem ter problemas neste solo ? (lixiviação de nitrogênio em solos arenosos, ou são necessários em grandes quantidades).
Exigências Nutrientes
Dados médios de experimentos conduzidos na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas- MG, dão uma idéia da extração de nutrientes pelo milho, cultivado para produção de grãos e silagem (Tabela 1). Observa-se que a extração de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio aumenta linearmente com o aumento na produtividade, e que a maior exigência do milho refere-se a nitrogênio e potássio, seguindo-se cálcio, magnésio e fósforo.

Com relação aos micronutrientes, as quantidades requeridas pelas plantas de milho são muito pequenas. Para uma produtividade de 9 t de grãos/ha, são extraídos: 2.100 g de ferro, 340 g de manganês, 400 g de zinco, 170 g de boro, 110 g de cobre e, 9 g de molibdênio. Entretanto, a deficiência de um deles pode ter tanto efeito na desorganização de processos metabólicos e redução na produtividade, como a deficiência de um macronutriente como, por exemplo, o nitrogênio.
Em milho, os nutrientes têm diferentes taxas de translocação entre os tecidos (colmos, folhas e grãos). No que se refere à exportação dos nutrientes, o fósforo é quase todo translocado para os grãos (77 a 86 %), seguindo-se o nitrogênio (70 a 77 %), o enxofre (60 %), o magnésio (47 a 69 %), o potássio (26 a 43 %) e o cálcio (3 a 7 %). Isso implica que a incorporação dos restos culturais do milho devolve ao solo grande parte dos nutrientes, principalmente potássio e cálcio, contidos na palhada. Quando o milho é colhido para silagem, além dos grãos, a parte vegetativa também é removida, havendo consequentemente alta extração e exportação de nutrientes (Tabela 1). Assim, problemas de fertilidade do solo se manifestarão mais cedo na produção de silagem do que na produção de grãos. Na figura 1 são apresentadas a reciclagem (restituição) e exportação de nutrientes por milho destinado à produção de grãos e forragem.
De acordo com os dados apresentados na Figura 1, para alcançar produção de 9,20 t de grãos ha-1, a cultura do milho absorveu um total de 185 kg/ha de N, dos quais 138 kg/ha (75 %), foram exportados nos grãos e 47 kg/ha encontravam-se na palhada; 132 kg/ ha de K, dos quais apenas 42 kg/ha (32 %) foram exportados nos grãos e 90 kg ha-1 de K (68 %) encontravam - se na palhada (Figura 1). Pode-se afirmar, portanto, que a manutenção dos restos culturais na área, devolve ao solo grande quantidade de K, caracterizando a cultura do milho destinada a produção de grãos como uma “bomba” recicladora de K, com uma reciclagem de 12 kg de K por tonelada de palha. O milho destinado à produção de forragem tem recomendações especiais porque todo material é cortado e removido do campo antes que a cultura complete o seu ciclo. Com isso, a remoção de nutrientes é muito maior quando comparada com a cultura destinada à produção de grãos (Figura 1). Essas informações tem implicações na recomendação de adubação tanto para o milho como para as outras culturas semeadas em rotação ou em sucessão a este cereal. Assim, ao se planejar a adubação para cultura do milho é importante considerar, além dos resultados das análises de solo, a extração dos nutriente pela cultura, a finalidade de exploração (grãos ou forragem) e a estimativa do potencial de produtividade a ser alcançado.
FONTE: EMBRAPA