segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fatores que influenciam a produção agrícola (Fotossíntese,Água, Nutrição mineral)


Fotossíntese
 A fotossíntese é o processo pelo qual a energia luminosa é transformada em energia química e poder redutor, armazenada nas moléculas de ATP e NADH + H+. Num segundo passo fase escura (na verdade, fase independente de luz) a energia armazenada é utilizada para síntese de glicose a partir de CO2 +H2O. A fotossíntese ocorre nos cloroplastos, uma organela que, como a mitocôndria, possui uma membrana externa altamente permeável e uma membrana interna praticamente impermeável, separadas por um espaço intermembranar. A equação geral da fotossíntese é:
 6 CO2 + 6 H2O C6H12O6 + 6 O2   ΔG = +2.870 KJ x mol-1
 A variação da energia livre padrão para a síntese da molécula da Glicose a partir das moléculas de H2O e CO2 é de +686 kcal/mol, com uma constante de equilíbrio de 10-496 a 27ºC.
As reações dependentes de luz ocorrem na membrana do tilacóide e envolvem processos semelhantes ao transporte de elétrons e fosforilação oxidativa da mitocôndria. As reações independentes de luz ocorrem no estroma.
Os primeiros estudos de fotossíntese realizados levaram à conclusão de que CO2 era a fonte do O2 gerado na fotossíntese. Em 1931, entretanto, demonstrou-se que bactérias fotossintetizantes anaeróbicas, sintetizam glicose a partir de CO2, sem gerar O2:
 CO2 + 2 H2S luz (CH2O) + 2 S + H2O
 A reação geral da fotossíntese pode ser demonstrada como segue:
 CO2 + 2 H2A luz (CH2O) + 2 A + H2O
 Em cianobactérias, H2A é H2S, e em plantas, H2O. Isso sugere que a fotossíntese seja um processo de duas fases, nos quais a energia solar é utilizada para oxidar H2A (fase clara):
 2 H2A luz 2 A + 4[H]
 e o agente redutor resultante [H] subseqüentemente reduz CO2 (fase escura):
 4[H] + CO2 luz (CH2O) + H2O
O principal fotorreceptor na fotossíntese é a clorofila. A luz absorvida pelas clorofilas antena e pigmentos acessórios é transferida para centros de reação fotossintéticos, onde ocorrem as principais reações da fotossíntese. Plantas e cianobactérias utilizam o poder redutor gerado pela oxidação de H2O dirigida pela luz para produzir NADPH.
Quando a molécula da Clorofila ou outra substância absorve um fóton, um elétron é excitado de uma orbital molecular para outra de mais elevada energia.
A maioria das células fotossintéticas absorve na zona de energia entre 450-700 nm, mas algumas bactérias podem usar as regiões entre 800 e 900 nm. As organelas onde se processa a fotossíntese são os Cloroplastos que apresentam 5 mm de comprimento.
Apresenta duas membranas uma interior e outra exterior entre as quais existe um espaço. A membrana interior envolve um Estroma, contendo enzimas solúveis e sacos achatados chamados Tilacóides formados por membranas, as membranas Tilacóides.
Uma pilha de tilacóides designa-se por Granum. Os cloroplastos têm então:
Três tipos de membranas: exterior, interior e tilacóide.
Três tipos de espaços: intermembrana, estroma e espaço tilacóide.
A produção de O2 na fotossíntese requer 2 fotossistemas: Fotossistema I (P700) gera um forte agente redutor, capaz de reduzir NADP+, e concomitantemente, um oxidante fraco; Fotossistema II (P680) gera um forte agente oxidante, capaz de oxidar H2O, e concomitantemente, um redutor fraco. O redutor fraco reduz o oxidante fraco. Assim, fotossistemas I e II precisam funcionar em série para acoplar a oxidação da H2O com a redução de NADP+ (transferência de elétrons de H2O para NADP+, formando O2 e NADPH + H+).

ÁGUA

Considerações Gerais
Na agricultura irrigada, o fator “água” deve ser otimizado possibilitando, sem maiores riscos, aumentar a utilização dos demais fatores de produção e, por conseqüência, obter-se maiores produtividades com uma melhor combinação dos insumos empregados. Para tanto, o conhecimento das funções de produção ou superfícies de resposta é fundamental para auxiliar nas decisões, haja vista que estas funções possibilitam determinar as interações entre os diversos fatores que afetam a produtividade, e escolher as soluções mais condizentes com a realidade regional, permitindo assim o manejo racional da irrigação em bases técnicas e econômicas.
Ao manejar, de forma racional, qualquer projeto de irrigação, deve-se considerar os aspectos sociais e ecológicos da região e procurar maximizar a produtividade e a eficiência de uso de água e minimizar os custo, quer de mão-de-obra, quer de capital, de forma a tornar lucrativa utilização da irrigação. Ou seja, não se deve fazer irrigação só para dizer que se estar fazendo agricultura irrigada, mas sim com o objetivo de aumentar o lucro, com o aumento da produtividade, quer em quantidade, quer em qualidade, ou com o objetivo de incorporar à agricultura terras que sem o uso da irrigação não seria possível serem cultivadas.
Existem muitas evidências no mundo de que grandes áreas, após os benefícios iniciais da irrigação, têm-se tornado impróprias à agricultura. Apesar de seus imensos benefícios, ela tem criado impactos ambientais adversos ao solo, à disponibilidade e qualidade da água, à saúde pública, à fauna e flora, e, em alguns casos, às condições sócio-econômicas da população local.
Quanto aos aspectos ecológicos, tanto a total desconsideração como as supervalorizações dos impactos ambientais não são benéficas ao desenvolvimento sustentado da irrigação. Devemos envidar esforços para a obtenção de dados confiáveis que permitam quantificar, com precisão, a magnitude do impacto ambiental ocasionado pela irrigação, de modo que possam ser considerados na execução e manejo dos projetos. Procedendo assim, teremos um crescimento sustentável da irrigação, evitando que seja baseado exclusivamente em benefícios financeiros de curto prazo, que trazem sérios problemas ao meio ambiente.
Não concordamos com aqueles que preconizam a paralisação do desenvolvimento de novos projetos de irrigação, em virtude de possíveis problemas ecológicos, mas também não podemos concordar com os que desconsideram totalmente os impactos ambientais relacionados com esses projetos e se apóiam somente na relação financeira entre beneficio e custo. Ambos os lados analisam, exclusivamente, uma única face do problema. Acreditamos que, na maioria dos casos, é possível compatibilizar desenvolvimento da irrigação com proteção do meio ambiente.  A irrigação no Brasil, infelizmente, ainda não esta sendo praticada com boa eficiência. Todavia, com a competição cada vez maior por “água”, pelos vários setores da sociedade, associada aos movimentos ecológicos, conscientizando a população da importância de um meio ambiente mais saudável e menos poluído, haverá, sem dúvida, pressão para que a irrigação seja conduzida com maior eficiência, de modo que cause o mínimo de impacto possível no meio ambiente, notadamente no que se diz respeito à disponibilidade e qualidade da “água” para as múltiplas atividades.
Deste modo, cada vez mais, torna-se de grande importância a conscientização da sociedade sobre a necessidade de se usar de forma racional os recursos hídricos. E que o direito de utilização da água encrue também a responsabilidade de usá-la de forma adequada.
Assim sendo, cada vez mais, os técnicos que tratam desse assunto deverão ter obrigação de tomar cuidado para que a irrigação no país não seja implementada de forma atabalhoada, e que seus benefícios não sejam ilusórios ou momentâneos, mas sob enfoque de desenvolvimento sustentado, de modo que gere benefícios a curto, a médio e a longo prazo, sem degradar o solo e o meio ambiente. Precisa-se, também, conscientizar a população de que “água” é um bem nobre, com disponibilidade cada vez mais limitada e de uso múltiplo. 
Nutrição de plantas
NITROGÊNIO

Dependendo da espécie de planta, do estádio de desenvolvimento e do órgão a quantidade para o crescimento ótimo varia entre 2 a 5% do peso da planta. Quando o suprimento está abaixo do ótimo, o crescimento é retardado e o nitrogênio é remobilizado das folhas mais velhas para as mais novas (regiões de crescimento). Neste caso, os sintomas típicos de deficiência de nitrogênio podem ser observados. Um aumento no teor de nitrogênio não somente decresce a senescência e estimula o crescimento, mas também altera a morfologia da planta de maneira típica, principalmente se a disponibilidade do nitrogênio é alta no meio radicular durante o início do desenvolvimento. Como conseqüência do aumento no teor de nitrogênio na planta pode-se citar:
- Aumento na relação do peso e do comprimento da parte aérea/sistema radicular da planta (planta anual e perene). Isto afeta a absorção de nutrientes e água do solo.
- Aumento do comprimento, largura e redução na espessura da folha, podendo tornar as folhas com grande inclinação com relação ao caule, afetando, assim, a interceptação da luz.
- Aumento da predisposição ao acamamento.
FÓSFORO
Embora o fósforo seja pouco exigido pela planta, é um dos nutrientes mais utilizados na adubação dos solos brasileiros. A falta deste nutriente é o que mais restringe a produção agrícola no Brasil. A maioria das análises de solo no Brasil registra menos de 10 mg kg-1 de solo, o que é considerado baixo. Em solos sob o cerrado, os teores encontrados são freqüentemente 1 mg kg-1 de solo, ou menos. Além da baixa disponibilidade deste elemento no solo, o fósforo tem outro agravante que é a grande interação com os elementos no solo (P-Fe, P-Al em solos ácidos e P-Ca em solos alcalinos), o que torna uma grande proporção do fósforo indisponível à planta.
Diferentemente do nitrato e do sulfato, o fosfato não é reduzido nas plantas e permanece em sua forma oxidada. Após a absorção, o fósforo permanece como fosfato inorgânico (Pi), ou é esterificado a grupos hidroxil na cadeia carbônica (CO-P) como um simples éster fosfato (ex. fosfato em açúcar), ou ligado a outro fosfato por ligação rica em energia, formando o pirofosfato (P~P), como por exemplo o ATP. A taxa de troca entre Pi, fósforo em éster e o pirofosfato é grande. Por exemplo, o Pi absorvido das raízes é incorporado em poucos minutos em Porgânico, mas logo após é liberado novamente como Pi dentro do xilema. Outro tipo de ligação do fosfato é caracterizado pela alta estabilidade do estado diéster (C-P-C). Nesta associação o fosfato forma uma parte conectando unidades mais complexas ou estruturais macromoleculares.
POTÁSSIO
O potássio é o mais abundante cátion no citoplasma (100 a 150 mM) e possui grande contribuição no potencial osmótico das células e tecidos de plantas glicofíticas. O potássio na planta não é metabolizado e forma complexos prontamente trocáveis. O potássio em termos gerais é o segundo nutriente em exigência pelas culturas, não sendo tão limitante no solo quanto o fósforo. Depois do fósforo, é o nutriente mais consumido pela agricultura brasileira.
CÁLCIO
A exigência de cálcio varia grandemente nas diferentes espécies, e pode variar de 10 até 200 kg ha-1. As dicotiledôneas de modo geral, são mais exigentes em cálcio do que as monocotiledôneas. O conteúdo de cálcio nas plantas varia entre 0,1 a 5,0% do peso seco dependendo das condições de crescimento.
MAGNÉSIO
A função do magnésio na planta está relacionada com a sua capacidade para interagir com ligantes nucleofílicos (ex. grupos fosforil) através de ligações iônicas, e atuar como um elemento de ligação e ou formar complexos de diferente estabilidade. O magnésio forma um composto ternário com enzimas na qual a ligação de cátions é necessário para estabelecer uma geometria precisa entre enzima e substrato, como por exemplo a RuBP carboxilase. Uma grande proporção do magnésio total está envolvido na regulação do pH celular e no balanço cátion-ânion.
Nas folhas a principal função do magnésio, é certamente como átomo central da molécula de clorofila. Dependendo do “status” de magnésio na planta, entre 6 a 25 % do magnésio total está ligado a molécula de clorofila. Como uma regra, outros 5 a 10% do magnésio total nas folhas está firmemente ligados a pectatos na parede celular ou precipitados como sal solúvel no vacúolo (como fosfato), e o restante 60 a 90% é extraível em água. Na maioria dos casos, o crescimento é reduzido e o sintoma visual de deficiência do magnésio ocorre quando a proporção de magnésio na clorofila excede 20 a 25 %. A semelhança do Pi, o principal local de armazenamento do magnésio é o vacúolo, que tem grande importância na homeostase do “pool” metabólico, e também no balanço cátion-ânion e regulação do turgor das células.
ENXOFRE
A assimilação do enxofre tem muitas características comuns com a assimilação do nitrato. Por exemplo, a redução é necessária para a incorporação do enxofre em aminoácidos, proteínas e coenzimas. Nas folhas verdes a ferredoxina é o redutor do sulfato. Diferentemente do nitrato, o sulfato pode também ser utilizado sem a redução e incorporação em estruturas orgânicas tais como, sulfolipídios nas membranas ou polissacarídeos como o ágar. Também em contraste com o nitrogênio, o enxofre reduzido da cisteína pode ser convertido a sulfato, forma de armazenamento nas plantas. A oxidação de enxofre reduzido de compostos também parece ter uma importante função como um sinal (“feedback”) negativo para a redução do sulfato.
Fontes à consultar:Apostila fotossíntese

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) cont.



ECOFISIOLOGIA
A cana-de-açúcar é uma planta C4 com alta capacidade fotossintética, apresentando maior desenvolvimento e crescimento em regiões mais quentes (MATSUOKA, 1996). As plantas de metabolismo C4 em maiores temperaturas (30 – 40°C) possuem alto desempenho fotossintético, quando comparado com plantas C3, pois necessitam de concentrações menores de CO2, devido aos mecanismos da planta que tem a função de concentração de CO2 (TAIZ e ZEIGER, 2004). Portanto, nessas maiores temperaturas, haveria um crescimento mais rápido para a cana-de-açúcar, como a que pode ser observada entre os meses de outubro a maio (MACHADO et al. 1982).
Com relação às exigências climáticas, a cultura de cana-de-açúcar apresenta particularidades como: nas fases de brotação, perfilhamento e crescimento vegetativo (1º período do ciclo da cultura), a cana-de-açúcar exige período seco e/ou baixas temperaturas, para que passe da fase vegetativa para a fase reprodutiva, entrando em repouso fisiológico, priorizando o acúmulo de sacarose nos colmos, que é a substância de reserva da cana-de-açúcar (ANDRADE e CARDOSO, 2004).
De maneira geral, pode-se afirmar que abaixo de 20ºC de temperatura média do ar, a brotação, o perfilhamento e o crescimento são praticamente nulos, e entre 25ºC e 30ºC, ótimos; acima de 35ºC volta a ser praticamente nulos. Na maturação, a temperatura média do ar deve ser menor que 20ºC. No período do frio, o desenvolvimento vegetativo é paralisado e a planta passa a elaborar mais sacarose que será acumulada como substancia de reserva, elevando seus teores no colmo (ANDRADE e CARDOSO, 2004).
Fatores que influenciam o crescimento da parte aérea
a. Cultivares
Com relação à maturação ocorrem cultivares de ciclo precoce (atingem um percentual do valor de brix (sólidos solúveis) desejável mais cedo), médio e tardio, que não pode ser confundido com o ciclo vegetativo, onde o objetivo é a produção de biomassa por área. Assim, no início do período de safra, pode ocorrer que uma cultivar precoce relativamente à maturação, que produza menos biomassa por área que um tardio.
b. Luminosidade
Sendo a cana uma planta C4, altas eficiências fotossintéticas devem-se à altas intensidades luminosas. Com elevadas taxas de radiação, os colmos são mais grossos e mais curtos; as folhas mais longas e mais verdes e o perfilhamento mais intenso. Em condições de baixa irradiância os colmos são mais finos e longos, as folhas estreitas e amarelas. O fotoperíodo também é importante, afetando o comprimento do colmo. Em fotoperíodos de 10 a 14 horas o colmo aumenta, sofrendo redução, no entanto, em fotoperíodos longos, entre 16 e 18 horas.
O número de folhas verdes varia de 6 a 12, sendo menor o número de folhas em condições de déficit hídrico ou de baixas temperaturas. As folhas velhas, ao receberem pouca intensidade luminosa, tornam-se senescentes. As folhas verdes do topo são eretas, com o ápice curvo, podendo as demais são mais ou menos eretas, dependendo da variedade e das condições de cultivo. Normalmente, folhas eretas tendem a proporcionar aumentos significativos na produção.

LEIA O TEXTO COMPLETO


sábado, 25 de fevereiro de 2012

Biofertilizantes líquidos e sustentabilidade agrícola Cont.


O que são biofertilizantes líquidos? 
Os biofertilizantes possuem compostos bioativos, resultantes da biodigestão de compostos orgânicos de origem animal e vegetal. Em seu conteúdo são encontradas células vivas ou latentes de microrganismos de metabolismo aeróbico, anaeróbico e fermentação (bactérias, leveduras, algas e fungos filamentosos) e também metabólitos e quelatos organominerais em solutos aquoso. Segundo Santos e Akiba (1996), os metabólitos são compostos de proteínas, enzimas, antibióticos, vitaminas, toxinas, fenóis, ésteres e ácidos, inclusive de ação fito-hormonal produzidos e liberados pelos microrganismos.
Resultados com uso de biofertilizantes

Os efeitos do biofertilizante no controle de pragas e doenças de plantas têm sido bem evidenciados. Efeitos fungistático, bacteriostático e repelente sobre insetos já foram constatados. Santos e Sampaio (1993) verificaram uma propriedade coloidal do biofertilizante que provoca a aderência do inseto sobre a superfície do tecido vegetal. Os autores destacaram também o efeito repelente e deterrente de alimentação contra pulgões e mosca-das-frutas. Medeiros et al. (2000b) verificaram que o biofertilizante a base de conteúdo de rúmen bovino e composto orgânico Microgeo reduziram a fecundidade, período de oviposição e longevidade de fêmeas do ácaro-da-leprose dos citros, Brevipalpus phoenicis, quando pulverizado em diferentes concentrações. O estudo comprovou que o biofertilizante agiu por contato direto e residual e também funcionou de forma sistêmica na planta. Esses mesmos autores comprovaram que este biofertilizante agiu sinergicamente com Bacillus thuringiensis e o fungo B. bassiana, reduzindo a viabilidade dos ovos e sobrevivência de larvas do bicho-furão-dos-citros (Ecdytolopha aurantiana).
A ação antibiótica e indução de resistência sistêmica da planta são provavelmente os principais mecanismos de ação do biofertilizante sobre a praga (D´ANDRÉA; MEDEIROS, 2002). Os fenômenos podem estar diretamente associados à complexa e pouco conhecida composição química e biológica dos biofertilizantes. Um composto coloidal, de consistência mucilaginosa (goma) e de composição ainda não conhecida, foi observado por Medeiros (2000b), causando a imobilização e morte do ácaro B. phoenicis sobre a folha devido à obstrução de seu sistema digestivo.
Por: Marcos Barros de Medeiros (D.Sc. Prof. do CFT/UFP; e-mail: mbmedeir@yahoo.com.br) e Juliano da Silva Lopes (Eng. Agrônomo – PRONERA/INCRA; e-mail: sertaojuliano@yahoo.com.br)
Fonte: Bahia Agríc., v.7, n.3, nov. 2006.

Leia também:

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Cultura de Tecidos

Aspectos Gerais
A cultura de tecidos vegetais é uma técnica com grande aplicação na agricultura. Nessa técnica, pequenos fragmentos de tecido vivo, chamados explantes, são isolados de um organismo vegetal, desinfestados e cultivados assepticamente, por períodos indefinidos em um meio de cultura apropriado. O objetivo é obter nova planta idêntica à original (Figura 1),  ou seja, realizar uma clonagem vegetal que é definida como uma propagação assexuada de células ou organismos de modo a obter novo indivíduo, mantendo-se o genótipo idêntico àquele do ancestral comum (Torres et al., 2000). Na figura 1, ilustra-se o princípio geral da cultura de tecidos vegetais visando à reprodução de determinada matriz.
A cultura de tecidos vegetais é feita de um explante que é todo segmentado de tecido ou órgão vegetal utilizado para iniciar uma cultura in vitro. Pode ser um fragmento de folha, de raiz, de caule ou de qualquer tecido que responda às condições de indução do meio de cultura, com vistas à regeneração vegetal in vitro (Torres et al., 2000). Essa regeneração é fundamentada na capacidade de proliferação das células vegetais organizarem-se em tecidos e, eventualmente, em plantas completas (Kerbauy, 1997; Mantell et al., 1994). Essa capacidade é denominada totipotência e considera que as células vegetais manifestam, em momentos diferentes e sob estímulo apropriado, a potencialidade de iniciar novo indivíduo multicelular (Torres et al., 2000). Teoricamente, considera-se que todas as células vegetais são capazes de expressar sua totipotência. No entanto, os explantes são uma mistura de células em variados estados: fisiológico, bioquímico e de desenvolvimento. Neste sentido, espera-se que a exposição desses explante a um ambiente in vitro estimule reações diversificadas nos diferentes tipos de células, fazendo com que somente algumas células desse explante respondam às condições de cultura in vitro, levando à regeneração de um novo indivíduo (Mantell et al. 1994). Essa habilidade que uma célula ou um grupo de células tem ao responder a um estímulo indutivo visando a um processo de desenvolvimento é denominada competância (Torres et al., 2000).
Fonte: Princípios da cultura de tecidos. DOCUMENTOS, Nº 58, Dezembro 2002, 16p.

Entomologia Cont.

ABELHAS NATIVAS

No Brasil existem centenas de abelhas nativas, todas elas muito importantes nos ecossistemas, como polinizadoras de diversas plantas. Muitas destas plantas, entrariam em extinção, caso estas abelhas não realizassem este trabalho.
Os nomes comuns variam de região para região e podemos citar alguns: abelha-cachorro, Jatai, irapuá, arapuá, mombuca, moçabranca, mandaçaia, uruçu, jandaíra, mirim, mirim-preguiça, abelha limão, mosquito, entre outros.
Algumas abelhas não possuem ferrão e pertencem à família Meliponidae. Muitas espécies são criadas para a retirada de produtos como a abelha Jataí. Algumas das abelhas que amedrontam pessoas são as mamangabas, grandes e peludas. As espécies brasileiras são, na maioria das vezes, de coloração negra com áreas amareladas no corpo.
Com o estabelecimento da Lei n o 5197, de 03/01/67, Lei de Proteção à Fauna foi estabelecida a proibição da sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha, portanto fica proíbido o extermínio de abelhas nativas, pois estão protegidas por lei. O DECRETO No 3.179, DE 21 DE SETEMBRO DE 1999, dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
As abelhas nativas são bem menores que a abelha melífera ( Apis mellifera ). Elas são muito importantes para o meio ambiente, pois coletam o néctar e o pólen das flores possibilitando a fecundação. Desta forma, muitas plantas só se reproduzem, ou seja, produzem flores e frutos graças às abelhas. Sem elas muitas espécies de plantas entrariam em extinção. Estas espécies nativas não produzem tanto mel quanto a Apis mellifera , mesmo assim têm sua importância econômica e ecológica. Espécies como a jataí, mandaçaia, urucu e jandaíra, são criadas por meliponicultores de várias regiões do Brasil, observando-se o hábitat de cada uma das espécies. O mel produzido por essas abelhas, apesar de ser em menor quantidade, apresenta qualidades medicinais e sabores diferenciados, o que garante a comercialização do produto com valor muito superior em relação ao mel da abelha melífera. O interesse por estas abelhas vem crescendo muito, o que incentiva a produção artificial de colônias com valores considerados. Também, por não apresentarem qualquer perigo para o homem, as abelhas sem ferrão vêm sendo utilizadas para educação ambiental nas escolas.
A seguir, apresentamos algumas espécies de abelhas nativas sem ferrão:


ABELHA CACHORRO (Trigona spinipes)

Características  da família dos meliponídeos a abelha cachorro, também conhecida como arapuá ou irapuá, possui coloração negra e mede cerca de 5,0 a 6,5 mm de comprimento.
Habitat  cerrado, matas, pomares em áreas rurais e urbanas.
Ocorrência  em todo o Brasil.
Hábitos  Seus ninhos são aéreos, de formato oval, apoiados em forquilhas de árvores ou em cupinzeiros abandonados . A entrada é ampla e oval com lamelas internas de cerume. No ninho destaca-se a presença de uma consistente massa composta de materiais diversos, tais como: restos de casulos, abelhas mortas, excrementos e resinas. Pode conter até três agrupamentos de células de cria grandes no mesmo ninho. É espécie agressiva podendo atacar outras abelhas sem ferrão principalmente nas flores. Destrói botões florais de algumas plantas. Para fazer seus ninhos elas utilizam fibras de vegetais. Costuma ser um problema para os produtores de citros. Elas atacam flores e folhas novas e até a casca do tronco da planta para retirar resina para a construção de seus ninhos. Quando as plantas estão em flor o prejuízo é maior, pois a irapuá faz um orifício nos botões florais prejudicando a frutificação. O crescimento das plantas também é retardado devido ao ataque destas abelhas. Além dos citros atacam também bananeiras, jabuticabeiras, jaqueiras, mangueiras, pinheiro-do-paraná, entre outros.
Alimentação  néctar e pólen
Predadores naturais  aves, pássaros, lagartos e irara

ABELHA JATAÍ (Tetragonisca angustula)
Características  mede aproximadamente 5mm, com coloração dourada. As colônias apresentam 2.000 a 5.000 indivíduos. Abelha mansa, de mel fino e delicioso. Tem a cera branca e de excelente valor na iluminação, sendo muito viva a sua luz. Seu mel é empregado principalmente para fins medicinais.
Habitat  floresta, cerrados e áreas urbanas (muros, postes, etc.). Os locais de nidificação são: ocos variados em muros de pedra, tijolos vazados, cabaças, ocos de árvore. Bem adaptada à vida urbana, seus ninhos podem ser encontrados por mais de 35 anos no mesmo local. Assim, podemos dizer que os ninhos são perenes mas as rainhas são trocadas periodicamente. A jataí constrói sua colméia no oco dos paus, nas locas de pedras, nas gretas das paredes de velhas igrejas e casas residenciais.
Ocorrência  todo o Brasil.
Hábitos  a entrada da colônia é constituída por um tubo de cerume rendilhado com base firme. Nos ninhos novos ou fracos, essa entrada é fechada durante a noite. É característico a presença de abelhas guardas ou sentinelas que ficam voando nas proximidades do tubo, formando uma pequena nuvem. As abelhas campeiras apresentam movimento bem diferente, pois entram e saem do ninho rápida e constantemente. Elas podem entrar carregando pólen nas patas ou néctar no abdome. Ninho com invólucro de cerume abundante, com várias camadas finas. O alimento é armazenado em potes ovóides. O mel é de excelente qualidade. As jataís constroem as células de cria em forma de favos, geralmente dispostos paralelamente. As células de cria são construídas simultaneamente, em bateria, de modo que ficam prontas para receber o alimento larval todas de uma vez. Muitas vezes as operárias botam ovos tróficos para a rainha, redondos e grandes. A rainha se alimenta desses ovos antes de colocar os seus.
Alimentação  néctar e pólen
Predadores naturais  aves, pássaros, lagartos e irara
Ameaças  destruição do habitat e extração indiscriminada. 

ABELHA MANDAÇAIA (Melipona quadrifasciata)
Características - mede aproximadamente 11mm. As colônias são pouco populosas, por volta de 300-400 indivíduos. A entrada típica apresenta ao seu redor raios convergentes de barro, construídas pelas abelhas. Só passa uma abelha de cada vez. Essa espécie apresenta favos de cria horizontais ou helicoidais (em caracol). Não apresenta células reais. O invólucro que protege os favos de cria possui diversas membranas de cerume. Os potes de alimento são ovóides com 3-4cm de altura.

Habitat  Floresta Atlântica em ocos de troncos ou galhos.
Ocorrência  Sudeste do Brasil
Hábitos  mais ativa na parte da manhã e final da tarde.
Alimentação  néctar e polén
Predadores naturais  aves, pássaros, lagartos e irara
Ameaças  destruição do habitat e extração indiscriminada.


Fonte: http://www.vivaterra.org.br/insetos.htm

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Cultivo do tomate (Lycopersicon esculentum) cont.


Ecofisiologia
A produtividade em cultivo de tomateiro é mais afetada pela luz, temperatura, suprimentos nutricionais e água. A importância relativa desses fatores irá depender da situação de cultivo. Cultivo no inverno em casa de vegetação aquecida, como ocorre no norte da Europa e dos USA, a luz é o fator mais limitante. No inverno, em casa de vegetação não aquecida, como no sul da Europa e Oriente Médio, ambas, luz e temperatura, podem ser limitantes. No campo temperaturas (altas e também baixas); luz (dias curtos ou nublados, altura do dossel); água; nutrição ou falta de proteção das sementes e outras pragas podem ser limitantes. No geral, a dificuldade no manejo de água tem se constituído no principal obstáculo par se obter altas produções e qualidade de frutos.
a) Luz: A qualidade da luz e fotoperíodo não são tão importantes para o crescimento do tomate quanto a irradiância integral diária. Entretanto, usando somente luz fluorescente a taxa de assimilação líquida caiu em 20% relativa a mesma irradiância com luz incandescente utilizada como fonte de far red. Para contornar a limitação de luz, luz suplementar às vezes é utilizada em casa de vegetação no Hemisfério Norte. Entretanto, em termos econômicos essa raramente é justificável, exceto para sementes que são mantidas no escuro e pouca luz suplementar se torna necessária para instalar. Se usar luz a suplementar é mais para aumentar  duração de horas durante o dia que para aumentar a intensidade de luz.
b) Temperatura: O tomate requer um clima relativamente fresco, árido, para dar uma produção elevada de primeira qualidade. Contudo, esta planta adaptou-se a um amplo leque de condições climáticas, variando entre temperada a quente e úmida tropical. A temperatura ótima da maioria das variedades situa-se entre 21 a 24 °C. As plantas podem sobreviver certa amplitude de temperatura, mas abaixo de 10 °C e acima de 38 °C danificam-se os tecidos das mesmas. Os tomateiros reagem às variações da temperatura que têm lugar durante o ciclo de crescimento, de forma a que são afetadas p.ex. a germinação de sementes, o desenvolvimento de plântulas, a florescência, a frutificação e a qualidade dos frutos. Quando durante a florescência há períodos persistentes de tempo fresco ou quente, reduz-se a produção de pólen e isto terá influência na frutificação. Quando há gelo, as plantas serão destruídas. Para prevenir danos provocados pelo gelo, é recomendável adiar a sementeira até o inverno ter acabado completamente. É possível semear antes desse momento, mas então deve ser feito dentro (em vasos ou tabuleiros). A temperatura ótima para taxa de assimilação líquida é entre 25 e 30 ºC. A taxa de crescimento relativo das plantas jovens respondem independentemente a T do dia/noite com ótimo em torno de 25 ºC. Se a temperatura do dia for acima do ótimo, um abaixamento da temperatura noturna abaixo do ótimo pode compensar.
c) Umidade: a umidade ótima relativa é entre 60% ​​e 80%. Umidade relativa elevada favorece a sobrecarga e o desenvolvimento da doença e rachaduras do fruto e impedem a fecundação, pois o pólen é compactado, podendo ocorrer aborto de flores. A quebra de frutas também pode ser causada pela umidade excessiva do solo ou irrigação após um período de estresse hídrico abundante. Baixa umidade relativa também reduz a viabilidade do grão de pólen para o estigma da flor. 


Leia também: 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Biofertilizantes líquidos e sustentabilidade agrícola


As modificações genéticas pelas quais as plantas cultivadas e os animais passaram, permitiram adaptações em diferentes ambientes. Embora os avanços científicos e tecnológicos tenham permitido enormes progressos, o desenvolvimento da atividade agrícola, pela própria natureza, perturba de alguma forma o meio ambiente em relação à sua situação natural. São exemplos, os problemas graves de deterioração dos solos, e a grande multiplicação de “pragas e doenças” agrícolas. 
Surgem nos diversos setores sociais discussões em torno da “agricultura sustentável”. Nesta, o conceito de sustentabilidade não pode ter o aspecto estático, comumente implícito no tempo, pelos quais os sistemas agrícolas são considerados sustentáveis quando a produção é pensada como fator isolado. Um conceito dinâmico é mais apropriado e atende a evolução e ao desenvolvimento da sociedade. Muitas práticas agrícolas podem ter sido denominadas sustentáveis no passado, ou mesmo no presente, segundo as condições socioeconômicas, edafoclimáticas e demais características locais. Num conceito dinâmico, a sustentabilidade deve levar em conta as mudanças temporais nas necessidades humanas, especialmente relacionadas a uma população crescente, bem como uma adequada percepção da relação ambiental com a agricultura, salienta Paterniani (2001). 
Surge então a necessidade de promover estilos alternativos de agricultura ou a implementação de técnicas dentro dos sistemas já existentes, no sentido de garantir a viabilidade agrícola sob seus diversos aspectos. Frente a essa problemática, apresentam-se neste trabalho, algumas considerações sobre o uso de biofertilizantes líquidos na agricultura, que vem mostrando bons resultados em algumas formulações já testadas e que podem ser aplicadas de forma alternativa na proteção de plantas. Essa estratégia é indicada principalmente para as pequenas propriedades, onde os recursos financeiros e tecnológicos são escassos, aproveitando-se subprodutos da agropecuária que muitas vezes são descartados.


Por: Marcos Barros de Medeiros (D.Sc. Prof. do CFT/UFP; e-mail: mbmedeir@yahoo.com.br) e Juliano da Silva Lopes (Eng. Agrônomo – PRONERA/INCRA; e-mail: sertaojuliano@yahoo.com.br)
Fonte: Bahia Agríc., v.7, n.3, nov. 2006.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Uso do NIM Indiano como bioprotetor natural

por Engº Agrº José Luiz M. Garcia*
Essa publicação destina-se a fornecer informações sobre a utilização do Óleo de Nim (Azadirachta indica) na Agricultura e Pecuária no controle de insetos, pragas e parasitas. Informações mais detalhadas poderão ser obtidas nas referências listadas ao final do trabalho.
Por que Bioprotetor Natural e não Inseticida Natural?
O sufixo “cida” significa aniquilador, matador, assassino. O Óleo de Nim não é um produto com o tradicional efeito inseticida aniquilador característico das substancias petro-químicas largamente utilizadas na agricultura vez que não mata os insetos instantaneamente. Essa aparente desvantagem é, na verdade, uma grande vantagem conforme será devidamente explicado posteriormente.
O Óleo de Nim não possui efeito nocauteador ( efeito “knock-down”) sobre os insetos e larvas. Também não funciona a longo prazo como os inseticidas biológicos tipo Bacillus turingensis (Dipel) dando margem a que os insetos continuem devastando a lavoura antes de morrerem.
O seu efeito é imediato, porém, de outra forma, ou seja, ele atua imediatamente repelindo e/ou fazendo com que os insetos e larvas parem de se alimentar via efeito anti-alimentar (efeito “anti-feeding”). Atua também via outros mecanismos a médio e longo prazo conforme será amplamente explicado adiante.
Isso torna o Óleo de Nim um excelente aliado do agricultor no controle efetivo de insetos e pragas e o coloca em posição de destaque como uma nova categoria de produtos ecologicamente corretos para a utilização na agricultura do próximo milênio.
O planeta Terra não tem mais condições de absorver os milhares e milhares de toneladas de produtos petro-químicos venenosíssimos usados atualmente na agricultura convencional que todos nós sabemos irão gerar uma série de problemas de saúde. O Óleo de Nim demonstrou ser totalmente isento de efeitos nocivos a todos os animais de sangue quente, peixes e a 6 espécies diferentes de minhocas e demais organismos de solo. Ou seja, o óleo de Nim é um novo conceito em termos de controle de insetos e pragas que tem auxiliado milhares e milhares de agricultores conscientes em diversos países.
Os inseticidas sintéticos originários da petro-química matam indiscriminadamente os insetos e larvas, poluem o ambiente, intoxicam operadores, seus familiares, e até mesmo os consumidores e, portanto, e por isso mesmo, tem sido repudiado a nível mundial. Não obstante serem extremamente tóxicos, esses produtos não conseguem de forma alguma controlar os insetos, pois são formulados utilizando-se de apenas uma única molécula a qual é invariavelmente protegida por uma patente que dá direito ao seu detentor de comercializá-la a preços muitas vezes exorbitantes amparados que estão por registro efetuados junto a órgãos oficiais do governo.
Isto é, o governo não só colabora como também oficializa e o que é pior monopoliza a venda desses produtos altamente tóxicos e, portanto é fator determinante da intoxicação generalizada da população. Ocorre que os insetos, dotados de um maravilhoso mecanismo de defesa, desenvolvem resistência a esses venenos em apenas 3 gerações em alguns casos.
Por isso é que em 1988 no E.P.A. (Environment Protection Agency) já haviam cerca de 50.000 produtos químicos registrados para uso na agricultura porque a cada 3 gerações surgem novas variedades de insetos resistentes a essas moléculas isoladas e portanto novas moléculas tem que ser produzidas e patenteadas e colocadas no mercado.
Esse processo não tem fim. A cada ano surgem venenos mais e mais poderosos. Inseticidas e fungicidas que antes controlavam os problemas na ordem de 1 a 2 kg por hectare agora estão sendo fabricados para serem utilizados em doses de apenas 200 gramas por hectare. Esses tipos de moléculas são por assim dizer cerca de 10 vezes mais venenosas que as anteriormente utilizadas, porem as multinacionais as apresentam como mais “seguras” ao meio ambiente pelo simples fato de que se usa menos produto. Menos produto para um mesmo efeito significa maior toxicidade e não menor toxicidade. Isso é um escárnio e uma afronta a inteligência humana e cabe a você agricultor dar um grande e rotundo “Basta!” a toda essa situação. Isso agora é possível com a utilização do Óleo de Nim.
Vejam por exemplo um resumo dos efeitos nocivos dos inseticidas sintéticos:
1.    Poluição ambiental.
2.    Danos a saúde devido a níveis elevados (ou mesmo baixos) de resíduos.
3.    Destruição indiscriminada de insetos sem nenhuma consideração sobre o seu papel no meio ambiente muitas vezes benéfico, como no caso dos inimigos naturais.
4.    Envenenamento de animais de sangue quente como pássaros, gado, criação em geral e pessoas que tenham contacto com os mesmos.
5.    Desenvolvimento de resistência em insetos.
Ressurgimento de certas pragas secundarias e/ou principais que estavam sendo anteriormente controlada por insetos que foram destruídos pelo agrotóxico. Com o seu desaparecimento houve menos concorrência e novas pragas, então, surgiram.
LEIA O TEXTO COMPLETO